OS MEUS LIVROS 1
TEMPO LABOREIRO
RICARDO LIMA
EDIÇÕES AFRONTAMENTO
1ª EDIÇÃO
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TEMPO LABOREIRO
RICARDO LIMA
EDIÇÕES AFRONTAMENTO
1ª EDIÇÃO
TEMPOS MODERNOS
Gigantes de papel, cópias balofas,
Olhai, gente bondosa, não toqueis!
As sombras dos heróis de falsa guerra,
Maltratam o saber dos cultos mestres,
Não toqueis!
Há perigo no tocar, tende cuidado!
Os gigantes de papel, estátuas balofas,
Trazem nódoa maculada… verborreia…
Figurinos do saber… e nada sabem…
Mui famintos do poder… e tudo podem.
DO SUBLIME AO GROTESCO
POESIAS
João Vilas
ANCORENSIS
2000
p.76
foto de galicia confidencial
SORRISOS DA JANELA
Do mais alto ponto, da janela,
Eu vi-te a passar à minha porta;
Chamei de lá por ti e tu sorriste…
Mas teus cabelos pretos, tão risonhos,
Do dia em que te vi e tu me viste,
Puseram-se sisudos e tristonhos…
É meu ser fiel lembrança triste
Agora que te vejo ao longe em sonhos.
Continuo, por isso, à janela
E ainda que em ti eu esteja ausente
Qualquer hora é para renascer;
Manhãs de nevoeiro, denso, quente,
Nesta agonia de nunca mais te ver…
DO SUBLIME AO GROTESCO
POESIAS
João Vilas
Edição ANCORENSIS
2000
p.35
MELGAÇO
Melgaço é aquele abraço
Sem fronteiras,
Que desliza por vinhedos,
Fragas e ribeiras,
Acenando à Galiza
E sussurrando ao Minho seus segredos…!
Vem, Amigo,
Sentir porque choram de frio
As margens do rio em pleno inverno!
Descobrir a natureza em pranto,
Naquelas almas serranas
Vestidas de negro, imaculadas de branco!
Partilhar do gesto fraterno.
Quando a Serra desce às portas da Ribeira
Para abraçar a Vila em dia de feira!
Escutar a Canção do Emigrante,
Na hora longa da partida
E num curto instante de chegada!
Percorrer as pedras da velha calçada,
De Fiães a Castro Laboreiro,
De Paderne até à Orada!...
Melgaço… feito de pedra morena,
Torre de Menagem
Legenda da coragem de Inês Negra!...
Mais, muito mais.
Do que mil e uni matizes
Pintados em paisagem natural,
Melgaço, Amigo,
É luta, caminho raízes.
Pedaço deste nosso Portugal!
Retirado de: VIAGENS
Francisco José Carneiro Fernandes
ANCORENSIS – Cooperativa de Ensino, C. R. L.
Vila Praia de Âncora
2000
DIÁSPORA
Trazem a poeira longínqua das estradas
e a pressa de erguer a casa.
Trazem o suor das usines
e a solidão alta dos guindastes.
Trazem a memória de subir a corda
e cortam o pão com a mesma força
de quem vingasse um passado recente.
Eles são a esperança,
o peso da consciência,
a sombra de si próprios.
Em seu nome erguem-se as estátuas
honram-se os santos e
talvez um dia se proclamem os feriados.
Partem sempre depois de cada agosto
com o pintor das uvas.
E recomeçam.
NOTÍCIAS DO REENCONTRO
(Poemas)
Castro de Melgaço
Edição do autor
1991
Rua de Baixo - Ao centro, a casa de Iasousa
VELHO MELGAÇO
Quero cingir-te num longo abraço,
Descansar no teu peito a vida inteira;
Passar contigo a noite derradeira…
Fechar os olhos em teu doce regaço.
Porque só tu, só tu, velho Melgaço,
És para mim a sublime e verdadeira
Ama. Teu verde chão, pela vez primeira,
Viu meus pés darem seu primeiro passo.
Escuta, por favor, o meu apelo:
Abre, para mim, teu corpo inebriante…
Nele por fim vai minha alma fundir-se!
Se há mistério em ti, quero sabê-lo:
Conta-o a este cansado caminhante,
Que em teu níveo seio quer exaurir-se!
Os Meus Sonetos (e os do frade)
Joaquim A. Rocha
Edição do autor
2013
p.55
INÊS NEGRA
Estavas, linda Inês, tão repousada,
Saboreando a árdua e sã vitória,
Sobre a traidora vil de má memória,
Que chamam por desdém d’Arrenegada!
Eis senão quando, mente arrebatada,
Não temendo ferir honra e glória,
Apaga, com um só golpe, da História,
Tua figura de heroína abençoada!
Querem metamorfosear-te em lenda,
Levar-te para o museu das velharias;
Roubar-te o nobre troféu cobiçado.
Regressa, bela virago, à contenda,
Desenterra as armas das armarias,
Reconquista teu renome ameaçado!
Joaquim Rocha – Os Meus Sonetos (e os do frade)
Francisco Augusto Igrejas, filho de Francisco Augusto Igrejas e de Deolinda A. Fernandes, nascido a 30 de Abril de 1916, na Vila de Melgaço.
Após o exame do 2° grau, aos 12 anos, exerceu a profissão de alfaiate, como seu pai, até aos 23 anos, data em que casou com Dinora Rodrigues Nabeiro, a 10 de Abril de 1939.
Foi empossado no Cartório da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço no dia 1 de Julho de 1940, cargo que exerceu durante 42 anos.
Em 6 de Novembro de 1959, depois do exame feito na Escola de Enfermagem do Hospital de S. João – Porto –, diplomou-se como Auxiliar de Enfermagem nunca exercendo, porém, essa profissão oficialmente.
Depois do « 25 de Abril », e logo que foram oficializados os hospitais concelhios, passou a fazer parte do quadro dos funcionários do Centro de Saúde de Melgaço com a categoria de 2° oficial.
Influenciado pelas Gazetilhas que o saudoso professor Ribeiro da Silva publicava no semanário « Notícias de Melgaço », sob as suas indicações e seus ensinamentos, lançou, no referido semanário (mas só depois do seu afastamento da nossa terra e com a sua permissão pois era ele o director do referido jornal) as gazetilhas assinadas F.A.I.J, algumas das quais o meteram em sérios apertos. Felizmente tudo passou, tudo esqueceu, e ainda bem !...
Como outro « hobi » não tem, vai fazendo quadras com versos de pé quebrado, pois que para mais não tem « bagagem ».
O autor
POESIA POPULAR
Autor : Francisco Augusto Igrejas
Capa : Manuel Igrejas
Edição : Cadernos da Câmara Municipal de Melgaço n° 6
CÂMARA MUNICIPAL DE MELGAÇO 1989