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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

CURIOSIDADES HISTÓRICAS MELGACENSES

melgaçodomonteàribeira, 04.01.25

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Pré-História – Abrigo das Pinturas (Santa Eufémia, Castro Laboreiro, Melgaço)

Sito na margem direita da Ribeira da Caranguejeira, também conhecida por Ribeira de Sirol…. alguns investigadores a datá-las do Calcolítico.

    Séc. IX – D. Afonso III das Astúrias, o Magno, dá povoação de Castro Laboreiro e Castro ao Conde D. Hermenegildo, avô de S. Rosendo, por este ter vencido Witiza que se havia revoltado; durante o domínio do Conde galego, o Castro foi adaptado a castelo, caindo depois em poder dos mouros.

    851 – anno fundação do Mosteiro de Feaes.

    1125 – No território português, a feira mais antiga que se conhece é a de Ponte de Lima, cuja criação data de 1125, seguida, ainda no sec. XII, das feiras de Melgaço e Constantim de Panoias (Vila Real).

    1141/04/16 – D. Afonso Henriques dá carta de couto ao Mosteiro de Paderne, com a obrigação de «… et hospites ac peregrinos ricipiante...»

    1144 – D. Afonso Henriques conquista o Castelo de Castro Laboreiro.

    1173/24/10 – Infante D. Henrique doa ao Mosteiro de Fiães os bens sitos entre Melgaço e Chaviães.

    1187 – Início da construção da Igreja de Santa Maria (Matriz).

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    1212 – Invasão Leonesa arrasa Castelo de Castro Laboreiro.

    1263 – No tempo d’el-rei D. Affonso, era de 1301, o mestre Fernando consertou este muro. Martinho Gonçalves, castelleiro d’el-rei nosso senhor, cercou de muros a villa neste ponto.

    1290 – D. Dinis reconstrói Castelo de Castro Laboreiro.

    1319 – Igreja de Lamas de Mouro passa a património da Ordem de Malta

    1328 – Lourenço Gomes de Abreu, embaixador de Afonso IV a D. Jaime II de Aragão

    1340 – Lourenço Gomes de Abreu, embaixador de Afonso IV ao rei Afonso II de Castela

    1348 – el cabildo de la Catedral de Tuy afora a Rodrigues Eanes y a su mujer María, vecinos de Melgaço, un casal en la felegresía de San Payo de Padem (Paderne), por lo que deben pagar seis libras portuguesas viejas.

    1357 – Vasco Martim da Cunha, alcaide mor de Melgaço e Castro Laboreiro.

    1375 – D. Fernando deu a alcaidaria de Castro Laboreiro a Estêvão Anes Marinho.

    1382 - Fernão Peres Churrichão, nobre galego foi alcaide do castelo de Melgaço.

         - Carta d’ElRey Dom Affonso V. em que faz merce ao Marquez de Villa Vissosa dos Castelos de Guimaraens, Melgaço, Castro Laboreiro, e Piconha.

    1388 Fevereiro 21, (arraial sobre)(5) Melgaço – D. João I autoriza o corregedor, juízes, vereadores e procurador do concelho a escolherem um homem-bom da cidade para desempenhar o cargo de juiz das sisas, tal como faziam no reinado de D. Fernando.

(5)Nesta data ainda não tinha terminado o cerco a Melgaço, pelo que o documento terá sido elaborado não na vila, mas sim no arraial das forças que a sitiavam (Humberto Baquero Moreno, Op. Cit., p. 244).

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    1388 Fevereiro 21, arraial sobre Melgaço – D. João I determina ao corregedor e concelho de Lisboa que escolham um novo juiz dos barregueiros casados e das feiticeiras, por motivo de morte de Gonçalo Lourenço, anterior detentor do cargo.

    1431 – Devido à falta de moradores Melgaço passa  a couto de homiziados.

    1441 – O Infante D. Pedro escreveu ao conde D. Afonso de Barcelos, para que este mandasse o referido alcaide à corte, para justificar-se das queixas contra ele apresentadas pelos moradores d Melgaço.

    1460 – D. Afonso V doa Melgaço ao Marquês de Vila Viçosa, filho do Duque de Bragança.

    Mestre de Aviz – Tendo deixado a família entregue aos cuidados dos monges beneditinos de um mosteiro da Galiza, John of Gaunt (Joam Duque dAlencrasto) encontrou-se com D. João I na Ponte do Mouro, entre Melgaço e Monção.

   ‘’E imdo asy seu caminho da parte quem da Ponte do Mouro, o Duque pareçeo  da outra parte, que vinha por par de Melgaço, que estava emtão por Castella.

    1483, 26/06 – Fernão de Castro, alcaide mor de Melgaço.

    1500 – Pêro de Castro, era alcaide mor de Melgaço, fidalgo da casa do duque e vedor da sua fazenda, sendo citado diversas vezes no foral concedido por D. Manuel a Melgaço, a 3/11/1513, no ano em que parte para Azamor.

    1509, Rodrigo de Freitas – Português de Melgaço, cavaleiro fidalgo, nascido em 1509, foi sucessivamente almoxarife, escrivão do armazém de mantimentos, escrivão da Matrícula em 1552 e finalmente, Provedor da Fazenda da Bahia.

    1513/3/11 – Foral de Melgaço concedido por D. Manuel I.

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    1531 – A misericórdia de Melgaço recebeu alvará de D. João III para incorporar o hospital de S. Gião.

    1578 - Pedro de Castro, Alcaide-Mor de Melgaço - Morreu a 4-8-1578 – Alcácer-Quibir. Alcaide de Melgaço Comendador da Ordem de Cristo

    1643 - António Machado da Guerra e Maia – foi soldado valente, e que no exército comandado por D. Gaspar Coutinho, nas guerras da aclamação, muito se distinguiu na tomada de Melgaço em 1643 …

    João Rebelo Leite - … acudiu pressuroso ao rebate, que os galegos deram em Lamas de Mouro, pela aclamação de D. João IV.

    1645 - Manuel do Crato da Silveira - Morreu a 8-3-1673. Com testamento, onde constituiu Capela. Em 1645 era prior em Melgaço.

    1683 – Carta de confirmação. Carta de D. João I, que escusa os moradores da vila de Melgaço do pagamento de certos encargos. Carta de D. João I em que se lhes concede uma feira mensal com alguns privilégios.

    1708 – Fr. Antonio de Nossa Senhora dos Anjos Melgaço, naceo no Termo de Melgaço., Provincial dos Franciscanos E. Oratio in laudem Excell. D. Fr. Josephi Mari& Fonseca ab Ebora. Lisboa 1742., e Sahio na Colleção dos Aplauzos de Lisboa a este Bispo.

    1721 – Agostinho José de Castro, natural de S. Salvador de Paderne, da Villa de Melgaço, filho de Miguel de Castro Soares de Vasconcellos, Fidalgo da Casa, e neto de Agostinho Soares de Castro.

    Fidalgo Cavalleiro, por Alvará de 16 de Fevereiro de 1721.

    Livro 13 das Mercês d’ElRei D. João V, folhas 363.

    1722 - Alvará de mercê de foro de cavaleiro fidalgo com 750 000 réis de moradia por mês e 1 alqueire de cevada por dia a António Cardoso de Meneses e Vasconcelos, natural de Vila de Melgaço, filho de António Gomes de Lima; Cavaleiro Fidalgo da Casa Real.

         - Alvará de mercê de foro de cavaleiro fidalgo com 750 000 réis de moradia por mês e 1 alqueire de cevada por dia, concedido a Ventura Cardoso da Gama Gomes, natural de Vila de Melgaço, filho de António Gomes de Lima; Cavaleiro Fidalgo da Casa Real.

         - Alvará de mercê de foro de cavaleiro fidalgo com 750 000 réis de moradia por mês e 1 alqueire de cevada por dia a José Cardoso da Gama Leite, natural de Vila de Melgaço, filho de António Gomes de Lima; Cavaleiro Fidalgo da Casa Real.

Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, liv. 13 f. 303v.

    1743 - 1/10, no primeiro do mês passado se celebraram na Vila de Melgaço os desposórios da Senhora Princesa do Brasil com o Senhor Infante Dom Pedro a cujo acto assistiu toda a nobreza da mesma Vila, e seus contornos, e se festejou com banquetes, serenatas e cavalhadas#. (GL nº 40, 01.10.1743.

(#diversão popular, em que vários contendores, montados em cavalos ou jumentos, procuram com lanças ou canas, enristando-as, obter vários prémios, ordinariamente frangos ou patos e outras peças, suspensas de argolinhas).  (Dicionário de Morais, vol. VI, 10ª ed., Confluência,Lisboa. 1952).

    1750 - D. Joaquim Fidalgo da Silveira – 18/Junho/1750 – Alcaide – mor de Melgaço, parte para Londres para ocupar o posto de embaixador.

    1762/31/12 – Ofícios de João Baptista Dassier, juiz de fora de Melgaço, para D. Luís da Cunha Manuel, ministro da Guerra, sobre a prisão e recondução de soldados pagos e auxiliares desertores. (8 fls manuscritas)

    1766/1778 – O Conde de Bobadela, Governador das Armas da Província, mandou recolher no Castelo de Castro Laboreiro 400 homens e mulheres que se negaram a apresentar seus filhos recenseados para o serviço militar.

    1770/27/10 – Extinção do Mosteiro de Paderne.

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    1801 – Castelo de Castro Laboreiro é ocupado por tropas e defendido por 4 peças.

     1802/08/09, S. Paio de Melgaço – João José Caceto, pede informações ao Vigário Geral, padre Inácio José Peixoto, sobre as obras capitulares na Igreja de S. Lourenço de Prado – Cabido de Braga.

    1804 - Rodrigo António da Costa Pereira – (1722/1804) Tenente-Coronel do Exército, Governador da Praça de Melgaço.

    1808 - Invasões Francesas – Junot – Os primeiros levantamentos do povo contra o invasor ocorreram na cidade de Chaves, no dia 4 de Junho de 1808. Em Melgaço a revolta principia no dia 9 do mesmo mês. A 18 de Agosto, é a vez do Porto se revoltar……………………..

   E na fronteira norte da arquidiocese (Braga), Melgaço, já a 9 de rebelião aberta, assiste no dia seguinte ao TE DEUM e ao sermão de circunstância na Igreja da Vila com a presença das autoridades.

    1818 - Misericórdia de Ponte de Lima – Auxílio a Doentes – O caso de José Vidigal é enigmático. Este pobre de Melgaço passou em Ponte de Lima quando vinha de Lisboa, onde esteve a “tomar ares Pátrios”, e se direccionava para a sua terra. Foi provido com a esmola costumada e com cavalgadura. Não é totalmente perceptível a razão que terá levado este homem à capital, mas não restam duvidas que se encontrava doente.

    Miguelismo - De Melgaço, na fronteira com a Galiza, o governador militar pedia esclarecimentos a Lisboa e a Ourense sobre o rumor segundo o qual D. Miguel tinha desembarcado na Corunha, manifestando receio de que houvesse  partidários seus que quisessem atravessar a fronteira e de que partidários de D. Carlos viessem para Portugal.

    1822/08/03 – O sr. secretario Felgueiras deo conta  dos seguintes officios: de um do ministro dos negocios da justiça, remettendo uma consulta da junta do commercio, e cinco documentos, incluindo o resultado dos trabalhos da commissão da junta de commercio da villa de Melgaço: foi á commissão de commercio.

    1826 - Liberais – No dia 6 marchou a divisão a Melgaço, chegando no immediato à fronteira de Hespanha, perto da aldeia de S. Christobal, onde os perseguidores ainda chegaram a dar alguns tiros contra os perseguidos, tiros que foram os últimos que se dispararam n’esta campanha civil de 1826 a 1827.

    1836/10/3 – Correspondência de Sá da Bandeira para várias entidades sobre um guerrilheiro rebelde espanhol de nome Guillade e sua facção, uma quadrilha de 50 a 60 salteadores, captura do facínora Tomás de Quingostas e sobre a evasão de salteadores e assassinos das cadeias de Monção, Vila do Conde e Barcelos.(57 fls. Manuscritas e 16 fls.em branco)

    1839 – Manuel Antonio Fernández, de Vigo, que vivía em Melgaço, foi detenido e acusado de carlista pola policía portuguesa.

       – Actuaba en ambolos lados da raia o portugués Tomás Joaquim Codeço “Quingostas” ao fronte dunha partida composta por desertores y malhechores gallegos que actuaban en la Comarca que abarcaba los municipios de Castro Laboreiro y Valadares (Monção), apoyados por los proprios paisanos de la zona.

       27/03 – Correio de Lisboa – anúncio – Na rua dos Fanqueiros nº 79 loja, se vendem prezuntos de Melgaço de superior qualidade a 140 rs. O arrátel prezunto inteiro.

       16/05 – foi preso o pároco de Prado (Melgaço), acusado pelos liberais de cismático.

    1849 – 4 de xullo foi detido e preso en Melgaço (Portugal) o desertor de exército de Aragón Gabriel Martín Rincón, acusado de salteador.

           – 12/03 – Ofício do major L. de S. da Gama para Francisco Xavier Ferreira, sobre a actuação de guerrilhas no concelho de Melgaço, chefiadas por D. Domingos Bailão. (1 fl. manuscrita)

            – 22/04 – Correspondência do major L. de S. da Gama para Francisco Infante de Lacerda sobre as ocorrências no reino vizinho, pedindo a colaboração das forças militares estacionadas em Melgaço. (3 fls. manuscritas 1 fl. branco)

            – 23/04 – Ofício do Brigadeiro Fernando da Costa Leal, governador da praça de Valença, para Francisco Xavier Ferreira sobre a recepção de documentos e sobre o destacamento de militares para Melgaço de modo a combaterem as guerrilhas. (3 fls. manuscritas e 1 fl. branco)

                        – Correspondência do major L. de S. da Gama para Fernando da Costa Leal sobre os acontecimentos que ocorreram  na aldeia de Pontevedra, no concelho de Melgaço, que levaram a pedido de reforço militar para a captura da guerrilha de Romero. (4 fls. manuscritas)

    1857/10/04 – António Joaquim Durães, Paços, Melgaço, foi um advogado e político, militante do Partido Regenerador, que, entre outras funções, foi Governador do Distrito da Horta (de 24 de Novembro de 1904 a 4 de Julho de 1905) e do Distrito de Évora (de 4 de Julho de 1905 a 20 de Março de 1906, além de conservador da comarca de Melgaço e de auditor administrativo do distrito de Braga.

    1870/21/01 – Correspondência entre a 3ª Divisão Militar e o Ministério da Guerra acerca das buscas efectuadas numa casa, na freguesia de Fiães, concelho de Melgaço, com o objectivo de encontrar quatro caixotes com armas.

                             

   1873 - Isabel Falcão Leite – casou com Manuel Antas de Oliveira, filho de Alberto de Oliveira (nascido no Porto (Bonfim) em   13.6.1873 e f. em S. Mamede de Infesta em 23.4.1940) e de sua mulher Josefina Cândida Furtado  de Antas (nascida também em 1873 em Stªa Maria da Porta, Melgaço), com quem casou em S. Mamede de Infesta 10.9.1984. Neto paterno de Francisco António Pereira de Oliveira, natural de Ervededo, Chaves e de Carlota Sofia, também de Ervededo; neto materno de João Cândido Furtado de Antas, bacharel formado em Direito pela UC, Administrador do concelho de Viana do Castelo e fundador do jornal Aurora do Lima, 10º senhor da Casa da Preguiça, em Portuzelo, Viana do Castelo, e de sua mulher Corina Cândida Ribeiro Pereira.

    1884 – O primeiro registo das águas de Melgaço.

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    1885 – O primeiro engarrafamento de águas de Melgaço.

    1887, 06/11 – O Melgacense

 a 1, n 1 (6 Nov. 1887) a. 2, n 66 (7 Fev. 1889). Melgaço: (s. n.) 1887 – 1889.

    1890 – Visconde de Peso de Melgaço, título criado por D. Carlos I rei de Portugal a favor de Júlio César de Castro Sousa Menezes e Abreu.

    1893, 01/12 – Jornal de Melgaço

 Prop. e Ed. Duarte A. Magalhães. A. 1, n 1 (1 de Dez. 1893. Melgaço: D.A. Magalhães.

    1893, 01/15 – O Melgacense

 adm. José Cândido Gomes de Abreu; red. Annibal de Vasconcellos Passos. A 1, n 1 (15 Jan. 1893) a 1 n 2 (22 Jan. 1893). Melgaço: Manoel Joaquim Velloso, 1893.

    1896, 07/16 – Melgacense

 órgão do Partido Progressista e de interesses locaes; adm. e ed. Júlio Augusto Passos d’Almeida. A 1, n 1 (16 Jul. 1896) a 1, n 2 (23 Jul. 1896). Melgaço: J.A.P. de Almeida, 1896.

    1898 – Jornal de Melgaço

 órgão dos interesses locaes. Prop. Duarte Augusto Magalhães. A. 1 n 1 (1898). Melgaço: Manoel Joaquim Esteves Calçada, 1898.               

    1912 – Correio de Melgaço

Prado, semanário independente, Prop. Dir. Hermenegildo José Solheiro; Ed. António Rodrigues d’  

    1920 – A Neve

Castro Laboreiro, semanário independente. Director Abílio Alves Carabel; Ed. Germano Alves.

    1921 – Notícias de Melgaço

órgão dos interesses locais. Direct. Prop. Ed. Adriano Augusto da Costa.

    1926 – Melgacense

semanário regionalista. Director, Ferreira da Silva; Ed. Abel Dantas.

                 15 de Maio, criação dos Bombeiros Voluntários de Melgaço.

    1929, 14 de Abril – Inaugurada a Associação dos Bombeiros Voluntários de Melgaço.

    1933 - Empreitadas a Concurso – No dia 20 de Dezembro de 1933, realizam-se na sede da Junta Autónoma de Estradas os concursos das seguintes empreitadas:

  1. N. 1 – 1ª troço entre Pêso de Melgaço e a Ponte de S. Gregório.

               Base de licitação                                                          442 .692$80

    1935, 25 de Abril – Inauguração da Ponte Internacional de S. Gregório.

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    1935, 16 de Maio – Foi concedido o título de cidadão de Melgaço a António Oliveira Salazar.

    1936, 20 de Setembro – Comício anti-comunista em Melgaço contra o temido alastramento do perigo comunista, à solta em Espanha.  

    1938 – Quarta feira, 9 de Março de 1938 – Paiva Couceiro é preso na povoação espanhola de Arbo, fronteira a Melgaço.

    1944, Junho – A população de Prado, concelho de Melgaço, manifesta-se em comício contra a carestia de géneros alimentícios.

    1946 – A Voz de Melgaço

jornal regional; Ed. Pe. Carlos Vaz.

    1957 – Fundação do Sport Clube Melgacense.

    1961 – Júlia Fernandes, nasceu em Paços, é autodidacta na área da pintura e iniciou o seu percurso pictórico em 1996. Encontra-se representada em colecções privadas em Portugal, Espanha, França e USA.

   1974 - Guerra Colonial – Melgacenses Mortos

Manuel José Fernandes Almeida – Vila - Sold. Art. CArt2786 26/1/72 Combate

Osório Fernando Pires Lopes – Paços – 2Sg SMat – 2ºBCac14 7/2/66

    1975/10/17 – Bomba anticomunista em Melgaço.

    1993 – A EPRAMI (Escola Profissional do Alto Minho Interior) iniciou a sua actividade no ano lectivo de 1993/94 no concelho de Melgaço.

    1994 – Melgaço Hoje

  1. 1 n. 1 Dezembro 1994. Mensal. Dir. Luís Manuel Santos Vale.

    1997/08/08 – Inauguração do Solar do Alvarinho.

           Agosto – O Bombeiro

    Dir. Gaspar Rufino Caldas.

    2001/10/07 – Inauguração do Centro de Estágios de Melgaço.

                          F C Porto – 0   S C Braga – 0; 4 – 3 em grandes penalidades.

    2005, Junho – Inauguração do Museu de Cinema.

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    2012/02/08 – Publicado em Diário da República os Estatutos da Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço.

 

ENQUADRAMENTO HISTÓRICO CASTRO LABOREIRO II

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CASTRO LABOREIRO – ENQUADRAMENTO HISTÓRICO II

 

O período da reconquista foi marcado por sucessivos avanços e recuos territoriais, mas nos finais do século IX, os reinos do Norte encontravam-se consolidados em três unidades, as Astúrias (ou Leão), Galiza e Castela. A sua malha administrativa estava parcelada em terras e estas eram atribuídas a um conde, para as governar. As sucessivas discórdias resultantes da formação dos reinos e do seu desenvolvimento, tornaram a Galiza independente e desmembrada em duas partes, “dando o sul a Ramiro Ordóñez que foi assim “rei de Portugal” antes de herdar a totalidade dos domínios do seu pai, como Ramiro II (931-951)” (Marques, 1996, p. 26). Mais tarde, o território entre o Lima e o Douro, ficou desagregado da Galiza e entregue a um duque. Esta nova unidade política tinha a sua sede em Portucale, sendo governada por nobres locais destacados pelo reino de Leão e estando vinculada politicamente aos seus interesses.

Aquando da consolidação do condado Portucalense surge D. Afonso Henriques (1139-1185), filho de D. Teresa e do Conde D. Henrique, herdeiro deste território. Em rebelia contra a mãe, inicia um processo de desvinculação do reino de Leão. Com a sua ambição ao título de rex e eficaz expansão territorial, torna-se vassalo da Santa Sé e não do imperador dos reinos cristãos do Norte da Península, D. Afonso VII (1111-1157), tornando-o um soberano superior ao imperador. É neste contexto expansionista que D. Afonso Henriques toma Castro Laboreiro.

Para este período histórico, do século IX ao século XII pode mencionar-se um conjunto de elementos que atestam a presença das monarquias do Norte e da vinculação do território de Castro Laboreiro ao reino de Portugal, nomeadamente fontes históricas e elementos arquitectónicos, principalmente de carácter militar e, em grande quantidade.

Após o primitivo período Afonsino, em termos gerais, a administração do território de Castro Laboreiro entre o século XIII e século XIX, pertenceu à Provedoria de Viana do Castelo, à Comarca de Barcelos (Casa de Bragança), era Comenda da Ordem de Cristo e situava-se na Província do Minho. Castro Laboreiro foi instaurado como sede de Concelho em 1271. Segundo os mapas consultados, a circunscrição do território de Castro Laboreiro, alterou-se pouco durante as reformas do Antigo Regime, mantendo-se muito fiel à sua delimitação original. Com a Revolução Liberal, após 1832, Castro Laboreiro passa a integrar-se na Comarca de Ponte de Lima e mantém-se Concelho. Durante o período de estabilização, a partir de 1842, Castro Laboreiro integra-se no distrito de Viana do Castelo e perde o estatuto de Concelho em 1855. Passa a ser Junta de Paróquia e posteriormente Junta de Freguesia até 1974. Neste ano torna-se numa comissão administrativa, que terá duração de, aproximadamente, 2 anos, acabando depois por retornar o anterior estatuto de Junta de Freguesia. A reforma administrativa de 2013 consuma uma união política com a freguesia vizinha de Lamas de Mouro, formando a União de Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro.

 

CASTRO LABOREIRO E O SEU CASTELO

CONTRIBUTO PARA O SEU ESTUDO

Diana Carvalho

Mestranda em História e Património

Dianacarvalho.pt@gmail.com

 

ABELTERIUM

Volume III

Maio 2017

 

ENQUADRAMENTO HISTÓRICO CASTRO LABOREIRO I

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CASTRO LABOREIRO – ENQUADRAMENTO HISTÓRICO I

O TERRITÓRIO

A síntese histórica que se segue procura agregar em linha cronológica os eventos que tiveram lugar na área territorial de Castro Laboreiro. Como nem sempre as fontes permitem a elaboração de uma cronologia específica e linear, o texto que se segue situará o território no Norte peninsular, no noroeste hispânico, nas montanhas do Alto Minho interior, na Calécia, na Galiza e no território nacional, conforme foi possível enquadrá-lo na historiografia, esperando que daqui resulte uma brevíssima história local, prolongada no tempo, desde a ocupação romana deste território. Enumeram-se também elementos patrimoniais das diversas épocas, que substituem até hoje, por funcionarem como indicadores cronológicos na ausência da informação documental e reforçarem a existente.

Relativamente à ocupação humana do território de Castro Laboreiro, sabe-se que desde a pré-história tem sido palco de sucessivas ocupações. Os vestígios megalíticos de culto funerário situados no planalto a nordeste de Castro Laboreiro, o povoado castrejo a sudeste do castelo (cujas fundações datam da Idade do Ferro), e outros elementos, como o altar de cremação do Alto da Cremadoura, assim o indicam. As escavações arqueológicas locais desvelaram uma linha contínua de ocupação de vários povos, subsequentes a este período e prévios à fundação da nacionalidade, como os romanos, suevos e visigodos. Durante a época romana havia duas grandes áreas, a bracarense, mais urbana e civilizada, e a lucence, mais selvagem, contudo, a vinda dos povos suevos e visigodos alterou este panorama dando origem a uma maior concentração e dispersão dos núcleos habitacionais intercalares dessas duas regiões. Neste contexto histórico, o território de Castro Laboreiro situou-se entre as cidades de Bracara Augusta e Lucus Augusti, fazendo uma transição daquilo que seriam as duas grandes regiões citadas.

Mais tarde, após a vinculação visigoda ao cristianismo e sua definitiva ocupação do noroeste português, quando os reinos godos se confrontam  com as invasões muçulmanas, “a organização territorial e administrativa introduzida e fixada pela implantação do sistema paroquial com S. Martinho de Dume não podia, no entanto, deixar de contribuir para dar grande solidez à distribuição dos principais centros e dos povoados que deles dependiam,” (Mattoso, 1997, p. 396).

Relativamente ao legado romano este encontra-se presente nas variadas pontes e pavimentos estrategicamente distribuídos em todo o território da freguesia, pela Geira, situada na proximidade do território e pelo forte romano, Aquis Querquennis (“a Cidá”), situado em Baños, Concelho de Ourense, que terá sido construído para vigiar uma das vias que ligava a Bracara Augusta e para controlar a região. Dada a sua proximidade a Castro Laboreiro, este terá exercido influência sobre o território. Os vestígios suevos e visigóticos (séc. V-VI) encontram-se na política pública (direito visigótico; vindo do baixo império romano), nas liturgias e na arquitectura religiosa cristã. O povoado a sudeste do castelo é um forte indicador da presença destes povos, pois a quadratura das estruturas a par com outros elementos exumados durante as escavações arqueológicas revelam também presença romana e visigótica, além da ocupação humana durante a idade do ferro (Lima, 1996).

As invasões muçulmanas de 711, diluem a ocupação sueva e visigótica e acentuam o carácter rural do território noroeste hispânico, não por influência directa, pois a economia dos grupos dominantes do norte peninsular baseava-se no intercâmbio dos géneros e bens provenientes do saque e despojo militar resultante das constantes guerras, era incompatível com a economia urbana do Sul: “tudo leva a crer que o váli de África e os chefes árabes e sírios estivassem muito mais interessados nas cidades das antigas províncias da Bética e da Tarraconense do que nas selvagens montanhas do Noroeste, difíceis de controlar militarmente e bem poucas rendosas para uma economia monetária como a do mundo muçulmano” (Mattoso, 1997, p. 397). Contudo, a influência árabe no território de Castro Laboreiro faz-se sentir através da toponímia, do vocabulário, das lendas e em algumas práticas gastronómicas como o bolo da pedra, entre outras influências de carácter mais generalista como a numeração, por exemplo.

Em meados do séc. XVIII, as guarnições muçulmanas do Ocidente Peninsular, incluindo as da Galécia, rebelaram-se contra os seus chefes por motivos relacionados com injustas distribuições de terras, e por motivos religiosos. “As tropas colocadas na Galécia, abandonaram as suas fortalezas e não se saber sequer se voltaram a ser ocupadas. A sua revolta desencadeou uma guerra civil, que durou até 756” (Mattoso, 1997, p. 397). A debilidade da ocupação islâmica foi perturbada sobretudo na parte final pelo rei Afonso I (739-757 d. C.), das Astúrias. As cidades “reconquistadas” enumeradas na Crónica de Afonso III abrangem praticamente todos centros urbanos de alguma importância situados entre as montanhas cantábricas e a margem sul do vale do Douro, onde se situam também os montes do Laboreiro. A Crónica atribui-lhe também a iniciativa de levar consigo para o Norte a população cristã de todas as cidades. O chamado “repovoamento”, nas suas diversas expressões, fez também uso da presúria, contudo, nas zonas montanhosas do Noroeste peninsular “algunas comunidades rurales se verían libres de presión, pudiendo organizar sus espacios de producción de forma más autónoma y con menor – o ninguna – carga fiscal. Se trataria de “comunidades castreñas de montañas”, instaladas em castros de origen prerromano o romano, que se sitúan en el centro de un valle rodeado de altos montes, donde predomina el bosque y los pastos de montaña” (González, 2001, p. 24). Neste caso o autor exemplifica com o caso de Castro Pelaggi (Valdoré), mas também Mattoso (1997) refere as zonas montanhosas do Entre Douro e Minho (Peneda, Laboreiro, Gerês, Gralheira, Cabreira, Marão e Montemuro), como potencialmente excepcionais. Em suma, a Reconquista cristã, é um momento de oportunidade que aproveita a debilidade das forças muçulmanas e que se inicia com as guarnições visigodas refugiadas nas montanhas asturianas nesta altura organizados com os dirigentes do reino das Astúrias sob o comando de Afonso I. Este é o processo que desencadeia a formação das primeiras monarquias do Norte peninsular que por sua vez darão origem ao reino de Portugal.

 

(continua)

 

HISTÓRIA DOS MUNICÍPIOS

melgaçodomonteàribeira, 14.05.22

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MELGAÇO: SENTINELA AVANÇADA

 

Melgaço é de todos os municípios portugueses o que se situa mais a norte e mais profundamente penetra na Galiza. Não são muito claras as circunstâncias históricas em que foi outorgado o seu antigo foral. É, porém, evidente que existiu um processo negocial e os hiatos verificados no decorrer do mesmo serão até responsáveis por que a datação ficasse ambígua (1183-1185).

Alguns documentos do antigo Cartulário de Fiães dão conta do movimento que acompanhou a erecção do município. Em 30 de Junho de 1185, os juízes e o concelho de Melgaço fizeram um acordo com o Abade do mosteiro de Fiães sobre a construção da nova igreja paroquial. No entanto, o projecto de construção da igreja não foi avante, talvez pela incapacidade do mosteiro, há posta em dúvida num dos documentos anteriores: “sit facta ecclesia ab abbate et conventu si tamen potuerint”. Em Abril de 1187, fazia-se um novo acordo, desta vez entre “omnes homines de Melgazo tam viri quam mulieres” e o arcediago Garcia, em que ambas as partes se comprometiam a ajudar-se mutuamente na edificação do templo “tali pacto ut facias illam et edifices nobiscum te adiuvantibus et de necessarii ecclesie tibi ministrantibus donec sit perfectam et consumatam”.  Dali a cinco anos o templo estava concluído, conforme consta de um acordo, de Abril de 1205, entre o arcediago e o abade de Fiães, sobre o serviço na igreja de Melgaço, o qual é assinado, em representação do concelho, pelos juízes Paio Garcia e João Rodrigues.

As negociações relativas ao foral decorreriam sob as ordens de D. Sancho I, associado à governação nos últimos anos da vida de seu pai, D. Afonso Henriques. O rei povoador estaria já a preparar as acções militares que planeara para os primeiros anos do seu reinado na fronteira do Minho, se não para a estender, pelo menos para a consolidar, e interessar-lhe-ia garantir o apoio do activo grupo de migrantes que, descendo pelas margens do rio, avançara mais para ocidente que outros, nos caminhos que prolongavam a estrada que atravessava o norte da Península e veio a ser conhecida pelo nome de estrada de Santiago.

O modelo que os moradores propuseram ao monarca foi o de Ribadávia, povoação que se localizava nesse caminho. A carta de foro desta comunidade foi outorgada em 1164 e reproduzia a que tinha sido concedida a Allariz e iria ser comunicada a outros lugares. A sua mais remota referência é o foral de Sahagún.

 

HISTÓRIA DOS MUNICÍPIOS

(1050-1383)

António Matos Reis

Livros Horizonte, Lda.

Lisboa, 2006

pp. 330-332

MIL E DUZENTAS MISSAS

melgaçodomonteàribeira, 28.07.20

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casa da serra - prado

DIOGO MANUEL DE SOUSA GOUVEIA E GAMA (P.e)

 

Nasceu em Prado aos 8 de Fevereiro de 1714 e como seguiu a carreira eclesiástica, seus pais lhe fizeram o património em 19 de Agosto de 1735. Dez anos depois saiu da casa paterna para a freguesia da Bela no termo de Monção, que paroquiou como vigário e como vigário também paroquiou depois a freguesia de Santiago de Penso. Pelo testemunho escrito a seu pedido a 7 de Maio de 1783 apura-se ter sido este padre o reformador da fortuna da Casa da Serra, pois com o dinheiro de seu bolso particular pagou as dívidas dos pais, readquiriu os bens alienados por seus antepassados em horas amargas, melhorou os bens vinculados fazendo o canastro de pedra, o lagar e a respectiva casa, tomou a iniciativa de comprar outros bens e de nenhum deles nem mesmo do seu património recebeu rendimentos tempo algum.

De resto tudo quanto conseguiu agenciar na vida, o deixou ao seu irmão morgado,

«atendendo ás muitas obrigaçoins que devia a seu irmão Luís Caetano de Sousa Gama Cappittão Mayor deste termo e affecto e amor que lhe tinha por aspirar sempre a honra que herdara de seus Pays e conserva-la, acção que elle testador sempre dezejou em toda a sua vida e por lhe pedir seu Pay e Senhor no ultimo da sua vida que o amparasse para que não deslustrasse o seu nascimento e como sempre lhe foi obediente e amigo leal comprazendo em tudo com a sua vontade...»

pois o instituiu seu herdeiro universal.

O P.e Diogo Manuel e outros colegas formaram certa mesa do Santuário da Senhora da Peneda e como depois julgaram má a sua administração, este mesário teve de pagar de seu bolso o correspondente à sua quota parte de prejuízos dados àquela confraria.

E como a doença o não deixou exercer a provedoria da Santa Casa nem fazer a função dos Passos, por indicação sua comprou-se uma túnica e o respectivo cordão para a imagem mais comovente da Misericórdia,

«cuja túnica e cordão será obrigado o seu irmão Luis Caetano de Souza e Gama e sua Irmã Donna Joanna e seu genro Caetano Joze de Abreu a levarem a dita túnica e cordão nesse mesmo dia e mandarem cantar huma missa ao Senhor dos Passos por alma delle testador».

Vê-se ainda no referido testamento: a alma deste padre foi sufragada com quatrocentas missas rezadas no convento de Pastoriza e mais oitocentas repartidas pelos padres do termo.

 

 

O MEU LIVRO DAS GERAÇÕES MELGACENSES

Volume I

Edição da Nora do Autor

Melgaço

1989

pp. 635-636

 

 

O FORAL DE AFONSO HENRIQUES A CASTRO LABOREIRO

melgaçodomonteàribeira, 14.07.20

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cruzeiro de s. julião na antiga gafaria se s. gião

 

CAMINHOS E CASTELOS MEDIEVAIS

 

Violando a impraticabilidade desta barreira natural dos montes Laboreiro rasgaram-se caminhos de ligação, novelando ribanceiras, levantando pontes e fazendo calçadas, por onde circulam livremente pessoas, animais e produtos, mas que, em tempo de guerra, se podem revelar perigosas vias directas de penetração para a pesada estrutura de uma hoste medieval.

Começando pela zona ribeirinha, vindo da Galiza, entrava em Portugal pela Ponte Barjas o velho caminho que passava debaixo do alpendre da capela da Orada em direcção a Melgaço, seguindo depois pela margem esquerda do Minho para Monção e Valença. À margem deste caminho, documentando o trânsito considerável para a Galiza, já no tempo de Sancho II existia uma gafaria na quinta de S. Gião. O melhor testemunho autêntico dessa leprosaria medieval continua a ser a capela de S. Julião, construída, de acordo com as deduções de Luís de Magalhães Fernandes Pinto, no segundo terço do século XIII.

O castelo de Melgaço seria a principal sentinela avançada da segurança desta via, que penetrava no reino de Portugal a setentrião dos montes Laboreiro, coadjuvado pelas populações locais e pelo fronteiriço mosteiro de Fiães.

Do lado oposto, pelo sul, vinha de Galiza um velho caminho que entrava no reino de Portugal pelo Lindoso, em direcção ao centro da terra de Nóbrega. Aqui existia um vetusto castelo já referido em documento de 1059, do cartulário de Mumadona. Reconstruído no século XII por Honorigo Honorigues, que, na época de 1180, recebeu do rei de Portugal dois casais em Penelas (concelho de Ponte da Barca), por ter construído o castelo da Nóbrega à sua custa. Também os inquiridores de 1220 registaram que D. Afonso Henriques dera S. Martinho de Paço Vedro ao mesmo Honorigo Honorigues, “quia fecit illi castellum de Anovrega”.

Mas este castelo ficava bastante recuado da linha de fronteira, por isso, para cerrar essa débil passagem fronteiriça, foi necessário levantar o castelo de Lindoso, que se sabe já existir na segunda metade do século XIII e teria sido iniciado no ano de 1217, segundo Figueiredo da Guerra.

Enquanto não foi levantado este ouriço fronteiriço de Lindoso, esta zona seria um ponto vulnerável de penetração no reino de Portugal, não só em direcção ao Entre Cávado e Lima, como também ao próprio Entre Lima e Minho. Por isso não admira que fosse uma preocupação primordial do nosso primeiro monarca, impondo a sua guarda aos aguerridos montanheses de Castro Laboreiro. Esta preocupação agrava-se com a proximidade ameaçadora da fortaleza de Araújo.

Este caminho ligava directamente a Orense e, em determinada altura, bifurcava-se em direcção a Castro Laboreiro. Penso que pode ter sido este o imaginário rumo tomado por D. Sancho I, partindo do castelo de Castro Laboreiro, para ir atacar o castelo de Araújo, passando o Lima no afamado Porto de Araújo – isto para completar o raciocínio suspenso quando abordei a questão da estadia deste monarca em Castro Laboreiro. Seguindo a rota inversa – do castelo de Araújo em direcção a Castro Laboreiro – “marchando do nascente pela província de Trás-os-Montes”, também poder ser este o caminho de Afonso VII quando veio a Valdevez. Por ora não tenho qualquer fundamento documental para esta conjectura, pelo que continuarei a seguira do P. Bernardo Pintor e seus doutos argumentos.

Esta via rasgava o âmago dos montes Laboreiro, desde Milmanda e Celanova, passando por Castro Laboreiro, vinha ter ao Porto dos Asnos, seguindo pelo vale de Lamas de Mouro em direcção a Padrão de Sistelo, Porto do Cousso, em Cabreiro, passava o rio na ponte medieval desta freguesia de Cabreiro, até às Choças, no coração da terra medieva de Valdevez. Tudo leva a crer que teria sido esta a via calcorreada por Afonso VII de Castela, quando se deu o Bafordo de Valdevez. A tradicional passagem do imperador por Lamas de Mouro foi coligida por José Augusto Vieira. Padrão de Sistelo, à margem deste caminho, provavelmente por causa das invasões de Leão, uma vez que o próprio monarca adverte que se de novo houver guerra forte entre Portugal e Leão possam retirar-se com todos os seus pertences, regressando logo que a paz seja restaurada.

Os pontos mais vulneráveis deste caminho merecem a maior atenção do poder central, recaindo sobre os moradores locais a obrigação de os vigiarem. Assim os de Cabreiro “se guerra vem do regno de Leom, vam guardar o porto de Couso”, tal como os de Vilar, da mesma freguesia, “vam guardar o porto de Couso. Mas este ponto, como adverte Iria Gonçalves, era “já bastante internado e talvez a servir de reforço de vigia no caso de entrada de hostes pelo sopé do monte Laboreiro”.

Muito antes do Porto do Couço impunha-se a guarda do Porto dos Asnos, que, como já se disse, o P. Bernardo Pintor identificou com o Porto de Araújo do foral de Castro Laboreiro e sob alçada dos seus moradores. Discordando dessa interpretação, considero poder identificar esta portela com as passagens frágeis do monte de Laboreiro que os de Riba de Mouro tinham que guardar e, à voz de apelido, a repelirem de mão armada os inimigos do castelo de Laboreiro, que, em contrapartida, em caso de perigo, os refugiava dentro dos seus muros seguros e protectores, conforme testemunharam às inquirições afonsinas de 1258.

 

O FORAL DE D. AFONSO HENRIQUES A CASTRO LABOREIRO.

“ÁDITO” PARA O DEBATE.

José Domingues

Porto, 2003

http://www.academia.edu/3470740/O Foral de D. Afonso Henriques a Castro Laboreiro. Adito para o debate

jdominguesul@hotmail.com

 

6 de Maio de 2013

 

 

 

MELGAÇO, COLONIZADORES EM 1700 - 1800

melgaçodomonteàribeira, 27.06.20

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OS PRIMEIROS COLONIZADORES PORTUGUESES NO CEARÁ 1700 - 1800

 

Aqueles que se aventuraram na empresa do Ceará eram ao mesmo tempo conquistadores, povoadores e colonizadores. Alguns, aventureiros apenas, mas, a maior parte, indivíduos com uma meta, uma vontade de engrandecer a pátria portuguesa e reviver os heroísmos dos primeiros penetradores do solo brasileiro. Carregavam no sangue a herança dos velhos troncos avoengos, a par de uma fé ardente, tanto no fervor da prática religiosa como na crença de que estavam dando um testemunho de tenacidade e firmeza.

 

ALVES, António Manuel

Nasceu em Melgaço

Casou em Sobral, 1758

Entrelaçou com a família de Pires Chaves

 

MELGAÇO, José Rodrigues

Nasceu em Melgaço

Casou em Amontada

Fixou-se em Uruburetama

Entrelaçou com a família de Pereira de Azevedo

 

PONTES, Gregório Alves

Nasceu em Melgaço

Casou em segundas núpcias em Fortaleza, 1775

Entrelaçou de primeiras núpcias com a família Pires

 

 

Retirado de:

 

OS PRIMEIROS COLONIZADORES PORTUGUESES NO CEARÁ 1700 – 1800

 

http://www.angelfire.com/linux/genealogiacearense/index_povoadores.html

 

 

LEBOREIRO E LABOREIRO

melgaçodomonteàribeira, 23.06.20

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MONTES DE LABOREIRO

 

Não pareça descabida neste estudo a descrição dos Montes de Laboreiro. Por eles presumo terem sido feitas as invasões, havendo indícios de um rota militar através destes montes.

Há várias opiniões sobre a etimologia da palavra Laboreiro. Querem alguns, como Santos Rosa de Viterbo, que Laboreiro signifique penhascoso e derive da palavra laporetum aparentada com lapis, palavra latina que significa pedra. Como razão apresentam a situação do castelo entre penhascos e numa região de muitos penedos. Querem outros que Laboreiro signifique laborioso ou trabalhoso, e seria portanto nos seus princípios Castrum Laborarium por causa do muito trabalho que se despendeu na construção da altaneira fortaleza. Repare-se que em latim a palavra trabalho se traduz por labor. Poderia, ainda, explicar-se a origem da palavra Laboreiro pelo facto de esta terra usar a cultura do centeio, principal cereal da freguesia, em lavores arroteados em sistema de cultura extensiva. Esta foi a minha opinião durante muito tempo.

Há, porém, a opinião de J. Leite de Vasconcelos que deve ser a verdadeira, embora o sábio filólogo não tenha talvez conhecido as fontes que me levam a perfilhá-la. Diz J. Leite de Vasconcelos que Laboreiro significa lebreiro, ou terra de lebres. Funda-se na forma antiga que era Leboreiro e que deve vir de leporarius, adjectivo derivado de lepus-leporis, palavra latina que significa lebre.

Razões documentárias temo-las nesta passagem que transcrevo de España Sagrada: «El insigne Monasterio de Celanova tiene su asiento ácia el Mediodia de Orense à tres , ò quatro leguas en el territorio Bubalo (como el de S. Esteban) debajo del monte Leporario, hoy Leboreiro, entre los rios Arnoya y Limia».

Entre ambas as edições deste estudo pude ter à mão fotocópias de muitos documentos do mosteiro de Celanova em que se descrevem inúmeras propriedades «sob o monte Leboreiro».

Documenta a mesma opinião uma escritura de Fiães do ano 1191 relativa a um quinhão de Parada do Monte, terra identificada «sub monte leporario».

Eis, portanto, documentos a confirmar com a fórmula latina, a opinião do insigne filologista. A versão portuguesa Leboreiro é corrente nos documentos dos primeiros séculos da nossa nacionalidade e vem ainda no foral de D. Manuel I concedido em 1513.

Qual seria, nos tempos antigos, a extensão dos Montes de Laboreiro?

Se aqueles que pretendem derivar Laboreiro de Lapedo alegassem o facto da serra da Peneda derivar também o nome de um sinónimo de lapis e ser a herdeira do espaço, ao menos em grande parte, ocupados pelos antigos Montes de Laboreiro, teriam uma carrada de razão.

Pela transcrição atrás feita vimos que Celanova, na Galiza, ficava «debaixo do Monte de Laboreiro». Parada do Monte, também ficava «sob o Monte Laboreiro», e até me está a parecer que o designativo «do Monte» seria para distinguir Parada do Monte da Laboreiro de outras várias terras que têm o nome de Parada.

Há um documento que anda mal interpretado e testemunha que os Montes Laboreiro ainda iam mais além. É a carta de foro concedida em 1271 por D. Afonso III ao lugar de Padrão que fica na margem esquerda do rio Vez, na freguesia de Sistelo, concelho de Arcos de Valdevez. Franklin no seu Índice de Forais indica-o sob os nomes Monte de Leboreiro e Padrão em Monte de Leboreiro, na relação III. Alexandre Herculano examinou este documento e só fala no aforamento do Monte de Leboreiro. O título do documento é «Karta de foro de Monte de Leboreiro que vocatur padron». No texto o rei faz doação daquele seu «monte ermo que fica no lugar chamado Padrão que é no monte que se diz Laboreiro». A povoação de Padrão, na freguesia de Sistelo, foi por mim identificada à face da carta de aforamento de D. Afonso III. Em sua volta existem ainda todos os nomes de referência na delimitação, um dos quais é o rio Vez. Do exposto ficamos a saber que os Montes de Laboreiro chegavam desde Celanova, que fica na Galiza a alguns quilómetros da fronteira, até Padrão de Sistelo pelo menos.

   Nas Inquirições de 1258 à freguesia de Grade ficou registado que os moradores desta freguesia tinham a obrigação de «correr monte com o rei ou rico-homem em Laboreiro ou na Fornia a sua vez por mês», donde nos é lícito concluir que a denominação de Laboreiro se estendia à maior parte da serra da Peneda.

O castelo de Laboreiro terá sido levantado para dominar estes montes. Os antigos monteiros de Soajo tiveram questões com o seu alcaide por causa, de certos tributos que lhe deviam satisfazer, donde se vê que também os montes do Soajo eram dependências de Laboreiro.

Os moradores de Riba de Mouro, ao tempo simplesmente S. Pedro de Mouro, nas Inquirições de 1258 «disseram que quando houver guerra hão de guardar as travessas do Monte de Laboreiro». Estas travessas, ou melhor, travessias, deveriam ser na região de Val-de-Poldros, limites da mesma freguesia, onde Paio Rodrigues de Araújo, alcaide-mor de Castro Laboreiro e de Lindoso, demarcou um couto, o que fez, naturalmente, por todos aqueles montes estarem na sua dependência.

Nesses recuados tempos os Montes de Laboreiro abrangiam a maior parte da serra da Peneda, e hoje a extensa freguesia de Castro Laboreiro é considerada como faldas da serra da Peneda. Como a denominação passou de Laboreiro para Peneda é que não sei explicar.

 

Obra Histórica

Padre Manuel António Bernardo Pintor

Edição do Rotary Club de Monção

2005

pp. 339-342

 

 

 

MENDIGOS E VAGABUNDOS NO CONCELHO DE MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 26.05.20

166 - 2 Arte Pintura António Ramalho Mendigo 1896

antónio ramalho - mendigo - 1896

 

ENTRE A POBREZA E A MARGINALIDADE: MENDIGOS E VAGABUNDOS NO ALTO MINHO DE OITOCENTOS

Alexandra Esteves

Segundo o número 8, do artigo 249.º, do ( …) Código Administrativo de 1842, competia aos administradores dos concelhos o exercício da vigilância e polícia sobre os mendigos e vadios. Em 1869, o governador civil do distrito de Viana do Castelo recordava que nenhum mendigo podia esmolar no respectivo concelho de residência sem estar munido de licença. Determinava ainda que só poderia ser concedida permissão para mendigar aos indivíduos naturais do concelho, ou que nele residissem há mais de dois anos, e desde que fossem reconhecidamente pobres e estivessem  impossibilitados de trabalhar. A indigência, a idade e a residência dos peticionários tinham que ser comprovadas pelos párocos e regedores, ao passo que a incapacidade física ou mental devia ser atestada por documento médico. Considere-se, a propósito, o requerimento para pedir esmola, formulado por João Manuel Esteves e confirmado pelo regedor da freguesia de Castro Laboreiro:

 

“Diz João Manoel Esteves solteiro da Villa de Castro Laboreiro da Comarca de Melgaço que achando-se já de idade de sessenta anos, e sem meios alguns de subsistência como mostra pelos documentos juntos, do Reverendo Parocho, e do Administrador do Concelho, e alem disso sem vista por cauza das cataratas, e lezo do corpo da parte direita de hum ataque que sofreu do estupor já há mais de quatro annos, durante os quaes tem sido socorrido por hum seu irmão, porque do contrario já teria sido vitima da morte: hé neste estado miserável que o supplicante implora a benovolência de V. EX. a fim de que todas as juntas de Parochia do Districto concorrão com hum subsidio; bem como todos os thezoureiros das Misericórdias e confrarias segundo suas forças  para a conservação de seus dias; pois por esta graça o supplicante não cessara de rogar a deus pela conservação de V. EX.ª”.

 

Através de editais afixados nas freguesias, mencionando os documentos a apresentar, os mendigos eram convocados para comparecerem na administração do concelho. Na ocasião, deviam estar presentes os regedores, para conferiram a sua identidade, e os médicos, para analisarem o seu estado de saúde. Concluído o processo de triagem, os que fossem considerados aptos para trabalhar tinham que assinar uma declaração onde se comprometiam a abandonar a mendicidade e procurar uma ocupação. Se fossem encontrados a mendigar sem causa superveniente e sem licença, eram entregues ao poder judicial para serem punidos na conformidade da lei.

 

INTERCONEXÕES

Revista de Ciências Sociais

Vol. 1  N.º 1

 

http://academia.edu

 

 

CASTRO LABOREIRO E O FORAL DE AFONSO HENRIQUES

melgaçodomonteàribeira, 19.05.20

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De todos é sobejamente conhecida a personalidade guerreira do primeiro Afonso, que, na ânsia desmedida de consolidação da autonomia e alargamento dos limites do Condado Portucalense herdado de seu pai, rebelou-se contra a própria mãe, teve os mouros do sul a ferro e fogo e aguentou acesas escaramuças com os nossos vizinhos galegos – S. Mamede, Cerneja, Valdevez, Ourique, Santarém, Lisboa, Alcácer, Galiza…

Numa das suas inconstantes investidas contra Galiza conquistou às armas de Leão o castelo de Castro Laboreiro, como consta da carta de couto outorgada à abadessa do mosteiro de Paderne, Elvira Sarracine. O monarca concede o dito couto ao cenóbio em compensação do tributo de dez éguas com suas crias, trinta moios de vinho, um cavalo avaliado em quinhentos soldos e cem moedas de ouro, que a dita abadessa lhe tinha prestado durante o assédio da fortaleza.

À data deste monumento – 16 de Abril de 1141 – já o castelo de Laboreiro sofria novamente por Portugal e tudo leva a crer que foi efémero o estear da bandeira alheia na sua torre de menagem, pois, se é verídica a indução do ilustre investigador, tenente-coronel Augusto Botelho da Costa Veiga, a perda de Castro Laboreiro derivou de uma contra-ofensiva galega lançada por Fernando Eanes, no Inverno de 1140,, durante a ausência temporária de Afonso Henriques.

Se o relato desta carta de couto é demasiado seco na apresentação das operações aguerridas em volta do baluarte dos montes Laboreiro, é o único, e outros documentos se não conhecem. Existe, no entanto, um, menos comentado, que poderia ser da maior utilidade para aclarar o intrincado da questão, se não estivesse hoje praticamente delido pela erosão dos séculos. Trata-se de um documento epigráfico que, durante séculos a fio, integrou os muros robustos do castelo. De acordo com a leitura que lhe dá o incansável magistrado Luís Figueiredo da Guerra, testificaria a sua conquista ainda no decurso do ano 1140, ajustando-lhe o monarca Conquistador avultadas obras de restauro no ano de 1145, completadas pelo seu filho – D. Sancho I:

“D. Afonso Henriques conquistou em 1140 o castelo aos espanhóis, reparando-o em 1145, mas D. Sancho I completou a obra, como memora a inscrição que lá existe”

Na ânsia de ver de perto esse monumento, contactei o P. Aníbal Rodrigues, pároco de Castro Laboreiro, que me indicou uma pedra no adro da igreja paroquial, supostamente a referida epígrafe ou parte dela, que, segundo informação do mesmo, para ali foi carreada aquando das obras de restauro do castelo, levadas a cabo sob o comando da Direcção Geral dos Monumentos e Edifícios Nacionais – Zona Norte. Apesar do acesso fácil, foi-me o préstimo minguado porque não consegui identificar, com firmeza, um único caracter, apenas alguns sulcos bastante apagados parecem inculcar a veracidade e antiguidade da epígrafe.

Esta inscrição já tinha chamado a atenção de José Leite de Vasconcelos que, estando no ano de 1904 a veranear nas Águas do Peso, se dirigiu a Castro Laboreiro, não dispensando uma visita ao vetusto castelo, onde deparou com a inscrição. Também um correspondente de A Neve, individual periódico publicado em Castro Laboreiro, presta informações de algum interesse, nomeadamente, a existência de mais do que uma pedra epigrafada, a dificuldade de leitura e o seu estado de abandono do topo sul, junto da gruta natural formada pelos dois penedos que juntam as extremidades, e que o autor, erradamente, identifica com a capela de Santa Bárbara.

A conservação deste monumento deve-se ao esmero do arquitecto Roberto Leão, conforme o mesmo refere no artº 23º de um extenso relatório. De 16 de Agosto de 1981, dirigido ao Director dos Monumentos Nacionais do Norte, onde denuncia certos atropelos nas obras de restauro desta fortaleza:

“Felizmente, em 1974 foram retiradas por nós e depositadas na igreja, duas pedras e um fragmento, com inscrições históricas, do séc. XII, entregues à guarda do Pároco e onde se encontram, o que evitou serem possivelmente aplicadas em alteamento de muralhas ou partidas para enchimentos”

A verdade é que, dada a condição do documento, nenhum dos autores, à excepção de Figueiredo da Guerra, se atreveu a uma leitura ou qualquer achega. Por incrível que pareça, essa leitura parece aproximar-se bastante das deduções cronológicas de Botelho da Veiga e dos singelos factos que temos vindo a referir, nomeadamente, a atenção dispensada por D. Sancho I a Castro Laboreiro.

 

O FORAL DE D. AFONSO HENRIQUES A CASTRO LABOREIRO.

“ÁDITO” PARA O DEBATE.

José Domingues

Porto, 2003

http://www.academia.edu/3470740/O Foral de D. Afonso Henriques a Castro Laboreiro. Adito para o debate

jdominguesul@hotmail.com