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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

FLORA DE CRISTÓVAL

melgaçodomonteàribeira, 14.11.20

 

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azevinho - cristóval

O AZEVINHO DE CRISTÓVAL

Eis aqui o fruto de mais um feliz acaso!

Quando me entusiasmo nos meus passeios de carro, normalmente é por mera curiosidade do tipo “deixa lá ver onde isto vai dar”. Gosto da sensação de não saber onde vou desembocar. Claro que vou sempre atento ao que aparece, seja fauna ou flora. Já descobrimos algumas belas árvores pelo que o Pedro Santos denomina “técnica de travagem”.

 

No passado dia 11 de Abril, foi isto mesmo que me levou até esta magnífica árvore.

A minha deriva pelos lugares de S. Gregório, Melgaço, levou-me de forma imprevista até à igreja de Cristóval. Não consegui evitar parar o carro mesmo no meio da rua. No jardim de uma antiga e belíssima vivenda, elevava-se o maior azevinho (llex aquifolium L.) que já tive oportunidade de ver.

Em conversa com os proprietários, fiquei a saber que a árvore se encontra neste jardim, pelo menos, desde a construção da casa no princípio do século passado. Ficou, assim, combinado o meu regresso para efectuar as medições. Uma vez que aqueles se mostraram muito interessados em proteger da melhor forma este tesouro, ofereci-me para encaminhar a proposta para a sua classificação como Árvore de Interesse Público.

Em Maio enviei a respectiva carta aos serviços da Autoridade Florestal Nacional (AFN), estando o processo já entregue aos serviços regionais de Vila Real.

De regresso ao Minho para as minhas férias de Verão, contactei os proprietários para a prometida visita. Já antes tinha lá passado com o Pedro, que também se encantou com o seu porte, estado de conservação e vigor vegetativo. Não sendo possível efectuar as medições nessa altura, voltei alguns dias mais tarde para satisfazer a minha grande curiosidade acerca das suas medidas.

Apesar do que salta à vista, fiquei surpreendido:

  • PAP = 2,22 m.
  • Altura = 14,5 m.
  • Diâmetro médio da copa = 6,65 m.

Como comparação, poderão ser consultados os dados dos dois azevinhos classificados em Leomil, Moimenta da Beira (processos números KNJ1/134 e KNJ1/135).

Aguarda-se o desenvolvimento do processo de classificação, que não deverá ser complicado uma vez que os proprietários estão desejosos de a ver protegida como merece, apesar de todo o cuidado que lhe têm dispensado.

 

Retirado de:

 

Árvores de Portugal

www.arvoresdeportugal.net

 

 

 

ANÉMONAS NO PLANALTO

melgaçodomonteàribeira, 15.06.19

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ANÉMONA DOS BOSQUES

 

Além dos sinos azuis, há outras plantas de filiação nórdica que em Portugal nunca avançaram muito para cá da fronteira galega. Uma delas é a Anemone nemorosa, espécie de que as duas ou três populações existentes no planalto de Castro Laboreiro são as únicas que se conhecem em território nacional. A existência da anémona-dos-bosques em Portugal só foi confirmada em 1999 pelos botânicos Francisco Barreto Caldas, João Honrado e Henrique Nepomuceno Alves. Até então tinha havido uma história de equívocos remontando a Brotero, que identificou como sendo A. nemorosa a planta que hoje designamos por A. Trifolia subsp. albida, e que é mais ou menos frequente no norte de Portugal. De facto, as duas anémonas têm aspecto semelhante, são ambas de floração temporã, e comungam uma preferência por bosques caducifólios húmidos. A distinção entre elas faz-se sobretudo pela folhagem: as folhas de A. nemorosa têm margens marcadamente lobadas, a ponto de por vezes os três folíolos se converterem em cinco.

Estas poucas plantinhas que encontrámos com certa dificuldade, em dia de chuva – e as flores da anémona entristecem irremediavelmente com um aguaceiro – , são uma importante achega à nossa plena integração europeia. Antes de 1999, éramos, com a Islândia, um dos dois países europeus onde a Anemone nemorosa nunca tinha sido avistada. Depois disso ficou a Islândia sozinha sem as suas anémonas e com os vulcões. Até que a economia, pressurosa, veio restabelecer, com o défice no PIB e a bancarrota, os laços de penúria entre os dois países.

 

Retirado de:

Dias com árvores

 

http://dias-com-arvores.blogspot.pt

OS CASTANHEIROS-DA-ÍNDIA NA PRAÇA DA REPÚBLICA

melgaçodomonteàribeira, 25.05.19

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praça da república, melgaço

 

CASTANHEIRO-DA-ÍNDIA

 

Muito cultivado como planta ornamental, o Castanheiro-da-Índia embeleza as nossas cidades e vilas, onde o podemos observar em jardins, parques ou muito simplesmente ladeando ruas e avenidas.

 

UM POUCO DA SUA HISTÓRIA

(…)

Nativo não da Índia mas dos bosques das montanhas do Sudoeste da Europa (Balcãs e Cáucaso) e Ásia Menor, o Castanheiro-da-Índia foi importado de Constantinopla e introduzido em França no século XVII. Ao longo do século XVIII difundiu-se como planta ornamental por toda a Europa, onde alguns exemplares contam já com 250 anos de vida. Actualmente, encontra-se cultivado nas regiões temperadas de todo o mundo.

Trata-se de uma árvore de grande porte, que pode atingir os 25 metros de altura e os 2000 anos de idade. As inflorescências apresentam flores brancas ou rosadas, muitas vezes salpicadas de amarelo, vermelho ou castanho, e, por serem muito odoríferas, são muito procuradas pelas abelhas.

O seu nome vernáculo, Castanheiro-de-cavalo, deriva do facto de os turcos utilizarem as suas castanhas para tratar os cavalos com problemas respiratórios, o que, segundo os ervanários europeus, era muito útil.

As Castanhas-da-Índia podem ainda ser utilizadas para vários outros fins. Delas se extrai um óleo para iluminação, produz-se cola, sabão, ou um repelente para traças e outros insectos. Também se usam para afastar as minhocas dos vasos de flores.

Não sendo comestíveis devido ao seu intenso sabor amargo (tóxico), são ricas em amido e apreciadas por cabras, porcos e alguns peixes.

A sua madeira é muito apreciada em marcenaria.

O Castanheiro-da-Índia foi registado documentalmente como planta medicinal em 1565, por Pier Andrea Mattioli, médico e botânico italiano de século XVI, na tradução da obra De Materia Medica de Dioscórides.

No início do século XVIII as suas sementes eram já utilizadas com fins terapêuticos em França. Após a investigação sistemática das suas propriedades curativas, foram publicados diversos trabalhos franceses entre 1896 e 1909, que relatam os bons resultados obtidos no tratamento das hemorróidas. As cascas também eram muito usadas como adstringente para o mesmo fim. E, para uso tópico no reumatismo, era extraído um óleo das sementes.

As folhas eram utilizadas para combater a tosse.

 

Retirado de: O Bicho da Botica

                     Julho de 2011

 

www.obichodabotica.blogspot.com