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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

UM ABADE MUITO OBSERVADOR

melgaçodomonteàribeira, 25.04.15

Igreja de Lamas de Mouro - Pormenor

 

OS LIMITES DA FREGUESIA DE LAMAS DE MOURO

 

(…)

Com a petição inicial foi apresentada outra prova adicional que, mesmo não sendo um título jurídico de limites, se revela de extraordinária relevância para a boa decisão da justa judicial. Trata-se de um assento de óbito, datado de 26 de Abril de 1791, de uma defunta que apareceu no monte de Medoira e foi mandada enterrar no adro da igreja da freguesia de Lamas de Mouro. Vale a pena deixar aqui publicado na íntegra esse singelo registo paroquial:

 

“Aos vinte e seis dias do mez de Abril de mil e setecentos e noventa e hum appareceo no sitio chamado da Medoira monte que he dos lemites desta freguezia huma deffunta cujo nome e naturalidade se ignora, o traje era de pobre, suposto não trazia saco, nem esmollas, trazia vestido hum jubam preto, hum manteo a que chamam de riscadilha, hum abantal de Saragoça parda, teria a mesma deffunta sassenta annos de idade e duas unhas da mam esquerda extraordinariamente cumpridas redondas e grossas. E depois de feito o exame que em semelhantes cazos se custuma fazer pelas justiças foi conduzida ao Adro desta Igreja, e por se lhe nam achar Rosario nem Escapulario foi sepultada no mesmo Adro aos vinte e oito dias do mez e anno supra. E para que conste faço este assigno em Sam Joam de Lamas era ut supra.

O abbade, Antonio da Cunha Alvarez

 

 

Os Limites da Freguesia de Lamas de Mouro e os Caminhos da (in)Justiça

José Domingues

Novembro 2014

p. 134

 

Retirado de:

www.academia.edu/9978638/Os_Limites_da_Freguesia_de_Lamas_de_Mouro_e_os_Caminhos_da_in_Justiça