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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

HOMENAGEM À LAURINDA DO MANCO

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

 

A 24 DE ABRIL DE 74 ÉRAMOS ASSIM

 

 

   Um dia, princípios de Março ou ainda fins de Fevereiro, o Zé, anafado e risonho, confidenciou à malta que algo se preparava. Que em Lamego “estava tudo sobre rodas” (sic). A Isabel guinchava, a Fernanda saltava e eu nem se fala. Aquelas reuniões fim de tarde prolongavam-se noite fora em casa da Fernanda e do Zé (Ferraz) com a Joana. Ou em minha casa com a João e a Teresa Feijó. Ou no Marco com a Isabel e o Jorge Baldaia. Ou em casa do Manuel Strecht Monteiro e da Lionida. Enfim, andávamos a meio metro do chão, levitantes, sorridentes, a rebentar de esperança, de vida, de juventude. “Agora é que é”, dizíamos. E as actividades conspiratórias paralelas redobravam. Era a edição e venda clandestina de livros proibidos. Eram as “passagens de fronteira” com desertores e emigrados políticos, onde se distinguia, corajosa e lindíssima, a Laurinda Alves, na altura namorada do Manuel Simas que, enquanto estivera de delegado do procurador da república em Melgaço organizara uma verdadeira porta de saída com a ajuda do Zé Ataíde e do Zé Teixeira Gomes, cuja mulher, uma brasileira, doida varrida, animava as hostes estudantis nas lutas académicas portuenses. Estávamos vivos, carago!

   O dezasseis de Março falhou, como se sabe, mas nós nem por isso desanimámos.  …………………..

 

Vosso, sempre

 

d’Oliveira

 

Retirado de:

 

Diário político 19 – Incursões

 

http://incursoes.blogs.sapo.pt/1002392.html?thread=3104152

 

A RAIA

melgaçodomonteàribeira, 07.03.13

 

 

PAULA GODINHO

 

FSFH/UNL e CRIA

 

 

   Apesar do desanuviamento das relações entre Portugal e Espanha, com escassos seis anos de premeio, duas obras foram publicadas com uma preocupação similar, em 1758 e em 1764. A primeira, da autoria de Gonçalo da Silva Brandão, denomina-se ‘’Topografia da fronteira, praças e seus contornos, raia seca, costa e fortes da província de Entre Douro e Minho delineada por Gonçalo da Silva Brandão’’, e a segunda, da autoria de D. José Cornide, é uma ‘’Descripcion circunstanciada de la costa de Galicia y raya por onde confina con ele inmediato reino de Portugal hecha en el año de 1764’’.

   No texto de Gonçalo Brandão, a topografia enfatiza as praças-fortes das vilas de fronteira, num itinerário defensivo que circunscreve a raia norte. Na legenda da carta topográfica do rio Minho entre Valença e Melgaço o autor anota que ‘’Continua o rio até Melgaço, onde não há cousa de notar mais que o Salto, penedos de uma e outra parte, por entre os quais corre o rio, e qualquer homem salta de um reino a outro, e por isso se lhe deu o nome de Salto’’. (Brandão, 1758: 10). Alheio à vida local, salienta a vertente de ligação das populações dum e doutro lado do rio que, tal como se notará nas suas observações acerca do castelo de Castro Laboreiro, lhe parece reprovável:

 ‘’Sobre uma serra inacessível está situado o tal castelo, em forma prolongada, diviso em dous de pedra de cantaria. Não sei quem possa defender entrada, nem passagem, e o préstimo que lhe julgo é servir para ninhos de águias (onde há muitas) e covil de ladrões. Os moradores de Castro, gente indómita e intratável, estão aliançados com os galegos’’ Brandão, 1758: 14’’.

   Nas preocupações deste engenheiro, a quem o marquês de Pombal encomendara a inspecção da raia, é evidente a perspectiva exterior, de um Estado que quer conhecer-se a partir do centro, com a finalidade de identificar as potencialidades e as riquezas.

   Da mesma época é a obra de D. José Carnide (1764). Enquanto na do português Brandão encontramos laivos regionalistas, este é um texto caracteristicamente  iluminista,  assente na discrição enciclopédica  da geografia e com idênticas preocupações de cariz militar.(7)

   No texto de Cornide assume uma feição paradoxal a atenção dada parágrafos sucessivos à existência de lugares mistos (de convivência entre portugueses e espanhóis) e a intransponibilidade da fronteira em termos militares. Se nas duas obras se enumeram e caracterizam as barras, atalaias, castelos e fortificações, Cornide descreve-os em ambos os países, enquanto na obra de Brandão só o lado português era alvo de atenção circunstanciada.

 

   (7) Estes cuidados ficam patentes acerca de um convento em Verín que ‘’pode surgir numa urgência como hospital de campanha (Cornide , 1564: 159), em considerações  acerca de Castro Laboreiro: ‘’Na parte de Portugal há um castelo antigo de pouca defesa e menos fortaleza: mas está situado num cerro tão empinado, escabroso e rodeado  de montanhas tão inacessíveis que parece impossível atacá-lo, nem depois serviria de muito.’’ (Cornide, 1764: 147), ou na avaliação que faz da disponibilidade  de homens robustos para a guerra a quem só faltariam as armas e os chefes para poderem conter os inimigos (Cornide 1764: 154).

 

 

Texto integral em www.euskomedia.org

 

Camborio Refugiado 

 

MEMÓRIA DA GUERRA CIVIL DE ESPANHA V

melgaçodomonteàribeira, 05.03.13

 

 

O que o chamou às Astúrias da segunda vez?

“Tinha lá um irmão na construção de estradas.”

E nas minas, em que trabalhava?

“Não trabalhava nas minas, mas para as minas, era serrador.”

Mas aquela história das imagens a arder…

“Olhe, a madeira dos santos estava pintada e ardia bem, mas chiava. E um companheiro lá da cozinha comentava: filho da p*ta, ainda bufas!”

O construtor da estrada?

“Era um tal Martins, português, aqui de Crecente. Éramos 80 homens a trabalhar.”

Mas o sr. Manuel Alves recorda-se de fuzilamentos?

“Aqueles que os nossos apanhavam. Pediam sempre voluntários para fuzilar, mas nunca quis, nem para ver. Também não faltava quem quisesse.”

Com o cair da tarde, a conversa tomou rumos práticos e Manuel Alves diz que não tem documentos de ter pertencido ao exército da República.

“Mesmo assim, digo-lhe, há registos em Salamanca, em Madrid, nos arquivos espanhóis, é uma questão de os mandar procurar.”

Afinal, trata-se da primeira vez que lhe aparece a probabilidade:

“Sempre era mais uma reformazinha…”

 

Entrevista de Viale Moutinho, Diário de Noticias 11/08/98, com Manuel Alves “o manco do talho”.

 

MEMÓRIA DA GUERRA CIVIL DE ESPANHA IV

melgaçodomonteàribeira, 05.03.13

 

 

O CONTRABANDO


“Um carabineiro disparou contra mim e acertou-me na perna. Foi no contrabando, estive internado no Hospital de Ourense…”

Manuel Alves, regressado das Astúrias, integrava-se perfeitamente nas andanças do contrabando, levando para lá o que fazia falta na Espanha e trazendo o que fazia falta em Portugal. Poderíamos dizer que eram graças de São Gregório.

“Ao passar o rio, aparecem os carabineiros aos altos. Íamos uns 15 e eu o da frente. Escondi a carga num sítio e fugi para o outro. Estava a ver os meus companheiros e fiz-lhes sinal. Havia um penedo por onde podiam voltar para Portugal. Não contávamos ali com aquela tropa. E eles lá conseguiram passar. Com a minha carga escondida na Espanha, só a queria recuperar e sair dali…”

Que contrabandeava nessa altura?

“Ovos e galinhas. Os meus companheiros conseguiram fugir, mas eu, como tinha ali a minha carga, arrisquei, mas dei de caras com um carabineiro que queria saber onde ela estava. Disse-lhe que não tinha carga nenhuma. Obrigou-me a acompanhá-los. Eu falava bem espanhol e queria ir a Portugal, a ver se os levava. Então, um deles puxa de uma pistola e pumba. A bala entrou-me por aqui, atravessou esta perna, rebentando ossos, artérias, veias, não houve remédio, e ainda me feriu a perna esquerda. Esta, em oito dias ficou boa, mas a direita perdi-a e foram três meses no Hospital de Ourense. Depois fui à Alemanha comprar esta prótese.”

Isso foi quando?

“Aí à volta de 1940. Depois casei e recomecei a vida, a trabalhar. Não larguei o contrabando, claro. Mas era como organizador, mandava outros. As coisas escondiam-se perto de minha casa. Pusemos um comércio na vila. Era uma casa de comidas e dormidas, mercearia e talho. Desenvolveu-se, criámos três filhos.”

O que se contrabandeava nessa altura?

“De lá para cá, ferragens, bicicletas, e de cá para lá, ovos, galinhas, alimentos. Sabão, café, o que fosse.”

 

(continua)


MEMÓRIA DA GUERRA CICIL DE ESPANHA III

melgaçodomonteàribeira, 05.03.13

 

 

Integrou o Batalhão Máximo Gorki, onde havia “numerosos portugueses”.

O leitor recordará já aqui ter trazido o depoimento de outro soldado, de Fafe, a viver em Barroso, que esteve nesta mesma unidade, sedeada em Gijón.

“Comecei por ser maqueiro, andávamos pelo monte, a recolher os feridos. Assim corri praticamente todas as frentes. Depois fui ajudante de cozinheiro, embora nunca tivesse cozinhado. Passei então a estar sempre longe da linha de combate. Creio que nunca dei um tiro. Meteram-me então a ajudante de cozinha e estávamos sempre longe da linha de fogo. Era numas mulas que lhes mandávamos as refeições, duas vezes ao dia: muita carne, batatas, arroz, lentilhas. Éramos seis a cozinhar, estávamos ora numas casas alugadas para aquilo ora em igrejas, conforme.”

Na verdade, nunca deu um tiro?

“Nunca, nem sei como se mexe numa arma! Mesmo assim, tive os meus momentos de perigo. Um dia de manhã, levantei-me para fazer o pequeno-almoço para os outros cozinheiros que ainda estavam na cama. Aquilo foi numa altura de muito bombardeamento aéreo. Eu, então, saí do quarto e ficou a dormir o meu parceiro, e não é que uma bomba o matou? Isto foi perto de Oviedo, quando os do Franco já estavam a tomar a cidade.”

Entretanto, marginalmente, sorrindo e falando a meia-voz foi-me dizendo que, em matéria de combustível… os santos das igrejas eram de uma madeira que ardia muito bem!

Depois?

“Quando nos prenderam, levaram-nos para Luarca, onde havia um campo de concentração. Éramos muitos. Lá passámos uma vida terrível: dormíamos na palha do chão, vivíamos a toque de corneta. Até quando havia geada nos obrigavam a tomar banho de mar! E, entretanto, andavam a pedir informes meus…”

 

(continua)


MEMÓRIA DA GUERRA CIVIL DE ESPANHA II

melgaçodomonteàribeira, 05.03.13

 

 

 Para trás, Manuel Alves deixava os tempos do Batalhão Gorki, comandado por Horácio Arguelles, a derrocada republicana das Astúrias e uns meses no campo de concentração de Luarca.

Poderia ter sido despachado para o outro mundo por um pelotão de fuzilamento ou meter os ossos anos a fio na cadeia, mas, como se disse, nem sequer cá foi chamado para cumprir a tropa.

Escapou e pronto.

Pelos vistos, os necessários pedidos de informação sobre a sua pessoa, para instrução do processo que o implicava, receberam respostas altamente abonatórias, desde os antigos patrões na construção de estrada ao presidente do município melgacense e respectivo pároco.

Todos o deram por solteiro e bom rapaz, um santo, pelo que pôde regressar a uma profissão digna de arraiano: contrabandista.

Aliás, pouco antes dos finais de 1938, já os franquistas, com forte apoio dos italianos e da Legião Condor, tinham tomado as Astúrias.

Assim, se a repressão começava para os que ficavam, para alguns, como ele, era hora de regressar.

“Trabalhava na construção de uma estrada em Tebongo, quando estourou a guerra. Comigo estava um cunhado, que morreu no campo de batalha, e a minha irmã Deolinda estava lá a trabalhar na cantina da empresa. Eu era socialista e logo entrei para as milícias e depois para o Exército Popular.”

 

(continua)


A PARISIENSE II

melgaçodomonteàribeira, 05.03.13

 

Antiga Pensão Parisiense

 

 

— A Parisiense!

Contou e recontou pelos dedos e chegava sempre à mesma conclusão; nunca pregara um calote na Parisiense. Estava salvo o dia. A pressa passou a tanta que os que levavam com a perna de pau do manco da Boavista se voltavam a resmungar:

— Vê onde pões o pau, ó manco.

— O homem é maluco.

Ti António, manco da Boavista, dirige-se à patroa, pessoa de mui bom nome na praça que há anos tinha deixado a serra e correu as sete partidas da Europa para manter a caterva de filhos e se tinha fixado na Vila com a Pensão Parisiense, quem sabe se para não esquecer as agruras da vida em Paris:

— Senhora Esperança, tenho um pequeno favorzinho a pedir-lhe e agradecia-lhe que me ajudasse. É que tenho uns negócios a tratar, uma pessoa de bem, de Lobiô, com muitas cabeças de gado e gostava que não lhe faltasse nada à mesa e não lhe recebesse dinheiro nenhum. Tudo o que ele quiser e nada de dinheiro. Bem sabe, senhora Esperança, que um bom pasto só pode ajudar a fazer um bom negócio – filosofou o manco.

A senhora Esperança ia para abrir a boca, mas logo ele continuou:

— Ainda que o homem insista, diga-lhe que já pagou alguém. Ele perceberá. Antes do fim da feira, venho pôr a escrita em dia.

— Pois venham lá pela vossa hora que daqui não há problema.

Pouco depois do meio-dia, quando as ruas se despejavam e as tascas se enchiam, o manco e o amigo cliente na Parisiense abancados, deleitavam as papilas. O bom humor dos dois homens era manifesto. O diálogo era constante e apenas interrompido pelos risinhos de bem-estar e de mútua compreensão. As garfadas e os goles de verde, que melhor lhes fazia apreciar a carne estufada com batatas, assim como o olhar satisfeito do manco, eram prova que o negócio não tardaria a concluir-se. Assim foi. Uma vez a refeição acabada, o amigo do manco levantou-se para pagar.

— Está pago, logo informou a senhora Esperança recitando o texto do manco.

Este, sentado à mesa, fazia, discretamente, não com a mão e apontava para ele. O amigo, desolado por não poder pagar, voltou a sentar-se o tempo de retirar com um palito os restos da carne dos dentes. Ambos estavam satisfeitos.

— Bem, vamos tomar café, decidiu o manco ao mesmo tempo que se levantava e punha o chapéu.

— Então até logo, senhora Esperança.

A fita acabara. A senhora Esperança estivera à altura do papel desempenhado. Fora a farsa, o bobo do festim. E dizer que em noventa e quatro anos vividos, nunca entrou num cinema.

O manco da Boavista, ladrão e vigarista era mesmo um Charlot com perna de pau. A mãe não o parira, cagara-o.

Não mais pôs o pé que lhe restava na Parisiense.

 

 

A. El Camborio

 

Camborio Refugiado

 

A PARISIENSE I

melgaçodomonteàribeira, 05.03.13

 

Dia de feira em Melgaço

 

Eram as feiras de antão, as feiras de sempre, as feiras dos meus 13 anos, As tendas dos feirantes, montadas por baixo das árvores, ocupavam uma parte da Avenida. Os reis da feira eram, sem duvida alguma, os Ratinhos de Monção. Com mais de uma tenda, eram duas gerações que semanalmente marcavam presença. Era durante as férias escolares que a terceira geração era preparada para as subtilidades da venda, pelos Ratinhos seniores. Eram a esperança dos Ratinhos continuarem a nascer e morrer feirantes. No Terreiro Pequeno eram vendidos os produtos da região e os pequenos animais caseiros.

Eram as feiras da Tia Amália, dos seus legumes e frutas; da Tia Tibórnia que vendia cuequinhas rendadas a que nenhum homem resistia, dizia ela; da Tia Isabel Caçolas que, à porta da casa, no banco de pedra sentada, nos “assava” numa panela cheia de furos, por cima do fogareiro, as melhores castanhas da Vila. Eram as feiras da Churreira. Vinha das Adegas e era raro ir mais longe do que o Largo da Calçada. O tabuleiro de churros que trazia para vender era, praticamente, esvaziado pela gente que por ela esperava. A mulher do Chico Vizegre trouxera a receita da Espanha natal. Eram as feiras das revoadas dos rapazes a roubar laranjas e tangerinas que estavam nos açafates. Eram as feiras do “bota p’ró mula”, a camioneta do peixe. Para prevenir a gente da chegada iminente, começava a apitar em Galvão e só parava quando chegava à praça do peixe. Eram as feiras do Vitorino, do Amadeuzinho da Gave, do Lião de Cousso, do cauteleiro de Monção com farda e boné da Casa da Sorte. Homens e mulheres vinham de todas as aldeias e lugares para comprar, negociar, comer, ir à Casa Grande, encontrar gente… Nesse dia, os do monte apropriavam-se do cunhal do Hilário, ponto estratégico para controlar as idas e vindas da feira. Era na caneja das Carvalhiças, pelo lado de baixo da Avenida, que a gente vinha aliviar a bexiga, a tripa ou os testículos.

Nesse dia, com o trapo imundo que lhe servia de lenço e rivalizava em nódoas com o casaco azul cinzento, Ti António, o manco da Boavista, limpava o suor da cara e com olhar de doninha furava por entre o pessoal que saía da Casa Grande. O ar de preocupado desapareceu quando viu ao longe quem procurava. Com uma profissão como a dele, testemunha profissional, todo o cuidado era pouco; havia uma reputação a defender e uns dinheiros a sacar e o que neste caso estava em causa eram duas leiras de sequeiro bem perto do lugar que valiam boa nota. Não era caso para tratar no meio da praça. Subiu a rua que dá para o terreiro, furou entre os castrejos e encostou-se a meditar: no 26 nem pensar em entrar, no Carlota não passava da porta, na Quina do marinheiro era melhor fugir, o Lucas era o Regedor e homem p´ra lhe mandar a guarda atrás, no Sabino que por vezes servia de escritório só com dinheiro que ele não tinha.

 

 

(continua)