FLORA DE CRISTÓVAL
azevinho - cristóval
O AZEVINHO DE CRISTÓVAL
Eis aqui o fruto de mais um feliz acaso!
Quando me entusiasmo nos meus passeios de carro, normalmente é por mera curiosidade do tipo “deixa lá ver onde isto vai dar”. Gosto da sensação de não saber onde vou desembocar. Claro que vou sempre atento ao que aparece, seja fauna ou flora. Já descobrimos algumas belas árvores pelo que o Pedro Santos denomina “técnica de travagem”.
No passado dia 11 de Abril, foi isto mesmo que me levou até esta magnífica árvore.
A minha deriva pelos lugares de S. Gregório, Melgaço, levou-me de forma imprevista até à igreja de Cristóval. Não consegui evitar parar o carro mesmo no meio da rua. No jardim de uma antiga e belíssima vivenda, elevava-se o maior azevinho (llex aquifolium L.) que já tive oportunidade de ver.
Em conversa com os proprietários, fiquei a saber que a árvore se encontra neste jardim, pelo menos, desde a construção da casa no princípio do século passado. Ficou, assim, combinado o meu regresso para efectuar as medições. Uma vez que aqueles se mostraram muito interessados em proteger da melhor forma este tesouro, ofereci-me para encaminhar a proposta para a sua classificação como Árvore de Interesse Público.
Em Maio enviei a respectiva carta aos serviços da Autoridade Florestal Nacional (AFN), estando o processo já entregue aos serviços regionais de Vila Real.
De regresso ao Minho para as minhas férias de Verão, contactei os proprietários para a prometida visita. Já antes tinha lá passado com o Pedro, que também se encantou com o seu porte, estado de conservação e vigor vegetativo. Não sendo possível efectuar as medições nessa altura, voltei alguns dias mais tarde para satisfazer a minha grande curiosidade acerca das suas medidas.
Apesar do que salta à vista, fiquei surpreendido:
- PAP = 2,22 m.
- Altura = 14,5 m.
- Diâmetro médio da copa = 6,65 m.
Como comparação, poderão ser consultados os dados dos dois azevinhos classificados em Leomil, Moimenta da Beira (processos números KNJ1/134 e KNJ1/135).
Aguarda-se o desenvolvimento do processo de classificação, que não deverá ser complicado uma vez que os proprietários estão desejosos de a ver protegida como merece, apesar de todo o cuidado que lhe têm dispensado.
Retirado de:
Árvores de Portugal