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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

CENTRO DE ESTÁGIOS DE MELGAÇO 2012

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

 

CENTRO DE ESTÁGIOS DE MELGAÇO

 

Futebol e Atletismo em Estágio

 

   O Centro de Estágios, inaugurado em Outubro de 2001, é um equipamento polivalente, vocacionado para a prática desportiva profissional e de lazer, que já acolheu cerca de 85 estágios, de equipas nacionais e estrangeiras e de diversas modalidades – futebol, andebol, hóquei em patins, basquetebol, atletismo, rugby, taekwondo e Tog Chod.

   O ano de 2012 foi estreado pelos campeões de Angola que, pelo segundo ano consecutivo, escolheram Melgaço para a realização do estágio de preparação para a Liga dos Campeões Africanos – CAF e para o Girabola 2012. Assim, e entre os dias 7 e 23 de Janeiro, a equipa Angolana do Clube

   Recreativo Desportivo do Libolo, treinada pelo ex-treinador nacional Zeca Amaral, preparou a equipa através de diversos treinos e também de seis jogos, frente ao Melgacense; ao Vianense, aos Limianos, ao Rápido de Bouzas, ao Coruxo e ao Chaves.

   Em Abril o destaque vai para o estágio de atletismo, promovido pelo Director desportivo de L’Entente Sud Lyonnais, Daniel Aligne, e no qual participaram 40 atletas de alto nível, alguns deles internacionais, como é o caso de Florian Labourel, vencedor de dez títulos nacionais de salto em altura (2012) e recordista de França, e de Isabelle Bosco, campeã francesa de salto em altura.

   A este estágio que decorreu de 8 a 14, seguiu-se de 11 a 16 o da Escola de Futebol de Hers-Coussa, originária de França, e que conduziu até Melgaço cerca de 90 jovens, com idades compreendidas entre os 6 e os 14 anos, para aqui aperfeiçoarem as técnicas de jogo mas também conviverem e estreitarem laços.

 

MELGAÇO – Revista Municipal nº56

 

Abril, 2012

 

CENTRO DE ESTÁGIOS DE MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 06.03.13

 

 

É com muito orgulho que dou os parabéns à Câmara Municipal de Melgaço pela política de utilização e desenvolvimento do Complexo Desportivo de Melgaço. Esta semana fiquei a saber  que o jogo entre o Atlético de Valdevez e o Nacional da Madeira se irá disputar no nosso estádio do Centro de Estágios para garantir a transmissão televisiva. Ora, significa para mim, que o Centro de Estágios foi pensado para não ser uma ''obra do regime'', como já a ouvi chamar, mas como uma mais valia para a nossa terra de que todos os Melgacenses se devem orgulhar e aplaudir o trabalho da Câmara Municipal na figura do seu presidente Rui Solheiro.

O Sport Luanda e Benfica pela terceira vez inicia a preparação da equipa em Melgaço.

O FC Vaslui da Roménia acabou o estágio de preparação em Melgaço.

O Celta de Vigo é cliente habitual.

O Marítimo vem da Madeira.

E muitos mais apontaria, porque sei que por lá pasaram, se para tal tivesse memória.

Somos um concelho exportador de mão-de-obra, com os seus filhos espalhados pelos quatro cantos do mundo, mas somos também um concelho vivo, que por via do trabalho de um homem e das suas equipas, ergueu bem alto, muito alto, o nome de Melgaço, a nossa capacidade de trabalho, a riqueza de tratode quem nos visita.

Hoje recebemos o Mundo.

 

Ilídio Sousa

 

A BOLA NA HISTÓRIA DE MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 05.03.13

 

 

A bola, a chincha a saltar, fosse de bexiga do porco, meias rotas da minha tia, borracha, e até de catechu e couro, a guarda atrás da canalha que no terreiro e avenida, de socos e descalços, queriam ser os reis da bola que a tsf lhes dava a conhecer.

 

O Monte de Prado era o palco do tira-teimas, onde se arrumavam as discussões da semana no café do Hilário e onde se projectavam as discussões das semanas vindouras.

 

Dia de jogo, pose dos rapazes para o ti Pires guardar na máquina, ultimas recomendações do treinador e vamo-nos a eles que temos de ganhar.

 

De um lado o Tio Miro, acompanhado de Ti Maria Tiborne sua senhora, mais a bota do tinto da Maria do Nau, debaixo dum guarda – sol multicolor a puxarem pelos rapazes. O Tio Miro deixava a voz no monte do prado. E resmungava com o árbitro Nando, chamava nomes à senhora mãe do Zé Breguês quando este apitava. No dia seguinte só falava na Maria do Nau à terceira tigela. Retemperar forças e afiar a garganta, que os rapazes do bombo não demoram.

Do outro lado do campo a Tia Lídia sacudia o assador e punha as malgas à mão que o intervalo já não demora e os nossos estão a ganhar. Castanha assada, bolos de bacalhau, gasosa fresca e vinho do Zé Canelas levados às costas pelo Epifânio e o Humberto.

 

O Álvaro, o Zé e o Toninho Cerinha, o Marroto e o Pirolau, o Tonio Regueira, o Toninho Afonso e o Zé Cafetera, o Zé da Dásima e o Fernando Bolas, rapazes da nossa terra, da nossa bola; o Luís Preto feroz nas fintas nos jogos com galegos e alvo das atenções de quem nunca tinha visto cor de pele diferente; o Zé Albano do Carlota com jogadas de craque; O Zé do Gú, defesa direito, que avançava pelo corredor para a meter redondinha nos pés do Piruliscas. Este era o Sport Club Melgacense.

 

E a União Desportiva de Paderne, com o Rui e o Leão na defesa, Pelé no meio campo e o Xancas a marcar livres e mal, a dizer que não é só na Vila que se mexe no esférico.

 

É pena que campos de futebol se transformem em estaleiro de obras, mas quanto a isso quem sou eu para falar? Se é bom para as freguesias do Monte (um abraço Anselmo) …

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Recuando umas décadas, o grande Rápido e o maravilhoso Unidos.

E o Sporting Clube de Melgaço, filial do Sporting Clube de Portugal, esse grande clube que, como o nome indica, ultrapassa Lisboa e abrange todo Portugal.

 

Encontrei esta informação na página Comemorações do Centenário do Sporting; fiquei de boca aberta, porque desconhecia a existência de tal Clube e tratei de entrar em contacto com o Rui Antoninho, coordenador da página do S C Melgacense, que depois de diligências entre os mais velhos, chegou à mesma conclusão que eu: - Sporting Club de Melgaço, talvez… vou tentar saber. E cumpriu.

Para confirmar só me faltava consultar a memória viva do Manuel Igrejas e eis a resposta:

 

“Sporting Club de Melgaço.

Numa das várias fases futebolísticas na nossa terra, nos anos quarenta, formaram-se os grupos Rápido e Unidos.

O Rápido Club Melgacense era composto pelos remanescentes dos grupos anteriores, União, Atlético e Sport e alguns novatos.

O Unidos Futebol Club em sua maioria eram rapazes saídos da puberdade, daí mais fogosos e habilidosos que sempre venciam, para meu desgosto, pois os atletas meus familiares, Gú e Carriço eram do Rápido.

Para tentar mudar a condição de perdedores o Rápido trocou o nome para Sporting e filiou-se ao Sporting Club de Portugal. As camisolas originais às listas verdes e brancas na vertical, que tinham sido as do União, passaram a ser na vertical como as da matriz.

O facto de filiar-se ao Sporting deveu-se a imposição do Presidente e Vice-Presidente, irmãos, Zeca e Juca do Aurélio, contra vontade dos elementos portistas, meu irmão Augusto (Gú) e teu pai Alberto (Carriço) e outros, mas naquela época o Sporting era o maior Clube do país, campeão uma porção de anos seguidos. O Porto, depois dos sucessos do final dos anos trinta caiu muito. Lembro do Fernando da Cortiça que para nos aborrecer dizia que o Porto era o melhor grupo da província.

Curiosidade: o emblema do Rápido era da minha autoria. E o nome do Rápido tem uma origem algo aparolada. Naqueles anos começou a chegar a Monção um comboio rápido denominado Flexa de Prata. Como havia pouco que comentar o tal comboio era tema para tudo. Nas vilas vizinhas achavam que tal progresso também lhes pertencia e se vangloriavam, também Melgaço, embora fosse o adversário natural.

Não havia jogo ou qualquer ajuntamento entre melgacenses e monçanenses que não acabasse em pancadaria. Houve barulhos (brigas) memoráveis comentadas durante anos. Ouvi contar que um domingo apareceu em Melgaço uma camionete de excursão, de Monção. Os ocupantes desembarcaram na Calçada e desceram em marcha rua Nova de Melo abaixo, exibindo aqueles bonecos em cima duma cana que accionados por um arame encostam um no outro, no compasso duma canção que entoavam, menosprezando Melgaço. O acidente não ficou sem resposta: na altura do terreiro já um grande número de rapazes munidos de varapaus desancaram os atrevidos provocadores. Devia ter acontecido no início dos anos trinta pois devia ter eu cinco ou seis anos quando comecei a ouvir esse caso.

Pois o comboio rápido que então representou grande progresso, serviu para nome do grupo de futebol melgacense. Na mesma época os rapazes de Monção formaram um grupo de futebol com o nome de Flexa de Prata”.

Voltando ao futebol em Melgaço: na mesma época do Rápido e Unidos, o Manuel Macarrão que tinha sido jogador nos anos vinte, estava de regresso à terra após ter sido motorista noutros locais, fundou o Club Comercial de Melgaço. Os atletas eram quase todos quarentões, sorte do Rápido que conseguiu vencer alguns jogos. O Comercial, pela proveta idade logo feneceu, o Unidos desfez-se pela debandada dos jovens para a tropa ou emigrados. Ficou o Sporting que também não durou muito dando lugar em 1947 ao “Os Vitoriosos” minha maior invenção na terra.

 

 

Manuel Félix Igrejas

 

Rio de Janeiro

 

Camborio Refugiado

 

CAMPEÕES

melgaçodomonteàribeira, 05.03.13

 

 

As informações que dou do SCM são retiradas da imprensa escrita das kapitais – Porto e Lisboa – que, por vezes, escrevem e outras esquecem os resultados dos jogos dos distritais.

É por isso que, com muito atraso, mas muito orgulho, tomei conhecimento, quer pelo jornal A Voz de Melgaço, quer pela página oficial do SCM, que fomos os vencedores da TAÇA DE HONRA DA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE VIANA DO CASTELO 2007/2008.

Humildade na vitória e honra na derrota, vamos dizer presente e gritar:

VIVA O SPORT CLUB MELGACENSE!

À equipa tecnica e direcção um abraço de parabéns e um ..... continuem rapazes!