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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

CURIOSIDADES HISTÓRICAS MELGACENSES

melgaçodomonteàribeira, 04.01.25

2 1886- minho pitoresco-convento fiães-desenho jo  

Pré-História – Abrigo das Pinturas (Santa Eufémia, Castro Laboreiro, Melgaço)

Sito na margem direita da Ribeira da Caranguejeira, também conhecida por Ribeira de Sirol…. alguns investigadores a datá-las do Calcolítico.

    Séc. IX – D. Afonso III das Astúrias, o Magno, dá povoação de Castro Laboreiro e Castro ao Conde D. Hermenegildo, avô de S. Rosendo, por este ter vencido Witiza que se havia revoltado; durante o domínio do Conde galego, o Castro foi adaptado a castelo, caindo depois em poder dos mouros.

    851 – anno fundação do Mosteiro de Feaes.

    1125 – No território português, a feira mais antiga que se conhece é a de Ponte de Lima, cuja criação data de 1125, seguida, ainda no sec. XII, das feiras de Melgaço e Constantim de Panoias (Vila Real).

    1141/04/16 – D. Afonso Henriques dá carta de couto ao Mosteiro de Paderne, com a obrigação de «… et hospites ac peregrinos ricipiante...»

    1144 – D. Afonso Henriques conquista o Castelo de Castro Laboreiro.

    1173/24/10 – Infante D. Henrique doa ao Mosteiro de Fiães os bens sitos entre Melgaço e Chaviães.

    1187 – Início da construção da Igreja de Santa Maria (Matriz).

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    1212 – Invasão Leonesa arrasa Castelo de Castro Laboreiro.

    1263 – No tempo d’el-rei D. Affonso, era de 1301, o mestre Fernando consertou este muro. Martinho Gonçalves, castelleiro d’el-rei nosso senhor, cercou de muros a villa neste ponto.

    1290 – D. Dinis reconstrói Castelo de Castro Laboreiro.

    1319 – Igreja de Lamas de Mouro passa a património da Ordem de Malta

    1328 – Lourenço Gomes de Abreu, embaixador de Afonso IV a D. Jaime II de Aragão

    1340 – Lourenço Gomes de Abreu, embaixador de Afonso IV ao rei Afonso II de Castela

    1348 – el cabildo de la Catedral de Tuy afora a Rodrigues Eanes y a su mujer María, vecinos de Melgaço, un casal en la felegresía de San Payo de Padem (Paderne), por lo que deben pagar seis libras portuguesas viejas.

    1357 – Vasco Martim da Cunha, alcaide mor de Melgaço e Castro Laboreiro.

    1375 – D. Fernando deu a alcaidaria de Castro Laboreiro a Estêvão Anes Marinho.

    1382 - Fernão Peres Churrichão, nobre galego foi alcaide do castelo de Melgaço.

         - Carta d’ElRey Dom Affonso V. em que faz merce ao Marquez de Villa Vissosa dos Castelos de Guimaraens, Melgaço, Castro Laboreiro, e Piconha.

    1388 Fevereiro 21, (arraial sobre)(5) Melgaço – D. João I autoriza o corregedor, juízes, vereadores e procurador do concelho a escolherem um homem-bom da cidade para desempenhar o cargo de juiz das sisas, tal como faziam no reinado de D. Fernando.

(5)Nesta data ainda não tinha terminado o cerco a Melgaço, pelo que o documento terá sido elaborado não na vila, mas sim no arraial das forças que a sitiavam (Humberto Baquero Moreno, Op. Cit., p. 244).

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    1388 Fevereiro 21, arraial sobre Melgaço – D. João I determina ao corregedor e concelho de Lisboa que escolham um novo juiz dos barregueiros casados e das feiticeiras, por motivo de morte de Gonçalo Lourenço, anterior detentor do cargo.

    1431 – Devido à falta de moradores Melgaço passa  a couto de homiziados.

    1441 – O Infante D. Pedro escreveu ao conde D. Afonso de Barcelos, para que este mandasse o referido alcaide à corte, para justificar-se das queixas contra ele apresentadas pelos moradores d Melgaço.

    1460 – D. Afonso V doa Melgaço ao Marquês de Vila Viçosa, filho do Duque de Bragança.

    Mestre de Aviz – Tendo deixado a família entregue aos cuidados dos monges beneditinos de um mosteiro da Galiza, John of Gaunt (Joam Duque dAlencrasto) encontrou-se com D. João I na Ponte do Mouro, entre Melgaço e Monção.

   ‘’E imdo asy seu caminho da parte quem da Ponte do Mouro, o Duque pareçeo  da outra parte, que vinha por par de Melgaço, que estava emtão por Castella.

    1483, 26/06 – Fernão de Castro, alcaide mor de Melgaço.

    1500 – Pêro de Castro, era alcaide mor de Melgaço, fidalgo da casa do duque e vedor da sua fazenda, sendo citado diversas vezes no foral concedido por D. Manuel a Melgaço, a 3/11/1513, no ano em que parte para Azamor.

    1509, Rodrigo de Freitas – Português de Melgaço, cavaleiro fidalgo, nascido em 1509, foi sucessivamente almoxarife, escrivão do armazém de mantimentos, escrivão da Matrícula em 1552 e finalmente, Provedor da Fazenda da Bahia.

    1513/3/11 – Foral de Melgaço concedido por D. Manuel I.

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    1531 – A misericórdia de Melgaço recebeu alvará de D. João III para incorporar o hospital de S. Gião.

    1578 - Pedro de Castro, Alcaide-Mor de Melgaço - Morreu a 4-8-1578 – Alcácer-Quibir. Alcaide de Melgaço Comendador da Ordem de Cristo

    1643 - António Machado da Guerra e Maia – foi soldado valente, e que no exército comandado por D. Gaspar Coutinho, nas guerras da aclamação, muito se distinguiu na tomada de Melgaço em 1643 …

    João Rebelo Leite - … acudiu pressuroso ao rebate, que os galegos deram em Lamas de Mouro, pela aclamação de D. João IV.

    1645 - Manuel do Crato da Silveira - Morreu a 8-3-1673. Com testamento, onde constituiu Capela. Em 1645 era prior em Melgaço.

    1683 – Carta de confirmação. Carta de D. João I, que escusa os moradores da vila de Melgaço do pagamento de certos encargos. Carta de D. João I em que se lhes concede uma feira mensal com alguns privilégios.

    1708 – Fr. Antonio de Nossa Senhora dos Anjos Melgaço, naceo no Termo de Melgaço., Provincial dos Franciscanos E. Oratio in laudem Excell. D. Fr. Josephi Mari& Fonseca ab Ebora. Lisboa 1742., e Sahio na Colleção dos Aplauzos de Lisboa a este Bispo.

    1721 – Agostinho José de Castro, natural de S. Salvador de Paderne, da Villa de Melgaço, filho de Miguel de Castro Soares de Vasconcellos, Fidalgo da Casa, e neto de Agostinho Soares de Castro.

    Fidalgo Cavalleiro, por Alvará de 16 de Fevereiro de 1721.

    Livro 13 das Mercês d’ElRei D. João V, folhas 363.

    1722 - Alvará de mercê de foro de cavaleiro fidalgo com 750 000 réis de moradia por mês e 1 alqueire de cevada por dia a António Cardoso de Meneses e Vasconcelos, natural de Vila de Melgaço, filho de António Gomes de Lima; Cavaleiro Fidalgo da Casa Real.

         - Alvará de mercê de foro de cavaleiro fidalgo com 750 000 réis de moradia por mês e 1 alqueire de cevada por dia, concedido a Ventura Cardoso da Gama Gomes, natural de Vila de Melgaço, filho de António Gomes de Lima; Cavaleiro Fidalgo da Casa Real.

         - Alvará de mercê de foro de cavaleiro fidalgo com 750 000 réis de moradia por mês e 1 alqueire de cevada por dia a José Cardoso da Gama Leite, natural de Vila de Melgaço, filho de António Gomes de Lima; Cavaleiro Fidalgo da Casa Real.

Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, liv. 13 f. 303v.

    1743 - 1/10, no primeiro do mês passado se celebraram na Vila de Melgaço os desposórios da Senhora Princesa do Brasil com o Senhor Infante Dom Pedro a cujo acto assistiu toda a nobreza da mesma Vila, e seus contornos, e se festejou com banquetes, serenatas e cavalhadas#. (GL nº 40, 01.10.1743.

(#diversão popular, em que vários contendores, montados em cavalos ou jumentos, procuram com lanças ou canas, enristando-as, obter vários prémios, ordinariamente frangos ou patos e outras peças, suspensas de argolinhas).  (Dicionário de Morais, vol. VI, 10ª ed., Confluência,Lisboa. 1952).

    1750 - D. Joaquim Fidalgo da Silveira – 18/Junho/1750 – Alcaide – mor de Melgaço, parte para Londres para ocupar o posto de embaixador.

    1762/31/12 – Ofícios de João Baptista Dassier, juiz de fora de Melgaço, para D. Luís da Cunha Manuel, ministro da Guerra, sobre a prisão e recondução de soldados pagos e auxiliares desertores. (8 fls manuscritas)

    1766/1778 – O Conde de Bobadela, Governador das Armas da Província, mandou recolher no Castelo de Castro Laboreiro 400 homens e mulheres que se negaram a apresentar seus filhos recenseados para o serviço militar.

    1770/27/10 – Extinção do Mosteiro de Paderne.

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    1801 – Castelo de Castro Laboreiro é ocupado por tropas e defendido por 4 peças.

     1802/08/09, S. Paio de Melgaço – João José Caceto, pede informações ao Vigário Geral, padre Inácio José Peixoto, sobre as obras capitulares na Igreja de S. Lourenço de Prado – Cabido de Braga.

    1804 - Rodrigo António da Costa Pereira – (1722/1804) Tenente-Coronel do Exército, Governador da Praça de Melgaço.

    1808 - Invasões Francesas – Junot – Os primeiros levantamentos do povo contra o invasor ocorreram na cidade de Chaves, no dia 4 de Junho de 1808. Em Melgaço a revolta principia no dia 9 do mesmo mês. A 18 de Agosto, é a vez do Porto se revoltar……………………..

   E na fronteira norte da arquidiocese (Braga), Melgaço, já a 9 de rebelião aberta, assiste no dia seguinte ao TE DEUM e ao sermão de circunstância na Igreja da Vila com a presença das autoridades.

    1818 - Misericórdia de Ponte de Lima – Auxílio a Doentes – O caso de José Vidigal é enigmático. Este pobre de Melgaço passou em Ponte de Lima quando vinha de Lisboa, onde esteve a “tomar ares Pátrios”, e se direccionava para a sua terra. Foi provido com a esmola costumada e com cavalgadura. Não é totalmente perceptível a razão que terá levado este homem à capital, mas não restam duvidas que se encontrava doente.

    Miguelismo - De Melgaço, na fronteira com a Galiza, o governador militar pedia esclarecimentos a Lisboa e a Ourense sobre o rumor segundo o qual D. Miguel tinha desembarcado na Corunha, manifestando receio de que houvesse  partidários seus que quisessem atravessar a fronteira e de que partidários de D. Carlos viessem para Portugal.

    1822/08/03 – O sr. secretario Felgueiras deo conta  dos seguintes officios: de um do ministro dos negocios da justiça, remettendo uma consulta da junta do commercio, e cinco documentos, incluindo o resultado dos trabalhos da commissão da junta de commercio da villa de Melgaço: foi á commissão de commercio.

    1826 - Liberais – No dia 6 marchou a divisão a Melgaço, chegando no immediato à fronteira de Hespanha, perto da aldeia de S. Christobal, onde os perseguidores ainda chegaram a dar alguns tiros contra os perseguidos, tiros que foram os últimos que se dispararam n’esta campanha civil de 1826 a 1827.

    1836/10/3 – Correspondência de Sá da Bandeira para várias entidades sobre um guerrilheiro rebelde espanhol de nome Guillade e sua facção, uma quadrilha de 50 a 60 salteadores, captura do facínora Tomás de Quingostas e sobre a evasão de salteadores e assassinos das cadeias de Monção, Vila do Conde e Barcelos.(57 fls. Manuscritas e 16 fls.em branco)

    1839 – Manuel Antonio Fernández, de Vigo, que vivía em Melgaço, foi detenido e acusado de carlista pola policía portuguesa.

       – Actuaba en ambolos lados da raia o portugués Tomás Joaquim Codeço “Quingostas” ao fronte dunha partida composta por desertores y malhechores gallegos que actuaban en la Comarca que abarcaba los municipios de Castro Laboreiro y Valadares (Monção), apoyados por los proprios paisanos de la zona.

       27/03 – Correio de Lisboa – anúncio – Na rua dos Fanqueiros nº 79 loja, se vendem prezuntos de Melgaço de superior qualidade a 140 rs. O arrátel prezunto inteiro.

       16/05 – foi preso o pároco de Prado (Melgaço), acusado pelos liberais de cismático.

    1849 – 4 de xullo foi detido e preso en Melgaço (Portugal) o desertor de exército de Aragón Gabriel Martín Rincón, acusado de salteador.

           – 12/03 – Ofício do major L. de S. da Gama para Francisco Xavier Ferreira, sobre a actuação de guerrilhas no concelho de Melgaço, chefiadas por D. Domingos Bailão. (1 fl. manuscrita)

            – 22/04 – Correspondência do major L. de S. da Gama para Francisco Infante de Lacerda sobre as ocorrências no reino vizinho, pedindo a colaboração das forças militares estacionadas em Melgaço. (3 fls. manuscritas 1 fl. branco)

            – 23/04 – Ofício do Brigadeiro Fernando da Costa Leal, governador da praça de Valença, para Francisco Xavier Ferreira sobre a recepção de documentos e sobre o destacamento de militares para Melgaço de modo a combaterem as guerrilhas. (3 fls. manuscritas e 1 fl. branco)

                        – Correspondência do major L. de S. da Gama para Fernando da Costa Leal sobre os acontecimentos que ocorreram  na aldeia de Pontevedra, no concelho de Melgaço, que levaram a pedido de reforço militar para a captura da guerrilha de Romero. (4 fls. manuscritas)

    1857/10/04 – António Joaquim Durães, Paços, Melgaço, foi um advogado e político, militante do Partido Regenerador, que, entre outras funções, foi Governador do Distrito da Horta (de 24 de Novembro de 1904 a 4 de Julho de 1905) e do Distrito de Évora (de 4 de Julho de 1905 a 20 de Março de 1906, além de conservador da comarca de Melgaço e de auditor administrativo do distrito de Braga.

    1870/21/01 – Correspondência entre a 3ª Divisão Militar e o Ministério da Guerra acerca das buscas efectuadas numa casa, na freguesia de Fiães, concelho de Melgaço, com o objectivo de encontrar quatro caixotes com armas.

                             

   1873 - Isabel Falcão Leite – casou com Manuel Antas de Oliveira, filho de Alberto de Oliveira (nascido no Porto (Bonfim) em   13.6.1873 e f. em S. Mamede de Infesta em 23.4.1940) e de sua mulher Josefina Cândida Furtado  de Antas (nascida também em 1873 em Stªa Maria da Porta, Melgaço), com quem casou em S. Mamede de Infesta 10.9.1984. Neto paterno de Francisco António Pereira de Oliveira, natural de Ervededo, Chaves e de Carlota Sofia, também de Ervededo; neto materno de João Cândido Furtado de Antas, bacharel formado em Direito pela UC, Administrador do concelho de Viana do Castelo e fundador do jornal Aurora do Lima, 10º senhor da Casa da Preguiça, em Portuzelo, Viana do Castelo, e de sua mulher Corina Cândida Ribeiro Pereira.

    1884 – O primeiro registo das águas de Melgaço.

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    1885 – O primeiro engarrafamento de águas de Melgaço.

    1887, 06/11 – O Melgacense

 a 1, n 1 (6 Nov. 1887) a. 2, n 66 (7 Fev. 1889). Melgaço: (s. n.) 1887 – 1889.

    1890 – Visconde de Peso de Melgaço, título criado por D. Carlos I rei de Portugal a favor de Júlio César de Castro Sousa Menezes e Abreu.

    1893, 01/12 – Jornal de Melgaço

 Prop. e Ed. Duarte A. Magalhães. A. 1, n 1 (1 de Dez. 1893. Melgaço: D.A. Magalhães.

    1893, 01/15 – O Melgacense

 adm. José Cândido Gomes de Abreu; red. Annibal de Vasconcellos Passos. A 1, n 1 (15 Jan. 1893) a 1 n 2 (22 Jan. 1893). Melgaço: Manoel Joaquim Velloso, 1893.

    1896, 07/16 – Melgacense

 órgão do Partido Progressista e de interesses locaes; adm. e ed. Júlio Augusto Passos d’Almeida. A 1, n 1 (16 Jul. 1896) a 1, n 2 (23 Jul. 1896). Melgaço: J.A.P. de Almeida, 1896.

    1898 – Jornal de Melgaço

 órgão dos interesses locaes. Prop. Duarte Augusto Magalhães. A. 1 n 1 (1898). Melgaço: Manoel Joaquim Esteves Calçada, 1898.               

    1912 – Correio de Melgaço

Prado, semanário independente, Prop. Dir. Hermenegildo José Solheiro; Ed. António Rodrigues d’  

    1920 – A Neve

Castro Laboreiro, semanário independente. Director Abílio Alves Carabel; Ed. Germano Alves.

    1921 – Notícias de Melgaço

órgão dos interesses locais. Direct. Prop. Ed. Adriano Augusto da Costa.

    1926 – Melgacense

semanário regionalista. Director, Ferreira da Silva; Ed. Abel Dantas.

                 15 de Maio, criação dos Bombeiros Voluntários de Melgaço.

    1929, 14 de Abril – Inaugurada a Associação dos Bombeiros Voluntários de Melgaço.

    1933 - Empreitadas a Concurso – No dia 20 de Dezembro de 1933, realizam-se na sede da Junta Autónoma de Estradas os concursos das seguintes empreitadas:

  1. N. 1 – 1ª troço entre Pêso de Melgaço e a Ponte de S. Gregório.

               Base de licitação                                                          442 .692$80

    1935, 25 de Abril – Inauguração da Ponte Internacional de S. Gregório.

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    1935, 16 de Maio – Foi concedido o título de cidadão de Melgaço a António Oliveira Salazar.

    1936, 20 de Setembro – Comício anti-comunista em Melgaço contra o temido alastramento do perigo comunista, à solta em Espanha.  

    1938 – Quarta feira, 9 de Março de 1938 – Paiva Couceiro é preso na povoação espanhola de Arbo, fronteira a Melgaço.

    1944, Junho – A população de Prado, concelho de Melgaço, manifesta-se em comício contra a carestia de géneros alimentícios.

    1946 – A Voz de Melgaço

jornal regional; Ed. Pe. Carlos Vaz.

    1957 – Fundação do Sport Clube Melgacense.

    1961 – Júlia Fernandes, nasceu em Paços, é autodidacta na área da pintura e iniciou o seu percurso pictórico em 1996. Encontra-se representada em colecções privadas em Portugal, Espanha, França e USA.

   1974 - Guerra Colonial – Melgacenses Mortos

Manuel José Fernandes Almeida – Vila - Sold. Art. CArt2786 26/1/72 Combate

Osório Fernando Pires Lopes – Paços – 2Sg SMat – 2ºBCac14 7/2/66

    1975/10/17 – Bomba anticomunista em Melgaço.

    1993 – A EPRAMI (Escola Profissional do Alto Minho Interior) iniciou a sua actividade no ano lectivo de 1993/94 no concelho de Melgaço.

    1994 – Melgaço Hoje

  1. 1 n. 1 Dezembro 1994. Mensal. Dir. Luís Manuel Santos Vale.

    1997/08/08 – Inauguração do Solar do Alvarinho.

           Agosto – O Bombeiro

    Dir. Gaspar Rufino Caldas.

    2001/10/07 – Inauguração do Centro de Estágios de Melgaço.

                          F C Porto – 0   S C Braga – 0; 4 – 3 em grandes penalidades.

    2005, Junho – Inauguração do Museu de Cinema.

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    2012/02/08 – Publicado em Diário da República os Estatutos da Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço.

 

O CERCO A MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 23.12.23

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A GUERRA EM MELGAÇO

(…) A grande prova da eficiência dos engenhos de torsão e contrapeso utilizados na guerra de cerco portuguesa dos finais do século XIV, apresenta-a Fernão Lopes ao descrever o cerco de Melgaço, no primeiro trimestre de 1388:

nove dias após o início do assédio, e «tendo jaa os da villa lamçadas lx. pedras de troons, que nam fezerão porem dapno, mandou el-Rey armar huum enjenho açima da ponte da villa. E logo esa quarta feyra lançou cimquo pedras, e tres foram dentro no logar e duas deram no muro. E respomderan-lhe de dentro com doze pedras de troons, que nenhuum dapno fezeram. A quynta feira lançou o enjenho xxv. pedras; das quaees deram xvj. no muro e duas em dous caramanchões que foram logo deribados. E as noue cahiram dentro na villa, que fezeram gram perda em cassas que deribarão».

O cerco de Melgaço terminaria com a rendição da praça aos 53.º dia, e o balanço da artilharia utilizada não podia ser mais expressivo:

«(…) temdo lançadas da villa de dentro ao arayal cento e xx. pedras de troons, que nenhuum nojo fezeraão, e do arayal a villa trezemtos e xxxvj., que danaram gram parte della».

 p. 354

(…)

Um caso de alguma maneira aparentado – porque oriundo da mesma matriz supersticiosa e mágico-protectora – é descrito por Fernão Lopes e tem como cenário a rendição de Melgaço às mãos de D. João I, em Março de 1388. (…), a preitesia acordada com os minhotos previa que os sitiados abandonassem a praça simplesmente em gibão; ora, acrescenta Fernão Lopes que um escudeiro fidalgo de D. Juan I, homem mancebo dos seus 20 anos, veio então pedir ao monarca português que o autorizasse a preservar as suas armas – que eram as primeiras que tinha – ,não pelo respectivo valor, mas «porque me parece que jaa com outras nam poderia aver nenhuum boom aquecimento se estas em tal guyssa perdesse».

 p. 464

 

A GUERRA EM PORTUGAL NOS FINAIS DA IDADE MÉDIA

João Gouveia Monteiro

Editorial Notícias

1ª Edição

Novembro de 1998

HISTÓRIA DOS MUNICÍPIOS

melgaçodomonteàribeira, 14.05.22

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MELGAÇO: SENTINELA AVANÇADA

 

Melgaço é de todos os municípios portugueses o que se situa mais a norte e mais profundamente penetra na Galiza. Não são muito claras as circunstâncias históricas em que foi outorgado o seu antigo foral. É, porém, evidente que existiu um processo negocial e os hiatos verificados no decorrer do mesmo serão até responsáveis por que a datação ficasse ambígua (1183-1185).

Alguns documentos do antigo Cartulário de Fiães dão conta do movimento que acompanhou a erecção do município. Em 30 de Junho de 1185, os juízes e o concelho de Melgaço fizeram um acordo com o Abade do mosteiro de Fiães sobre a construção da nova igreja paroquial. No entanto, o projecto de construção da igreja não foi avante, talvez pela incapacidade do mosteiro, há posta em dúvida num dos documentos anteriores: “sit facta ecclesia ab abbate et conventu si tamen potuerint”. Em Abril de 1187, fazia-se um novo acordo, desta vez entre “omnes homines de Melgazo tam viri quam mulieres” e o arcediago Garcia, em que ambas as partes se comprometiam a ajudar-se mutuamente na edificação do templo “tali pacto ut facias illam et edifices nobiscum te adiuvantibus et de necessarii ecclesie tibi ministrantibus donec sit perfectam et consumatam”.  Dali a cinco anos o templo estava concluído, conforme consta de um acordo, de Abril de 1205, entre o arcediago e o abade de Fiães, sobre o serviço na igreja de Melgaço, o qual é assinado, em representação do concelho, pelos juízes Paio Garcia e João Rodrigues.

As negociações relativas ao foral decorreriam sob as ordens de D. Sancho I, associado à governação nos últimos anos da vida de seu pai, D. Afonso Henriques. O rei povoador estaria já a preparar as acções militares que planeara para os primeiros anos do seu reinado na fronteira do Minho, se não para a estender, pelo menos para a consolidar, e interessar-lhe-ia garantir o apoio do activo grupo de migrantes que, descendo pelas margens do rio, avançara mais para ocidente que outros, nos caminhos que prolongavam a estrada que atravessava o norte da Península e veio a ser conhecida pelo nome de estrada de Santiago.

O modelo que os moradores propuseram ao monarca foi o de Ribadávia, povoação que se localizava nesse caminho. A carta de foro desta comunidade foi outorgada em 1164 e reproduzia a que tinha sido concedida a Allariz e iria ser comunicada a outros lugares. A sua mais remota referência é o foral de Sahagún.

 

HISTÓRIA DOS MUNICÍPIOS

(1050-1383)

António Matos Reis

Livros Horizonte, Lda.

Lisboa, 2006

pp. 330-332

O CARRO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 05.09.20

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UM LUGAR ONDE NADA ACONTECIA

XI

O carro dos bombeiros, em seus passeios dominicais, não estava no seu posto, quando foi preciso. Aquilo revoltou o povo e a partir dali não mais aconteceram aquelas viagens recreativas.

Fundada em 1927 a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Melgaço teve destacada actuação em 1930, quando ficou conhecida e laureada em Portugal e Espanha.

Do outro lado do rio Minho, em frente a Melgaço, na Espanha, o comboio expresso Madrid-Vigo, descarrilou. O acidente foi presenciado pelos curiosos que gostavam de ver passar aquele bonito comboio. Foi dado o alarme e logo o sino da matriz tocou a rebate, convocando bombeiros e povo. De barco e a nado, atravessaram o rio, socorrendo os acidentados e resgatando seus pertences que boiavam rio abaixo. Foi um momento épico.

Os jornais espanhóis e portugueses deram grande destaque ao acontecimento. Elogiando os bombeiros de Melgaço. A organização nacional dos bombeiros, de Lisboa, mandou um instrutor, algum material e o povo custeou a compra de uma bomba para a recente fundada organização, carente de recursos técnicos, mas recheada de altruísmo.

A bomba era o que de melhor existia na época, de tracção braçal, montada em uma espécie de carroça, para ser puxada por muares, mas que sempre foi impulsionada pelas pessoas, puxando ou empurrando.

Na mesma época, o Simão Araújo, filho da terra, que emigrara para o Brasil e aí fizera fortuna, já tinha construído o seu luxuoso palacete e tinha na garagem um automóvel Buick, seis cilindros, modelo 1928. Como a maior parte do ano esse carro ficava inactivo, o Simão Araújo, empolgado com a bravura dos bombeiros da sua terra, deu-lhes esse automóvel.

Além de abnegados soldados da paz, revelaram-se, esses rapazes melgacenses, primorosos artífices.

Transformaram o luxuoso carro de passeio em sensacional carro de bombeiros. Retirada a carroçaria, adaptaram ao chassi seis poltronas com estrutura em ferro, um grande cilindro central, elevado, destinado a conter os artigos de primeiros socorros. Machados e picaretas embutidos no chassi e duas grandes roldanas com as mangueiras. Na frente, o banco do motorista era corrido onde cabiam mais três pessoas, nos estribos laterais, em pé, ia o resto da guarnição. No cimo do capo uma sineta avisava a sua aproximação, o que seria desnecessário uma vez que para maior desenvolvimento retiraram o escapamento e os seis cilindros do poderoso motor fazia um barulho ensurdecedor. Haviam reforçado os feixes de molas para suportar o grande peso. Pintado todo em vermelho-sangue com os dizeres em branco nas laterais do cilindro: VIDA POR VIDA. Era uma jóia de artesanato sem utilidade. Deveria ter-lhe sido adaptada uma bomba a gasolina, o que nunca aconteceu.

O belo carro dos bombeiros era só utilizado em desfiles cívicos de quando em quando e já nos anos quarenta foi a Lisboa buscar o cadáver do Sr. Lascasas para sepultar em Melgaço.

Para não prejudicar o seu funcionamento era necessário interromper seu longo repouso, com algumas saídas. Era esse o argumento apresentado por um grupinho que, aos domingos, solicitava autorização para um passeio. O Professor Abílio Domingues, que por imposição era o Presidente da Câmara, também era o comandante dos bombeiros, pessoa cordata que exercia cargos que não pedira e para os quais não tinha a mínima aptidão, acedia.

Um domingo, na estrada da Orada, na curva da fonte da Assadura, um automóvel colheu um rapaz, que, inconsequentemente, rodava em bicicleta, em grande velocidade, pelo meio da estrada. Accionaram os bombeiros para atender ao sinistro e transportar o acidentado para o hospital. Os bombeiros estavam merendando em S. Gregório, onde tinham ido desenferrujar o bonito carro vermelho. O rapaz faleceu.

 

                                                                                  Manuel Igrejas

Publicado em: A Voz de Melgaço

 

 

 

O CONCELHO DE CASTRO LABOREIRO

melgaçodomonteàribeira, 25.08.20

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DE CONCELHO EXTINTO À ATUALIDADE

 

A 11 de Maio de 1758, Castro Laboreiro, pertencia à comarca de Valença, arcebispado de Valença, sendo terra do rei. Tinha a Irmandade das Almas e duas Confrarias, a do Santíssimo Sacramento e a de Nossa Senhora do Rosário. Era reitoria com apresentação da Casa de Bragança e a renda dos dízamos era de 650$000 réis, recebendo anualmente de côngrua o reitor 40$000 réis, pagos em dois quartéis, 20$000 pelo Natal e o restante pelo São João, e o mais em pé de altar, que rendia cerca de 160$000 réis. Em 1812, a 3 de setembro, foi emitido o alvará nomeando o último comendador conhecido, Marino Miguel Franzine. Em 1816, o Reitor de Castro Laboreiro, tendo apenas de côngrua 10$000 réis e 20 alqueires de centeio, solicita a D. João VI a concessão de um subsídio de 50$000 réis para o Reitor da freguesia, para poder pagar esta quantia, em dinheiro, ao seu Coadjutor, em virtude de muitos e custosos trabalhos para bem paroquiar a freguesia. Com a Revolução Liberal, após 1832, Castro Laboreiro passa a integrar-se na Comarca de Ponte de Lima e mantém-se concelho. Durante o período de estabilização, a partir de 1842, Castro Laboreiro integra-se no Distrito de Viana do Castelo. Entretanto o código administrativo de 17 de julho de 1835, e, posteriormente, o código administrativo de 31 de dezembro de 1836, fixam a divisão administrativa do reino em distritos, subdividindo-se estes em concelhos e freguesias. Fixam igualmente o pessoal administrativo, jinto do qual estabelecem corpos administrativos: a Junta Geral do Distrito, junto do governador civil (ou administrador geral) a Câmara Municipal junto do administrador do concelho e a Junta de Paróquia junto do comissário (ou regedor) de paróquia.

Contudo, Castro Laboreiro, que consegue escapar à “chacina” (extinção de concelhos) de 31 de dezembro de 1853, não teria a mesma sorte a 24 de outubro de 1855, data em que é decretada a extinção do concelho de Castro Laboreiro. Em 1878, passou a fazer parte do julgado de Fiães e, posteriormente, do concelho de Melgaço, passando, então, a ser uma Junta de Paróquia.

Com a implantação da República a 5 de Outubro de 1910, a qual provoca a separação do Estado e da Igreja, entra novamente em vigor o Código Administrativo de 1878, que retira a presidência aos párocos. A Lei nº 88, de 7 de agosto de 1913, promove a organização das paróquias civis, distinguindo-as das paróquias eclesiásticas, embora assumam o mesmo limite territorial. Mais tarde, a Lei nº 621, de 23 de junho de 1916, altera definitivamente a designação da junta de paróquia para junta de freguesia, mantendo-se práticamente sem alterações até hoje as suas componentes políticas e administrativas.

Entre 1910 e abril de 1913 intitula-se Comissão Republicana Paroquial de Santa Maria de Castro Laboreiro. Contudo, entre 1913 e 1916 os escrivãos tanto abrem as sessões referindo Junta de Paróquia da Freguesia de Castro Laboreiro ou Freguesia de Castro Laboreiro. Consolidam o termo administrativo Junta de Freguesia de Castro Laboreiro a partir da ata de 6 de junho de 1920. Estará assim até 18 de abril de 1975, um ano após a queda do Estado Novo. Nesta data instaura-se a Comissão Administrativa da Junta de Freguesia de Castro Laboreiro que vem durar até 23 de janeiro de 1977, data em que se lavra a primeira ata da nova Junta de Freguesia de Castro Laboreiro. Assim se mantém até à reforma administrativa de 2013 que consuma uma união política com a freguesia vizinha de Lamas de Mouro, formando a União de Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro.

O resultado de todo este enquadramento foi a composição de uma brevíssima história local que não contempla nenhuma documentação ou bibliografia que ateste uma natureza tutelar clara sobre estas estruturas.

 

Diana Alexandra Simões Carvalho

Castro Laboreiro – Do Pão da Terra aos Fornos Comunitários

Uma proposta de mediação patrimonial

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Maio de 2017

 

 

 

 

MIL E DUZENTAS MISSAS

melgaçodomonteàribeira, 28.07.20

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casa da serra - prado

DIOGO MANUEL DE SOUSA GOUVEIA E GAMA (P.e)

 

Nasceu em Prado aos 8 de Fevereiro de 1714 e como seguiu a carreira eclesiástica, seus pais lhe fizeram o património em 19 de Agosto de 1735. Dez anos depois saiu da casa paterna para a freguesia da Bela no termo de Monção, que paroquiou como vigário e como vigário também paroquiou depois a freguesia de Santiago de Penso. Pelo testemunho escrito a seu pedido a 7 de Maio de 1783 apura-se ter sido este padre o reformador da fortuna da Casa da Serra, pois com o dinheiro de seu bolso particular pagou as dívidas dos pais, readquiriu os bens alienados por seus antepassados em horas amargas, melhorou os bens vinculados fazendo o canastro de pedra, o lagar e a respectiva casa, tomou a iniciativa de comprar outros bens e de nenhum deles nem mesmo do seu património recebeu rendimentos tempo algum.

De resto tudo quanto conseguiu agenciar na vida, o deixou ao seu irmão morgado,

«atendendo ás muitas obrigaçoins que devia a seu irmão Luís Caetano de Sousa Gama Cappittão Mayor deste termo e affecto e amor que lhe tinha por aspirar sempre a honra que herdara de seus Pays e conserva-la, acção que elle testador sempre dezejou em toda a sua vida e por lhe pedir seu Pay e Senhor no ultimo da sua vida que o amparasse para que não deslustrasse o seu nascimento e como sempre lhe foi obediente e amigo leal comprazendo em tudo com a sua vontade...»

pois o instituiu seu herdeiro universal.

O P.e Diogo Manuel e outros colegas formaram certa mesa do Santuário da Senhora da Peneda e como depois julgaram má a sua administração, este mesário teve de pagar de seu bolso o correspondente à sua quota parte de prejuízos dados àquela confraria.

E como a doença o não deixou exercer a provedoria da Santa Casa nem fazer a função dos Passos, por indicação sua comprou-se uma túnica e o respectivo cordão para a imagem mais comovente da Misericórdia,

«cuja túnica e cordão será obrigado o seu irmão Luis Caetano de Souza e Gama e sua Irmã Donna Joanna e seu genro Caetano Joze de Abreu a levarem a dita túnica e cordão nesse mesmo dia e mandarem cantar huma missa ao Senhor dos Passos por alma delle testador».

Vê-se ainda no referido testamento: a alma deste padre foi sufragada com quatrocentas missas rezadas no convento de Pastoriza e mais oitocentas repartidas pelos padres do termo.

 

 

O MEU LIVRO DAS GERAÇÕES MELGACENSES

Volume I

Edição da Nora do Autor

Melgaço

1989

pp. 635-636

 

 

O FORAL DE AFONSO HENRIQUES A CASTRO LABOREIRO

melgaçodomonteàribeira, 14.07.20

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cruzeiro de s. julião na antiga gafaria se s. gião

 

CAMINHOS E CASTELOS MEDIEVAIS

 

Violando a impraticabilidade desta barreira natural dos montes Laboreiro rasgaram-se caminhos de ligação, novelando ribanceiras, levantando pontes e fazendo calçadas, por onde circulam livremente pessoas, animais e produtos, mas que, em tempo de guerra, se podem revelar perigosas vias directas de penetração para a pesada estrutura de uma hoste medieval.

Começando pela zona ribeirinha, vindo da Galiza, entrava em Portugal pela Ponte Barjas o velho caminho que passava debaixo do alpendre da capela da Orada em direcção a Melgaço, seguindo depois pela margem esquerda do Minho para Monção e Valença. À margem deste caminho, documentando o trânsito considerável para a Galiza, já no tempo de Sancho II existia uma gafaria na quinta de S. Gião. O melhor testemunho autêntico dessa leprosaria medieval continua a ser a capela de S. Julião, construída, de acordo com as deduções de Luís de Magalhães Fernandes Pinto, no segundo terço do século XIII.

O castelo de Melgaço seria a principal sentinela avançada da segurança desta via, que penetrava no reino de Portugal a setentrião dos montes Laboreiro, coadjuvado pelas populações locais e pelo fronteiriço mosteiro de Fiães.

Do lado oposto, pelo sul, vinha de Galiza um velho caminho que entrava no reino de Portugal pelo Lindoso, em direcção ao centro da terra de Nóbrega. Aqui existia um vetusto castelo já referido em documento de 1059, do cartulário de Mumadona. Reconstruído no século XII por Honorigo Honorigues, que, na época de 1180, recebeu do rei de Portugal dois casais em Penelas (concelho de Ponte da Barca), por ter construído o castelo da Nóbrega à sua custa. Também os inquiridores de 1220 registaram que D. Afonso Henriques dera S. Martinho de Paço Vedro ao mesmo Honorigo Honorigues, “quia fecit illi castellum de Anovrega”.

Mas este castelo ficava bastante recuado da linha de fronteira, por isso, para cerrar essa débil passagem fronteiriça, foi necessário levantar o castelo de Lindoso, que se sabe já existir na segunda metade do século XIII e teria sido iniciado no ano de 1217, segundo Figueiredo da Guerra.

Enquanto não foi levantado este ouriço fronteiriço de Lindoso, esta zona seria um ponto vulnerável de penetração no reino de Portugal, não só em direcção ao Entre Cávado e Lima, como também ao próprio Entre Lima e Minho. Por isso não admira que fosse uma preocupação primordial do nosso primeiro monarca, impondo a sua guarda aos aguerridos montanheses de Castro Laboreiro. Esta preocupação agrava-se com a proximidade ameaçadora da fortaleza de Araújo.

Este caminho ligava directamente a Orense e, em determinada altura, bifurcava-se em direcção a Castro Laboreiro. Penso que pode ter sido este o imaginário rumo tomado por D. Sancho I, partindo do castelo de Castro Laboreiro, para ir atacar o castelo de Araújo, passando o Lima no afamado Porto de Araújo – isto para completar o raciocínio suspenso quando abordei a questão da estadia deste monarca em Castro Laboreiro. Seguindo a rota inversa – do castelo de Araújo em direcção a Castro Laboreiro – “marchando do nascente pela província de Trás-os-Montes”, também poder ser este o caminho de Afonso VII quando veio a Valdevez. Por ora não tenho qualquer fundamento documental para esta conjectura, pelo que continuarei a seguira do P. Bernardo Pintor e seus doutos argumentos.

Esta via rasgava o âmago dos montes Laboreiro, desde Milmanda e Celanova, passando por Castro Laboreiro, vinha ter ao Porto dos Asnos, seguindo pelo vale de Lamas de Mouro em direcção a Padrão de Sistelo, Porto do Cousso, em Cabreiro, passava o rio na ponte medieval desta freguesia de Cabreiro, até às Choças, no coração da terra medieva de Valdevez. Tudo leva a crer que teria sido esta a via calcorreada por Afonso VII de Castela, quando se deu o Bafordo de Valdevez. A tradicional passagem do imperador por Lamas de Mouro foi coligida por José Augusto Vieira. Padrão de Sistelo, à margem deste caminho, provavelmente por causa das invasões de Leão, uma vez que o próprio monarca adverte que se de novo houver guerra forte entre Portugal e Leão possam retirar-se com todos os seus pertences, regressando logo que a paz seja restaurada.

Os pontos mais vulneráveis deste caminho merecem a maior atenção do poder central, recaindo sobre os moradores locais a obrigação de os vigiarem. Assim os de Cabreiro “se guerra vem do regno de Leom, vam guardar o porto de Couso”, tal como os de Vilar, da mesma freguesia, “vam guardar o porto de Couso. Mas este ponto, como adverte Iria Gonçalves, era “já bastante internado e talvez a servir de reforço de vigia no caso de entrada de hostes pelo sopé do monte Laboreiro”.

Muito antes do Porto do Couço impunha-se a guarda do Porto dos Asnos, que, como já se disse, o P. Bernardo Pintor identificou com o Porto de Araújo do foral de Castro Laboreiro e sob alçada dos seus moradores. Discordando dessa interpretação, considero poder identificar esta portela com as passagens frágeis do monte de Laboreiro que os de Riba de Mouro tinham que guardar e, à voz de apelido, a repelirem de mão armada os inimigos do castelo de Laboreiro, que, em contrapartida, em caso de perigo, os refugiava dentro dos seus muros seguros e protectores, conforme testemunharam às inquirições afonsinas de 1258.

 

O FORAL DE D. AFONSO HENRIQUES A CASTRO LABOREIRO.

“ÁDITO” PARA O DEBATE.

José Domingues

Porto, 2003

http://www.academia.edu/3470740/O Foral de D. Afonso Henriques a Castro Laboreiro. Adito para o debate

jdominguesul@hotmail.com

 

6 de Maio de 2013

 

 

 

ARTE ROMÂNICA EM MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 16.06.20

 

A ARTE ROMÂNICA NA ANTIGA DIOCESE DE TUI

Margarita Vásquez Corbal

Na arte românica da antiga diocese tudense, a arquitectura tem uma estreita relação de interdependência com a escultura. Embora seja considerada rural e mesmo pobre, devemos enfatizar a sua singularidade, especialmente quanto ao uso de decoração escultórica. As estruturas e motivos são o resultado de um importante processo de absorção das correntes artísticas europeias, feita através das catedrais de Tui, Compostela, Braga, Ourense e das igrejas cistercienses de finais do século XII, e da reutilização do passado como exemplo: a influência castreja que aparece no gosto pelas formas geométricas nas hexapétalas herdadas da decoração dos castros como o de Castro Laboreiro (Melgaço, Portugal) e Santa Tegra (A Guarda, Pontevedra), que se reflectem em exemplares românicos como o de Santa María de Castrelos (Vigo, Pontevedra). A herança pré-românica reflectida no uso do sogueado no capitel historeado de São Salvador de Paderne (Melgaço, Portugal) ou na decoração de uma arquivolta de S. Vicente de Barrantes (Tomiño, Pontevedra) que apresenta uns arquinhos similares aos da igreja de S. Pedro de Balsemão (Lamego, Portugal). Outro nexo comum destas relações artísticas Galaico-Minhotas está nas tradições e na cultura popular comum, como acontece com os motivos apotropaicos e de longa tradição popular, como o serpentiforme de San Fins de Friestas (Valença, Portugal) ou o canídeo ou leão de Santa Maria da Porta (Melgaço, Portugal), referindo a atitude de guarda e protecção que devem ter os que entram na igreja e no espaço sagrado, embora os animais da Capela da Nossa Senhora da Orada (Melgaço, Portugal) sejam parte do motivo da árvore da vida, que também aparecem na área galega da diocese no tímpano de S. Miguel de Pexegueiro (Tui, Pontevedra), que se relacionam com o grifo e o dragão em luta, representação da batalha entre o bem e o mal do tímpano norte de São Cristóvão de Rio Mau.

 

Retirado de:

www.ptdocz.com/doc/241321/a-arte-românica-na-antiga-diocese-de-tui

121 - matriz 1 porta lateral.jpg

porta lateral da igreja de santa maria da porta - igreja matriz

 

 

MENDIGOS E VAGABUNDOS NO CONCELHO DE MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 26.05.20

166 - 2 Arte Pintura António Ramalho Mendigo 1896

antónio ramalho - mendigo - 1896

 

ENTRE A POBREZA E A MARGINALIDADE: MENDIGOS E VAGABUNDOS NO ALTO MINHO DE OITOCENTOS

Alexandra Esteves

Segundo o número 8, do artigo 249.º, do ( …) Código Administrativo de 1842, competia aos administradores dos concelhos o exercício da vigilância e polícia sobre os mendigos e vadios. Em 1869, o governador civil do distrito de Viana do Castelo recordava que nenhum mendigo podia esmolar no respectivo concelho de residência sem estar munido de licença. Determinava ainda que só poderia ser concedida permissão para mendigar aos indivíduos naturais do concelho, ou que nele residissem há mais de dois anos, e desde que fossem reconhecidamente pobres e estivessem  impossibilitados de trabalhar. A indigência, a idade e a residência dos peticionários tinham que ser comprovadas pelos párocos e regedores, ao passo que a incapacidade física ou mental devia ser atestada por documento médico. Considere-se, a propósito, o requerimento para pedir esmola, formulado por João Manuel Esteves e confirmado pelo regedor da freguesia de Castro Laboreiro:

 

“Diz João Manoel Esteves solteiro da Villa de Castro Laboreiro da Comarca de Melgaço que achando-se já de idade de sessenta anos, e sem meios alguns de subsistência como mostra pelos documentos juntos, do Reverendo Parocho, e do Administrador do Concelho, e alem disso sem vista por cauza das cataratas, e lezo do corpo da parte direita de hum ataque que sofreu do estupor já há mais de quatro annos, durante os quaes tem sido socorrido por hum seu irmão, porque do contrario já teria sido vitima da morte: hé neste estado miserável que o supplicante implora a benovolência de V. EX. a fim de que todas as juntas de Parochia do Districto concorrão com hum subsidio; bem como todos os thezoureiros das Misericórdias e confrarias segundo suas forças  para a conservação de seus dias; pois por esta graça o supplicante não cessara de rogar a deus pela conservação de V. EX.ª”.

 

Através de editais afixados nas freguesias, mencionando os documentos a apresentar, os mendigos eram convocados para comparecerem na administração do concelho. Na ocasião, deviam estar presentes os regedores, para conferiram a sua identidade, e os médicos, para analisarem o seu estado de saúde. Concluído o processo de triagem, os que fossem considerados aptos para trabalhar tinham que assinar uma declaração onde se comprometiam a abandonar a mendicidade e procurar uma ocupação. Se fossem encontrados a mendigar sem causa superveniente e sem licença, eram entregues ao poder judicial para serem punidos na conformidade da lei.

 

INTERCONEXÕES

Revista de Ciências Sociais

Vol. 1  N.º 1

 

http://academia.edu