Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, O POVO EM ARMAS

melgaçodomonteàribeira, 06.02.21

62 d2 - jornal o espectro.JPG

LISBOA, 5 DE MARÇO

 

Temos folhas do Porto até o 1º do corrente, e cartas até á uma da tarde do dia 3.

Nunca a causa nacional apresentou um aspecto tão lisongeiro; nunca as esperanças de um proximo triunfo foram tão bem fundadas.

O enthusiasmo na cidade invicta não póde exceder-se. Reina a maior harmonia e intelligencia entre os membros da junta, e os cidadãos rivalisam no amor da patria. Eis-aqui o que extrahimos das folhas:

(…)

No dia 25 a maior parte das forças tanto de linha como dos corpos nacionaes, que estão n’aquella cidade, deram um passeio militar até o sitio do Monte Grande, quasi uma legua de distancia do Porto pela estrada de Lisboa. Formavam quatro brilhantes brigadas com a competente artilharia e cavallaria. Toda a força formou no Monte Grande, e ahi lhe passaram revista os dois illustres generaes Antas e Povoas, que ficaram extremamente agradados de comandarem tão boa gente, e tão prompta para tudo que seja mister a bem da causa nacional. O exercito popular tambem ía ufano de levar comsigo o honrado e habilissimo general visconde de Sá, que todos respeitam como elle merece.

Á frente da guarda nacional ía o seu comandante geral Marquez de Loulé.

Depois de passada revista tudo retrocedeu para os seus quarteis. Os generaes estiveram no Alto da Bandeira a vêr desfilar aquella divisão, que para se avaliar tanta gente tinha, basta notar se que gastou hora e meia em desfilar continuamente. E mais ficou na cidade a guarnição, que não é pequena, e contingentes de todos os corpos; e estão fóra em operações as columnas do barão do Almargem, e generaes Cesar, Bernardino e Guedes.

Não sabemos (diz o Nacional) se esta marcha foi preludio d’algumas operações militares que hajam de emprehender-se, nem pertendemos saber: confiamos plenamente nos generaes, que capitaneam as nossas grandes forças, e estamos seguros de que a victoria ha de ser por nós.

Á revista assistiram 25 batalhões, e ficaram ainda na cidade e suas avenidas dez corpos de diversas armas.

O coronel visconde d’Azenha partiu no dia 26 para o Minho, não só para inspeccionar os batalhões nacionaes, mas tambem para organisar novas forças, indo munido de plenos poderes conferidos pelo marechal do exercito conde das Antas.

No dia 10 sahiram de Valença 130 infantes cabralistas na direcção de Melgaço para baterem uma guerrilha. Não encontraram ninguem armado. Commetteram atrocidades, e matando uma mulher, fizeram com que o povo se armasse fazendo-os retirar para a villa de Monção no dia 13, aonde se conservaram n’esse mesmo dia, e em 14 e 15, a ponto de já não terem polvora, e os officiaes passaram a Salvaterra de Galliza pedindo polvora, que lhes foi fornecida pelas auctoridades hespanholas na quantia de dous mil cartuxos. O proprio governador de Salvaterra offereceu mandar soldados hespanhoes disfarçados. Veio infanteria 13 e 25 cavallos de Valença, mas a força popular que atacou Monção era tão consideravel que o regimento 13 e 25 cavallos não se atreveram a aproximar-se dos populares, e ficaram em Lapella.

A força cabralista sitiada em Monção passou no Minho para Salvaterra da Galliza, e atravessou meia legua armada pelo territorio hespanhol, sem opposição, ou com o consentimento das auctoridades d’aquelle paiz.

 

N.E. – (de 8 de Outubro até Junho de 1847) A Patuleia. Segunda fase das sublevações, iniciadas com o movimento Maria da Fonte, comandadas por setembristas, miguelistas e dissidentes cartistas, contra o ministério ilegítimo de inspiração cabralista, presidido pelo Duque de Saldanha e que beneficiou do apoio da rainha. Formam-se Juntas revolucionárias em diversos pontos do país que se revelam contra o governo da capital. Este, incapaz de dominar as forças revoltosas, solicita, ao abrigo da Quádrupla Aliança, a intervenção da Espanha, da Inglaterra e da França. A intervenção estrangeira vem decidir a contenda a favor da rainha e do poder cartista instituído.

História de Portugal em Datas

C.Leitores 1994

p. 218 

 

 

 

MELGAÇO EM GUERRA COM O IMPERADOR

melgaçodomonteàribeira, 15.10.16

troncoso1.jpgrio trancoso - desconheço a autoria da foto

 

LA PARADANTA EN LA GUERRA CONTRA NAPOLEÓN

 

 Por: Antonio Troncoso de Castro (1)

  

La Guerra de Independencia en el Sur de Galicia y Norte de Portugal, desde una perspectiva militar favoreció sensiblemente la organización del ejercito anglo-hispano-portugués que en sucesivas batallas consiguió la expulsión de los franceses de la Peninsula..................

En la acción de Vimieiro, la primera derrota de Junót, ya estan milicianos de Tuy y Monterrey y en la represalia de Soult ejecuta sobre el Pazo de Barreiro, desde el que escribo este recordatorio, los vecinos de Villar y Couto se refugiaron en Melgaço, que meses antes ya había declarado guerra al Emperador. Y así cuando el Consejo de Regencia concede la Cruz Supernumeraria de Carlos III a los abades de Villar-Couto y Valladares po el «sitio y reconquista de Vigo y Tuy» - como reza en la credencial – tanbién condecora a los oficiales portugueses don Juan Almeida y Sousa,  don Joaquín Pereira de Castro y don José Rodriguéz Gomez, por su ayuda en aquellos trágicos y a la vez gloriosos sucesos................

Mientras tanto las terras fronteirizas de Melgaço, y jurisdicciones de Alveos e Crecente, siguiendo órdenes de la ola Romana, acantonado en Lobeira y fugura injustamente silenciada tienen lugar cuatro decisiones..............

Fueron tan eficaces las acciones de las gentes de la Paradanta, Melgaço y Ribeiro, que un Cuerpo de Ejército, seguramente el más poderoso de la «grant armae» mandado por el mejor táctico de Europa,........ arribando a Orense con 2.000 bajas entre muertos y heridos.

Un capitulo muy importante de la historia militar de España en la Guerra de Independencia digno de recordarse con todos, los honores del sacrificio y heroísmo que promovió en esta tierra un troncoso de Sotomayor, que al igual que sus antepasados frente a los ingleses en Bayona y A Coruña y más tarde en la línea Peneda-Barxas, - de haí que dicho rio se identifique por los portugueses con el nombre de Trancoso, en el tratado de límites de 1881 – y seguido por el pueblo dio una léccion de patriotismo, cuyo ejemplo merece ser reconocido, así como los 64 muertos de estas parroquias en aquellos trágicos días.

 (1) Antonio Troncoso de Castro es sobrino tataranieto del Abad de Couto.

 

Tomado de el FARO DE VIGO.

Ler artigo completo em:

 

Revista de la Hermandad del Valle de los Caídos – nº 131 Noviembre de 2009

 

http://www.hermandaddelvalle.org/article.php?sid=5840

 

 

ACTAS I CONGRESO MEMORIA HISTÓRICA - IIII

melgaçodomonteàribeira, 20.05.15

Portos, Castro Laboreiro

 

(continuação)


En abril de 1940 aínda a Embaixada española en Lisboa mostra a súa preocupación sobre algúns refuxiados españois que están a cometer roubos a man armada e que, unha vez cometidos os delictos, se internan en Portugal. Nese mesmo mes refórzase tanto do lado portugués como do lado galego a presencia de tropas para vixilar e perseguir ós fuxidos españois. No concello de Entrimo establécese unha compañía enteira de infantería com pequenos destacamentos comandados por sarxentos nas pequenas poblacións da fronteira.
Ainda en setembro de 1940 vaise organizar un operativo desde o posto fiscal de Castro Laboreiro para proceder á captura dos refuxiados españois que, nos Ribeiros, se encontran armados, sabendo que é empresa moi complicada e que sería preciso unha forza de dezaséis homes para reducir a un grupo de seis refuxiados españois que se encontran armados.
En realidade, ata o finais da década dos cuarenta a presencia de fuxidos españois nas serras á redor de Castro Laboreiro é moi evidente, amparándose, como afirmaba o xefe dun destacamento da Guarda Nacional Republicana portuguesa recrutado para acabar coa presencia de refuxiados na freguesía de Castro Laboreiro:

“Uma batida completa à serra, dada a imensidade desta, exigiria milhares de homens e, em virtude da carência de estradas e caminhos capazes e da falta de recursos, julgo-a impraticável. Enquanto aquela região, pela ausência quase completa de vias de comunicação, estiver, como está, isolada do resto do País, será sempre um possível refúgio, a que dá imensas facilidades a natureza montanhosa do terreno, formado por enormes montanhas, sulcado de ravinas (barrancos) que são verdadeiros precipícios, frequentemente coberto de gigantescos penedos de caprichosos recortes, e, em muitos sítios, coberto de carvalheiras, giestais de três e quatro metros de altura, urzes, e outra vegetação selvagem. A população vive a vida mais miserável que é possível imaginar-se; as habitações são choças imundas onde as pessoas vivem na mais repugnante promiscuidade com os animais. As culturas, de centeio e batata, únicas que ali se fazem, não chegam para o consumo dos habitantes, e desenvolvem-se lentamente e com dificuldade. Até há pouco tempo, os homens emigravam em grande quantidade para Espanha e França, e, com o produto do seu trabalho nesses países, sustentavam as suas famílias; mas, desde que começou a guerra de Espanha, essa emigração acabou, o que veio a agravar extraordinariamente a situação daquela gente. Pelo atraso em que a população se encontra, pode afirmar-se que fazer uma viagem a Castro Laboreiro corresponde a recuar alguns séculos no tempo. Afirma o abade da freguesia que quase todos os seus habitantes são comunistas, porque não frequentam a Igreja. O que eles são, com certeza, é miseráveis e analfabetos; mas a irreligiosidade daquela gente já era um facto quando ainda se não falava em comunistas. O auxílio que os habitantes tenham prestado aos refugiados explica-se talvez melhor pelo facto de, dado o isolamento em que a freguesia está do resto do País e até do concelho, as suas relações normais serem feitas desde longa data com os espanhóis.” *

 

*ANTT, Ministério do Interior. Gabinete do Ministro. Livº 2. Sect PV. Fol. V. Nº 3. Iniciado em 20-6-1938. Serviços de exploração da serra da Peneda, com o fim de capturar emigrados espanhóis.

Agradezo as suxerencias realizadas a este traballo polo professor e compañeiro Xosé Ramón Quintana Garrido.


Naron, 2003
Ángel Rodríguez Gallardo

www.memoriahistoricademocratica.org

 

ACTAS I CONGRESO MEMORIA HISTÓRICA - II

melgaçodomonteàribeira, 13.05.15

O fardel da guerra

Dibujo de Conde Corbal Carpeta

 

(continuação)

 

 

A PVDE sabe da presencia en Castro Laboreiro de varios refuxiados na inverneira de Cainheiras, no lugar fixo de Portelinha, etc. Os falanxistas españois introducíronse en territorio portugués com asiduidade desde as primeiras datas da sublevación, mesmo obrigando a intervención da Comandancia Militar de Ourense que se viu na necesidade de castigar preventivamente a eses elementos incontrolados.

Son moitas as notificacións das policías portuguesas sobre a presencia de “refugiados comunistas espanhóis” entre a fronteira de Ameijoeira e Castro Laboreiro: o grupo formado por Manolo O do Dente de Ouro e o expolicía da Generalitat de Cataluña Ramón Yañes Pereira O Médico, que se movían por toda a freguesía de Castro Laboreiro, xunto coa amante deste último, Rosa Alves A Africana, veciña de Ribeiro de Baixo, e nai de catro contrabandistas; fuxidos perseguidos insistentemente pola policia portuguesa e considerados peligrosos como o comunista de Bande Felisindo Lopez Pazos e José Alemany; outros fuxidos menos significados como José de Sousa “O Gaiteiro”, natural de Pereira (Entrimo), etc. Naquela extensa área que vai desde Alcobaça ata Ribeiro de Baixo estabeleceuse unha persistente vixilancia, que, sen embargo, resultaba demasiado ampla e difícil de controlar polos obstáculos naturais e a facilidade de refuxios, a meirande deles furnas ou grutas, que topaban os fuxidos na serra cando eran perseguidos.

Desde os postos de Portelinha e Castro Laboreiro tratouse de localizar e capturar ó refuxiado Pepe Trabazos, protexido por unha cidadá portuguesa residente na branda de Queimadelo, quen coa chegada do inverno trasládase a inverneira no val de Pereira, mentres o seu protexido mantense arriba na branda. A policía portuguesa sigue organizando batidas, algúns dos refuxiados preocupan máis ca outros. Ás veces son grupos de sete ou oito policías. Os primeiros días de decembro de 1936 o tenente de infantería Fernando José Lopes destina un grupo de homes ós postos da serra e a Ribeiro de Baixo para averiguar sobre a “capitana dos refuxiados españois” daquela poboación, a devandita Rosa Alves. Nos dous Ribeiros, de Cima e de Baixo, lugares fixos, lévase tempo notando a presión policial. A PVDE captura a Rosa Alves A Africana o 26 de outubro de 1937, moi popular no val de Pereira e com familia na aldea arraiana de Olelas, fronte do lugar fixo da Várzea. A comunicación secular entre os dous Ribeiros e as aldeas entrimeñas de Bouzadrago e Pereira tiñan fomentado a criación de roteiros vinculados ó contrabando, empregados polos familiares dos escapados para abastecelos de comida e roupa, evitando ser controlados polos carabineiros españois ou pola guarda fiscal portuguesa.

En Lamas de Mouro a policía ten constancia tamén da presencia de refuxiados antifranquistas. Algúns deles optan por vestir elegantemente porque lles permite alixeirar certa presión das forzas represivas, aínda que prefiren ir armados por se se ven na obriga de defenderse.

Na branda de Seara, doutro lado da Pena de Anamán, hai varios refuxiados españois, entre eles Manuel Fernández González O Curto, acollido na casa da súa amante. Sospeitando da presión das forzas represivas, pernocta nunhas fragas próximas. Algúns habitantes destas serras son reincidentes en agachar refuxiados españois na serra, polo que se ven sometidos frecuentemente a rexistros nas súas vivendas. Nesa mesma branda está agachada unha familia enteira. Como todos, esperan documentación para internarse ó centro do país, pero resultalles complexo porque Eudosia Lorenzo Diz, de vintecinco anos, quen antes do golpe militar era mestra en San Ginés no concello limítrofe de Lobeira, ten un fillo. Para non levantar sospeitas viste o traxe típico de castrexa. Ademais, móvese cos seus pais: Agustín Lorenzo, un home de cincuenta anos, que sofre as inclemencias dunha hernia, e Basilisa Diz, cinco anos máis nova e que ten un sinal característico na faciana. Outras testemuñas, conseguidas pola policía tras interrogar os veciños, sitúaos na inverneira de Entalada ou na branda de Rodeiro; outras din que están nos lugares fixos dos Ribeiro, quizais na inverneira de Alagoa ou nas brandas dos Portos. En realidade, ó integrarse coa poboación local aconpáñanos nas súas migracións anuais, e as veces, ante a abafante presión policial e dos confidentes, saltan a algunha aldea galega, como Cabanelas, onde tamén consiguen acocho.

No labor de control da fronteira, a Guarda Fiscal de Melgaço e Ponte da Barca encárganse de reforzar os postos da Peneda e Ameijoeira para evitar que os refuxiados na serra da Peneda cruzen a fronteira ou escapen para o sur. Saben que se esconden en cavernas e o aumento no número obrígalles a realizar expedicións periódicas moitas delas pela noite para empregar o factor sorpresa.

 

 

www.memoriahistoricademocratica.org

 

 

(continua)        

 

ACTAS I CONGRESO MEMORIA HISTÓRICA

melgaçodomonteàribeira, 06.05.15

Montes Laboreiro

 

A REPRESIÓN FRANQUISTA EN GALICIA


ENTRE BRANDAS E INVERNEIRAS: REFUXIADOS E GUERRA CIVIL NA FRONTEIRA ENTRE OURENSE E PORTUGAL

 

Ángel Rodríguez Gallardo
IES Pazo de Mercé
Narón, 2003


Irene Rodríguez García, coñecida como A Pasionaria de Ferreiros, no concello de Entrimo, presa no cárcere de Bande máis de catorce meses, lembra que a represión foi terrible, porque na súa aldea había moita xente de esquerdas. O feito de que o seu irmán José desertase e fuxira a Portugal contribuiu o seu encarceramento, por ser o familiar “máis caracterizado”, segundo as disposicións estabelecidas polos militares golpistas. O alcalde republicano de Entrimo, Ubaldo González González, viuse na obriga de escapar á aldea portuguesa do Ribeiro, o mesmo que o seu irmán Ricardo, dependente de comercio en Bande, se ben este chegou a ser detido durante os primeiros días do alzamento. Posto en liberdade, un falanxista de Valoiro ofreceuse a levalo a Entrimo, posiblemente para acabar coa súa vida durante o camiño, ainda que aquel, avisado, eludiu a proposición. A policía portuguesa solicitou información sobre a actuación política dos dous irmáns, coñecidos por “Os Cabriteiros”, ás autoridades do concello de Entrimo, xa que sabían que se introduciran clandestinamente en Portugal coa intención de chegar a Lisboa e saír posteriormente a Francia.
Algúns dos fuxidos do concello de Entrimo e dos concellos limítrofes foron asesinados preto da Pena de Anamán, un morro de pedra cargado de lendas e historia que xa utilizaran como tobeira ó principio do século XIX unha cuadrilla de bandoleiros capitaneada por Tomás das Congostras. Tras pasar a aldea montañosa de Queguas está A Chan, unha chaira por riba dos mil metros de altitude transitada daquela por pastores galegos e portugueses. Nese enclave atópase un dolmen coñecido como a “Casa da Moura”. Tanto na Chan como na Casa da Moura os falanxistas mantiveron postos de control para evitar o paso de españois ás brandas portuguesas.
A mobilidade era fundamental para que os refuxios resultasen seguros, pero os refuxiados mantiñan lugares de referencia onde regresar se se alixeiraba a presión policial. No lugar fixo de Ribeiro de Cima concentráronse boa parte dos fuxidos do concello ourensán de Entrimo. Alí foron a parar, como xa dixemos, o exalcalde Ubaldo González González e o seu irmán, Ricardo, quen fora xuíz municipal, xa que o comercio e a fonda que rexentaron procuroulles unha extensa rede de coñecidos no país veciño –moitos dos cales lles devían cartos, dado o réxime de fiado que tiñan establecido– , especialmente na capital da freguesia, Castro Laboreiro, pero tamén nas inverneiras (Ameijoeira, Cainheiras), nalgúns lugares fixos (Ribeiro de Cima e de Baixo, Portelinha) ou nas brandas (Seara, Portos) veciñas. Aproveitando a migración anual dos habitantes das brandas e inverneiras, os fuxidos favorecéronse dos lugares que quedaban abandonados tras esa marcha. Outros preferiron como refuxio as illadas aldeas galegas do mesmo concello de Entrimo, como José González, concelleiro na última corporación republicana, que se agachou en varios lugares da aldea de Quegas.
A raia, a fronteira galego-portuguesa, terminou por desaparecer baixo da vixilancia exercida polas diversas policias. Nese territorio operaron desde o principio da guerra grupos de fuxidos e contrabandistas, axudados polos habitantes das brandas e inverneiras, que estabeleceron unha rede de axuda humanitaria, pero tamén económica, cos refuxiados, ós que lles recebían correspondencia, protexíannos do acoso policial ou, como tamén ocurriu, denunciábanos, colaborando así coa represión das forzas policiais.
Os refuxiados españois, conscientes de que a súa permanencia podía alongarse máis do esperable, optaron en territorio portugués por cinco formas de vida:

 - A vida campesiña, misturándose coa poboación local para a que realizaban traballos agrícolas ou gandeiros
- O contrabando
- Agacharse no monte cerca dos núcleos de poboación, trasladándose continuamente e compaxinando algúns dos dous modos de vida anteriores
- Agacharse mesturados coa población local, sobrevivindo gracias ós cartos propios
- Participar da rede de confidentes ou informadores das diferentes policías portuguesas

 

No primeiro semestre de guerra civil, o número de refuxiados españois na freguesía de Castro Laboreiro, se ben de xeito non estable, acadou, según testemuñas orais, unha cifra entre catrocentas ou oitocentas persoas, cifra que debeu convertirse nunha preocupación, especialmente para os falanxistas da zona que coñecián á perfección o territorio e mantiñan vínculos de intimidade com moitas das familias dos refuxiados, preocupación que finalmente acabarían asumindo as forzas represivas portuguesas, moi especialmente a PVDE.
Axiña comenzarían as batidas polas serras, polas brandas e polas inverneiras, na procura dos refuxiados. Os comandantes dos postos, especialmente o de Castro Laboreiro, reciben periodicamente ordes de manter unha rigorosa e persistente vixilancia. Algúns días despois amplíanse as ordes, que sinalan que se faga unha limpeza completa de tódolos estranxeiros indocumentados, malia que o número de fuxidos vai medrando ós poucos.

 

Retirado de:
www.memoriahistoricademocrata.org


(continua

 

UM ESPIÃO CASTELHANO EM 1797

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

Castelo de Castro Laboreiro

 

 

LOS VIAJES DE JOSÉ CORNIDE POR ESPAÑA Y PORTUGAL

 

DE 1754 A 1801

 

 

Introducción a la Memoria sobre el modo de hacer la guerra a Portugal y a la descripción de sus plazas fronteirizas.

 

Por D(o)n J(osé) C(ornide) S(aavedra) año 1797.

 

 

Castro Leboreiro y Lindoso. Siguen por la de Portugal otros dos castillo llamados Castro Leboreiro (Castro Laboreiro) y Lindoso, a quienes hace fuertes su elevasa situación y lo quebrado del país; y por la nuestra, la villa de Milmanda, que en las guerras pasadas tuvo algunas fortificaciones provisionales pero de las que creo que ya no existen sino las ruinas.

 

Melgazo. A la bajada delas montañas de Castro Leboreiro (Laboreiro) y Milmanda, y enfrente de la división de las provincias de Orense y Tuy, se halla por la parte de Portugal y a la orilla del río Barces o Barxas, que sirve de división a los dos reinos, la villa de Melgazo (Melgaço), plaza situada en la confluencia del río Barxa (Barxas) con el Miño; tiene un buen castillo y cae enfrente de la villa de Creciente (Crecente), en el reino de Galicia.

 

 

Juan Manuel Abascal

 

Rosario Cebrián

 

Real Academia de la Historia

 

Madrid  2009

 

Ler mais em:

 

http://www.ua.es/personal/juan.abascal/Cornide_Informes_para_invasion.pdf