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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

GUERRAS E MELGAÇO NO MEIO

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

 

GUERRAS LIBERAIS – MELGAÇO 1827

                                       

EXTRACTO

 

O tenente general Marquez de Angeja, escreve de Melgaço, em 9 do corrente, dizendo: “Depois que dirigi a v.ex.ª, hontem, o meu officio datado de Valladares, marchei com as tropas do meu comando para Melgaço, para me assegurar se os rebeldes, haviam, ou não, entrado em Hespanha, e qual era o comportamento que com elles haviam tido as auctoridades hespanhola da fronteira, tendo eu dirigido hontem mesmo um officio ao governador de Tuy para fazer desarmar os rebeldes que haviam entrado no seu districto; ainda não recebi resposta alguma d’elle, mas sei que o marquez de Chaves entrou na Galliza por Fiães acompanhado de alguma infanteria e da maior parte da sua cavallaria, tudo em tal desordem e ruína, que não poderá entrar facilmente em novas operações, não obstante affirmarem os soldados, que se dirigem a Montalegre e Chaves à provincia de Traz os Montes; mandei fazer esta tarde um reconhecimento forte até S. Gregório, ultima povoação portugueza, situada na confluencia do Minho e de um pequeno regato aonde principia a raia secca. As guerrilhas fizeram grande resistencia sendo comtudo repellidas com grande fogo de caçadores e cargas de cavallaria, para o territorio hespanhol, aonde se achavam postadas duas ou tres companhias de melicianos de Galliza, que visivelmente os protegeram, permittindo-lhes fazer fogo por muito tempo. Conto dirigir-me ámanhã ás auctoridades hespanholas, reclamando que estas guerrilhas e soldados sejam immediatamente desarmados, pedindo igualmente uma satisfação pelo comportamento hostil que tiveram hoje para comnosco.

 

Ler mais em http://purl.pt/12101/1

 

Tenente general D. João de Noronha Camões de Albuquerque Sousa Moniz, 8º Conde de Vila Verde e 6º Marquez de Angeja, liberal às ordens de D. Pedro IV, governador da província do Minho, onde estava quando rebentou a revolta absolutista em 1826. Nasceu a 20 de Abril de 1788, faleceu a 23 de Junho de 1827.

 

1823 - MIGUELISMO EM MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

 

PEÇAS OFFICIAES

 

 

MINISTERIO DOS NEGOCIOS DO REINO

 

Para o Juiz, Vereadores, e mais Officiaes da Câmara da Villa de Melgaço

 

      "A Sua Magestade forão presentes e muito agradáveis, as expressões de amor e de lealdade Portugueza, com que a Camara da Villa de Melgaço o saúda e felicita pela sua nova elevação ao Throno de Seus Augustos Maiores, em todo pleno e livre exercício de Suas Reaes e Soberanas attribuições, de que o havia privado huma facção de Portuguezes degenerados, impios, e fatuos, imbuidos dos nefandos principios de huma Seita, que nos seus tenebrosos planos se propoe horrivelmente á destruição dos Thronos, e do Altar, tão clara e visivelmente, como o provão a multiplicidade dos factos a todo o Mundo publicos e notorios. Sua Magestade louva e agradece á Camara as demonstrações da sua fidelidade e amor que lhe consagra, reconhecendo em commum com todas as mais do Reino, e pelo consenso unanime de todos os bons leaes Portuguezes, que se não tem deixado corromper felizmente , dos perversos principios de tão execrável Seita, que o Bem Publico, he inseparavel do Bem do Soberano, por serem estes dois interesses, hum unico e só interesse, e hum unico e só o vinculo que une o cidadão á Patria, e ao seu Principe, cuja gloria e prosperidade he sempre inherente á do Estado, como á de hum chefe da grande Familia, de que elle se constitue. Sua Magestade espera que a Camara se continuará a haver com a mesma pureza e igualdade de sentimentos que lhe manifesta, aborrecendo e detestando hum Systema tão maligno e preverso, que envolveo toda a Nação em hum pélago de males e de calamidades, compremettendo a sua honra, a sua dignidade, e a sua propria virtude e lealdade, que por tantos seculos havião constituido o seu timbre, e brioso caracter, e de que os Portuguezes muito se honravão e prezavão"

 

Deos guarde a V. ms. Palácio da Bemposta em 11 de Julho de 1823

 

Joaquim Pedro Gomes de Oliveira

 

LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA.

 

Com Licença da Reál Commissão de Censura.

 

TEXTO RECOLHIDO DA NET em GAZETA DE LISBOA Nº 164