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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

CICLISMO EM MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 16.12.23

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grande prémio do minho

 

30.º GRANDE PRÉMIO DO MINHO

Joana Russo Belo

 

É a etapa rainha do Grande Prémio do Minho. Os 91,3 quilómetros da tirada que ligou Melgaço ao alto de Castro Laboreiro – a 925 metros de altitude – é considerada já uma surpresa e uma subida excepcional tendo em conta o grau de dificuldade das contagens de montanha, que pode mesmo ganhar outros contornos a curto prazo.

“Foi com muita alegria que percebi que, com esta prova que aqui terminou em Castro Laboreiro, descobriu-se uma subida fabulosa para o ciclismo português, que nunca tinha sido experimentada. Acho que é óptimo perceber que se descobriu aqui uma grande subida, é excelente, porque será para repetir com muitas outras provas. Pelos contactos que tenho tido, dizem-me que Melgaço tem grandes qualidades e esta subida, que os atletas disseram ter sido excepcional, permitiu uma prova fantástica e muito competitiva, que se afirma como uma grande subida para o ciclismo nacional”, sublinhou o presidente da autarquia, Manoel Batista.

Lembrando que “Melgaço aposta imenso nos desportos de natureza”, tal como o ciclismo, o edil recorda que, “nos últimos três anos conseguimos trazer um conjunto de provas em conjunto com a Associação de Ciclismo do Minho e Federação”, numa parceria com olhos postos no futuro e com continuidade.

“Já está preto no branco, fizemos um protocolo com a federação e associação para manter, ou melhor, reforçar a quantidade e qualidade de provas aqui em Melgaço no próximo ano”, revelou o presidente da câmara, dando conta do objectivo de afirmar “Melgaço como um espaço de excelência para o desporto de natureza”.

“É com isto que afirmamos o território, trazendo provas, competição e gente para perceber quais são as nossas potencialidades” frisou Manoel Batista, que entregou a camisola amarela ao novo comandante Pedro Silva.

 

CORREIO DO MINHO. PT

08/07/2018

 

O AJUDANTE DO VASQUINHO

melgaçodomonteàribeira, 29.07.17

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               O ANTIGAMENTE 

 

 

Isto de por a funcionar a gravação do passado no registo da memória, corre-se o risco de disparar por falta de funcionamento prolongado, e põe-se a descoberto cenas e situações que se pretenderam esquecer.

A Maria de Fátima, filha do saudoso Toninho do Cerinha, é a culpada do desarranjo mecânico do nosso gravador cerebral que não quer parar de funcionar. Como foi dito, eu era ajudante do Vasco na Central, e o meu desempenho chamou a atenção do Sr. Teixeira que tratou de explorá-lo. Nas horas mortas da Central, e eram muitas, incumbiu-me de cobrar as letras promissórias dos comerciantes. Era o Sr. Teixeira, também, representante bancário e as facturas das mercadorias que os lojistas compravam, quando venciam, o representante bancário era incumbido de as receber. Lógico que o chefe não iria a pé ou de bicicleta quando mais longe, cobrar. Não sei quem fazia isso antes de mim, só sei que fui guindado a esse posto que me elevou no conceito social da terra, ganhando a mesma coisa, nada! E o meu desempenho agradou a tal ponto que além das duas funções que já exercia, Central e cobranças, acresceu a de cobrador na carreira. O Sr. Aires, aparentado com a D. Laura, esposa do Sr. Teixeira, retornado do Brasil, foi ser cobrador duma das camionetes da carreira. Naquele tempo, anos quarenta, havia duas carreiras diárias entre S. Gregório e Monção. De manhã, às 7 horas, uma carreira mista, camionete metade bancos e metade livre para mercadorias. Voltava de Monção às 6 horas da tarde. A outra carreira, a do correio, saía às 10 horas e voltava às 4 da tarde quando não havia atraso no comboio. Na da manhã, o chaufer era o Emídio ou o Álvaro da Orada, e cobrador o Fernando Ferrador. Na carreira do correio, o chaufer era o Sabariz e o cobrador o Aires que pelas mazelas que levava do Brasil, vira e mexe ficava doente e era substituído em cima da hora pelo Gui (Henrique Fernandes) fiel do departamento atacadista. Um dia, pela impossibilidade do Gui se ausentar do seu metiê, fui mandado ser cobrador. Esta situação repetiu-se várias vezes até que o Sr. Aires se afastou e eu passei a ser permanente. Surgiu uma dificuldade: na hora do jantar (almoço) eu estava em Monção. O Sr. Teixeira autorizou que eu tirasse da receita das passagens a importância para pagar a refeição que fazia na taberna anexa àquele restaurante que tinha na avenida da Estação da C. P., e recomendou: - Come bem! Pois sabia da tuberculose que me atacara anos antes. E a rotina manteve-se por vários meses. Ao voltar da carreira entregava ao Constantino, grande amigo e parceiro desde os bancos da escola, que era o responsável pelo escritório das empresas, os talões das passagens e o dinheiro correspondente descontada a refeição. Nem sempre conferia na hora, colocava numa caixa para mais tarde contar. Um dia o Sr. Teixeira nas investidas que fazia no escritório, perguntou: - Que dinheiro é este na caixa? – É o que o Manel entregou do correio. Resolveu contar. – Está faltando quinze escudos – É o da refeição! – Mas é muito dinheiro, manda-o chamar. Fui interrogado e respondi: - O senhor mandou que me alimentasse bem. Aí o Fernando Ferrador, que também almoçava na mesma taberna e estava presente, achou de agradar ao patrão e me entregou: - Ele só gasta nove escudos. Era verdade! Diariamente eu me fazia um salário de 5 ou 6 escudos. O Sr. Teixeira achou que eu não merecia tanto e estipulou: - Vou-te dar 150 escudos por mês, cinquenta por receberes as letras e cem pela carreira (pela Central, nada). Deu na mesma, mas pelo menos ia ter um salário. Só o meu pai é que teve a despesa ao fornecer-me o bife que havia de comer no almoço.

   Fui apurado para a tropa o que causou estupefacção geral. Quando mais perto de me apresentar ao serviço militar, pensando noutro modo de vida após a tropa, engendrava um modo de atrapalhar o Sr. Teixeira. O João Castro, outro grande amigo e também parceiro da escola, um domingo à tarde convidou: - Queres ir connosco ao Porto? O pai dele, o Manuel Castro, grande comerciante, em função dos seus negócios fazia muitas viagens àquela cidade no Ford que antes comprara ao dito Sr. Teixeira. Arrumei-me às pressas e pedi à minha irmã Esmeralda que dissesse ao Gui que arrumasse quem fosse na camioneta no dia seguinte. No Porto, desliguei-me dos Castro, apenas combinamos o regresso e procurei os irmãos Manuel e José Lourenço, filhos do Manuel da Garagem (Lourenço) que estudavam e viviam naquela cidade. No quarto com duas camas que ocupavam, facilitaram-me uma por aquela noite e eles dormiram juntos. Grandes amigos, especialmente o Manuel, parceiro em “Os Vitoriosos”. Fiquei dois dias zanzando pelo Porto, pela segunda vez, dando vazas à minha necessidade de auto afirmação. Dos trocados que tinha amealhado comprei uma gabardine que era na época, o máximo de snobismo. Ao regressar, o Sr. Teixeira passou-me o maior responso que se possa imaginar. Mandou que fosse pedir emprego ao Manuel Castro. Como se eu esperasse outra coisa. E na medida que ele se mostrava furioso eu me considerava realizado ao verificar que ele precisava dos meus préstimos.

   Quando voltei da tropa e reorganizei “Os Vitoriosos”, o Sr. Teixeira demonstrou amizade comigo. Tratava-me com educação e acreditou na minha palavra a ponto de facilitar uma camionete para levar o grupo “Os Vitoriosos” a Viana disputar uma taça, para pagar com festas que iria promover depois.

 

 

Rio, Maio de 2012

                                                 Manuel Igrejas

 

Publicado em: A Voz de Melgaço

 

CENTRO DE ESTÁGIOS DE MELGAÇO 2012

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

 

CENTRO DE ESTÁGIOS DE MELGAÇO

 

Futebol e Atletismo em Estágio

 

   O Centro de Estágios, inaugurado em Outubro de 2001, é um equipamento polivalente, vocacionado para a prática desportiva profissional e de lazer, que já acolheu cerca de 85 estágios, de equipas nacionais e estrangeiras e de diversas modalidades – futebol, andebol, hóquei em patins, basquetebol, atletismo, rugby, taekwondo e Tog Chod.

   O ano de 2012 foi estreado pelos campeões de Angola que, pelo segundo ano consecutivo, escolheram Melgaço para a realização do estágio de preparação para a Liga dos Campeões Africanos – CAF e para o Girabola 2012. Assim, e entre os dias 7 e 23 de Janeiro, a equipa Angolana do Clube

   Recreativo Desportivo do Libolo, treinada pelo ex-treinador nacional Zeca Amaral, preparou a equipa através de diversos treinos e também de seis jogos, frente ao Melgacense; ao Vianense, aos Limianos, ao Rápido de Bouzas, ao Coruxo e ao Chaves.

   Em Abril o destaque vai para o estágio de atletismo, promovido pelo Director desportivo de L’Entente Sud Lyonnais, Daniel Aligne, e no qual participaram 40 atletas de alto nível, alguns deles internacionais, como é o caso de Florian Labourel, vencedor de dez títulos nacionais de salto em altura (2012) e recordista de França, e de Isabelle Bosco, campeã francesa de salto em altura.

   A este estágio que decorreu de 8 a 14, seguiu-se de 11 a 16 o da Escola de Futebol de Hers-Coussa, originária de França, e que conduziu até Melgaço cerca de 90 jovens, com idades compreendidas entre os 6 e os 14 anos, para aqui aperfeiçoarem as técnicas de jogo mas também conviverem e estreitarem laços.

 

MELGAÇO – Revista Municipal nº56

 

Abril, 2012