GUERRAS E MELGAÇO NO MEIO
GUERRAS LIBERAIS – MELGAÇO 1827
EXTRACTO
O tenente general Marquez de Angeja, escreve de Melgaço, em 9 do corrente, dizendo: “Depois que dirigi a v.ex.ª, hontem, o meu officio datado de Valladares, marchei com as tropas do meu comando para Melgaço, para me assegurar se os rebeldes, haviam, ou não, entrado em Hespanha, e qual era o comportamento que com elles haviam tido as auctoridades hespanhola da fronteira, tendo eu dirigido hontem mesmo um officio ao governador de Tuy para fazer desarmar os rebeldes que haviam entrado no seu districto; ainda não recebi resposta alguma d’elle, mas sei que o marquez de Chaves entrou na Galliza por Fiães acompanhado de alguma infanteria e da maior parte da sua cavallaria, tudo em tal desordem e ruína, que não poderá entrar facilmente em novas operações, não obstante affirmarem os soldados, que se dirigem a Montalegre e Chaves à provincia de Traz os Montes; mandei fazer esta tarde um reconhecimento forte até S. Gregório, ultima povoação portugueza, situada na confluencia do Minho e de um pequeno regato aonde principia a raia secca. As guerrilhas fizeram grande resistencia sendo comtudo repellidas com grande fogo de caçadores e cargas de cavallaria, para o territorio hespanhol, aonde se achavam postadas duas ou tres companhias de melicianos de Galliza, que visivelmente os protegeram, permittindo-lhes fazer fogo por muito tempo. Conto dirigir-me ámanhã ás auctoridades hespanholas, reclamando que estas guerrilhas e soldados sejam immediatamente desarmados, pedindo igualmente uma satisfação pelo comportamento hostil que tiveram hoje para comnosco.
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Tenente general D. João de Noronha Camões de Albuquerque Sousa Moniz, 8º Conde de Vila Verde e 6º Marquez de Angeja, liberal às ordens de D. Pedro IV, governador da província do Minho, onde estava quando rebentou a revolta absolutista em 1826. Nasceu a 20 de Abril de 1788, faleceu a 23 de Junho de 1827.