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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

OS SEISCENTISTAS

melgaçodomonteàribeira, 12.11.16

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CAPITÃO PEDRO DE FARIA E SOUSA

(…)

«Por motivo da morte de Manuel de Faria e Sousa se passou de Castella a este reino com toda a sua família, seu filho o Capitão Pedro de Faria e Sousa, onde foi bem recebido por el-rei D. João IV, que por alvará de 9 de Março de 1651, lhe fez mercê de um logar de justiça que estivesse em relação com a sua pessoa, attendendo à falta de meios em que se achava ao ter-se passado de Castella a este reino e ser filho de pessoa tão benemérita n’elle pelos escriptos e obras que compoz e deu à impressão, e na mesma data lhe faz mais mercê de uma tença de 50$000 na reguengo de Aguiar.» (Op. cit., I, p. 336.) Joaquim de Vasconcelos publicou uma carta dirigida ao capitão Pedro de Faria, governador de Castelo de Castro Laboreiro, com data de 11 de Fevereiro de 1653; nela se tratava de contratar um músico castrado (capon) que estivera com noventa escudos de salário na igreja de S. Tiago, dizendo «ya lo he oydo e su musica no es mucho avantajada». Esta carta foi pelo capitão Pedro de Faria remetida ao visconde de Vila Nova de Cerveira, da província do Minho, que a mandou ao secretário das mercês Gaspar Severim de Faria.

 

História da Literatura Portuguesa (Recapitulação)

Vol. III – Os Seiscentistas

3ª Edição

Teófilo Braga

Edição – Imprensa Nacional-Casa da Moeda

Novembro 2005

p. 291

A FILHA DO CAPITÃO

melgaçodomonteàribeira, 06.08.16

 

(…)

“Calma”, pediu Baltazar, sempre concentrado num documento. Passou os olhos pelas letras, fungou, murmurou sons imperceptíveis e, após mais uma eternidade a decifrar o texto, captou finalmente o sentido. “Diz aqui que temos direito a trinta dias de licença.”.

Um murmúrio de satisfação encheu o abrigo, todos se entreolharam e sorriram. Já se imaginavam no Minho, com a família, a ajudar na lavoura, a banharem-se no Cávado, no Este, no Lima, a dançar o vira, a cavar a terra, a apanhar a uva, a encherem os espigueiros, a comer um cozido regado com um verde de Melgaço, mas que grande narça iriam apanhar na primeira noite entre os seus.

“Um mês”, repetiu Vicente, sonhador.

“Ah se eu me apanho no Minho, a cheirar os carvalhos e os teixos do Gerês, ou a respirar aquele ar das brandas, lá no alto da serra, nunca mais me põem os olhos em cima”, sentenciou Baltazar, cerrando as pálpebras com sentida nostalgia. “Que categoria. Escondo-me lá no mosteiro de Pitões e a tropa que se pine.”

 

A Filha do Capitão

José Rodrigo dos Santos

Edição Gradiva

31ª Edição Junho 2016

  1. 424, 425

 

PESQUEIRAS DO RIO MINHO

melgaçodomonteàribeira, 14.12.13

 

 

Ao dedicarmos este trabalho às pesqueiras do rio Minho, fomos sobretudo motivados pela divulgação de um valioso acervo de construções populares existentes na margem esquerda do curso transfronteiriço e ainda utilizadas para se armarem artes de pesca. Em tal objectivo compreendia-se, em primeiro lugar, o estudo da valia histórica deste Património, abordagem centrada essencialmente na análise da evolução do respectivo regime de propriedade e exploração. Começámos por recorrer aos trabalhos de alguns investigadores da história das comunidades ribeirinhas da margem esquerda, em que se salientam o P.e Bernardo Pintor e o Dr. César Esteves. Às suas pesquisas ficamos a dever o conhecimento das primeiras referências a pesqueiras em documentos medievais sobre doações, datando as mais antigas do séc. XI. Cedo nos demos conta de que a propriedade das pesqueiras, de início, foi essencialmente monástica e, por consequência, recorremos aos Arquivos em que se encontra depositado o espólio documental proveniente dos mosteiros de Longos Vales, Paderne e Fiães. Não fomos exaustivos nesta fase do nosso trabalho. Temos consciência de que muito ficou por pesquisar, particularmente no que respeita aos séculos XIII e XIV. Do mesmo modo, o domínio das pesqueiras por outros senhorios, como o da Sereníssima Casa do Infantado, não foi objecto da nossa análise julgando embora ser uma área de investigação a não descurar em futuros trabalhos sobre o tema. Optámos, assim, por proceder a uma amostragem escolhendo três fases principais da evolução histórica na titularidade da posse das pesqueiras: a do início da concentração senhorial, a da desamortização liberal e a da co-propriedade em regime de herdeiros. Tratando-se de um trabalho visando a divulgação, procurámos, balizados pelo fundo mais geral da evolução da sociedade portuguesa, descrever, previamente, a conjuntura política que preexistiu às mudanças. Apesar disso, julgamos que a nossa abordagem à história da propriedade das pesqueiras poderá também vir a interessar investigadores universitários para futuros desenvolvimentos. A Ribeira Minho carece de estudos de síntese como de carácter analítico sobre a sua memória colectiva!

 

As pesqueiras do rio Minho

 

Antero Leite

 

COREMA – Associação de Defesa do Património

 

Caminha

 

1999

 

Edição com apoio financeiro da

ADRIMINHO e PROGRAMA LEADER II

 

Comparticipação financeira da

 

Câmara Municipal de Monção

Câmara Municipal de Melgaço

 

PESQUEIRA FOLHETEIRO-COULE-BRANDOURO

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

 

 PESQUEIRA FOLHETEIRO-COULE-BRANDOURO

 

CHAVIÃES

 

 

   A pesqueira "Coule" pertencia ao Mosteiro de Fiães que cedia metade do seu domínio útil a consortes que pagavam aos monges um foro de duas lampreias.

   Em 01//05/1875 foi anunciada pelo "Diário do Governo" a venda de metade desta pesqueira por 120$000 réis tendo a hasta pública sido realizada em 5 de Junho daquele ano no Governo Civil de Viana do Castelo, desconhecendo-se quem a arrematou.

   Segundo uma Estatística da Pesca, publicada em 1903, a pesqueira Coule pertencia aos consortes José Cândido Gomes de Abreu e outros.

   É uma zona de perigosa pesca. Tem havido vários acidentes, um deles mortal, ocorrido por volta de 1924, quando um pescador pretendeu utilizar a Brandouro situada no meio do rio e de águas muito agitadas. O barco em que seguia virou-se e ele afogou-se (seg. Depoimento do Sr. José António Pinto de Chaviães).

   Obras nesta pesqueira poderiam ter sido justificadas por "atentado dinamista", que implicou a investigação policial noticiada pelo jornal "O Melgacense" de 19 de Dezembro de 1926.

 

 

Notícia publicada no jornal "O Melgacense" n° 43 de 19 de Dezembro de 1926

 

   "Na penúltima semana regressou a Lisboa, onde é digno Agente da Polícia de Investigação Criminal, o Sr. José Anacleto de Jjesus que entre nós esteve tratando de investigar acerca de um atentado dinamista perpetrado na pesqueira 'Coule' sita no Rio Minho, nos limites da freguesia de Chaviães, de que é proprietário o Sr. Manuel Esteves, residente em Lisboa."

 

Retirado de:

 

ACER – Associação Cultural e de Estudos Regionais

 

http://acer-pt.org