Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS EM MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 03.08.24

908 b dolmen alto portela pau - castro laboreiro.j

alto da portela do pau - planalto de castro laboreiro

SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS PORTUGUESES REVISITADOS

Jorge Raposo

DÓLMEN DO ALTO DA PORTELA DO PAU 2

Anta – Neolítico

Anta integrada no Conjunto Megalítico e de Arte Rupestre do Planalto de Castro Laboreiro, que reúne 62 monumentos funerários, na sua maioria mamoas de terra, com couraça lítica, sobre câmara megalítica. Conserva sete dos esteios que formavam a câmara poligonal. Seis deles apresentam gravuras incisas, com combinações de faixas de linhas quebradas ou ziguezagues paralelos ordenados em bandas.

Freguesia: União de Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro.

GRAVURAS RUPESTRES DO FIEIRAL

Arte Rupestre – Idade do Bronze, Idade do Ferro

Gravuras Rupestres integradas no Conjunto Megalítico e de Arte Rupestre do Planalto de Castro Laboreiro, que reúne 62 monumentos funerários, na sua maioria mamoas de terra, com couraça lítica, sobre câmara megalítica. Os motivos, executados por picotadas, distribuem-se pela superfície de dois afloramentos graníticos, um dos quais de grande dimensão. São de carácter geométrico-simbólico, predominando composições com base em quadrados de cantos redondos segmentados por dois diâmetros. Visualizam-se igualmente alguns podomorfos e paletas.

Freguesia: União de Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro.

POVOADO A SUESTE DO CASTELO DE CASTRO LABOREIRO

Povoado – Alta Idade Média (séculos VI a XI)

Conjunto de estruturas rectangulares definidas no terreno pelo alinhamento de blocos graníticos. Organizam-se ao longo de uma chã situada a meia encosta, na sua maioria delimitadas por um cercado que bordeja um caminho que a atravessa no sentido Norte-Sul. Para Norte deste caminho e para Sul e Sudoeste da chã, estruturas do mesmo tipo adossaram-se aos afloramentos rochosos e aproveitaram pequena plataforma, formando um conjunto de aspecto roqueiro muito dissimilado na paisagem. Há vestígios de uma estrutura de defesa muito fruste, pelos lados Norte e Sul, formada por grandes blocos graníticos muito irregulares.

Freguesia: União de Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro.

RUÍNAS ARQUEOLÓGICAS DA PRAÇA DA REPÚBLICA

Fortificação – Medieval Cristão, Moderno (séculos XIV-XV)

A couraça nova da Vila de Melgaço foi construída com silhares graníticos bem talhados, em meados do século XV. Localizada no enfiamento da torre oriental da cerca do castelo, colmatou uma deficiência na defesa deste lado da vila, sem inutilizar o velho fosso aberto no século XIV, operacional até ser entulhado em obras de remodelação realizadas no século XVII. A estrutura defensiva deixou de ter utilidade militar em meados do século XIX, para ser recuperada em escavações arqueológicas realizadas em 2000, de que resultou o núcleo museológico aberto ao público no ano seguinte.

Freguesia: União de Freguesias de Vila e Roussas.

AL-MADAN

Centro de Arqueologia de Almada

Janeiro 2016

908 c 455-Nucleo museologico da torre de menagem-1

núcleo museológico da torre de menagem

 

A ESTELA ROMANA DE PADERNE

melgaçodomonteàribeira, 15.06.24

939 b estela convento de paderne.bmp

«JÁ É DO MUSEU»: OBJECTOS, INFORMAÇÕES, DESENHOS E

FOTOGRAFIAS DO NOROESTE DE PORTUGAL

Junto ao rio Minho, no Norte de Portugal, muito perto da fronteira com Espanha, António José de Pinho Júnior (1880-1960) foi um dos actores que contribuiu para o crescimento da colecção que se constituiu, formalmente, na cidade de Lisboa a partir de 1893. Os primeiros contactos deste advogado com o mencionado projecto deverão ter ocorrido em Agosto de 1903, quando António José de Pinho Júnior conheceu o director do Museu Etnológico. Encontravam-se ambos a veranear na Quinta do Peso, Melgaço, e a conjugação de interesses levou-os até à freguesia de Paderne, onde as populações locais identificavam uma «cidade dos Moiros, por aí terem aparecido várias antigualhas» (Vasconcelos, 1930/31: 31). Os dois rebuscadores de coisas velhas – é deste modo que J. Leite de Vasconcelos se refere a António José de Pinho Júnior: «rebuscador, como eu, de cousas velhas» - identificaram então vestígios da antiga muralha de pedra e «várias antigualhas» espalhadas pelo monte, cerâmicas romanas, pedras graníticas trabalhadas e mós, obtendo através da população local informações sobre pedaços de estátuas outrora encontradas no sítio. Enquanto personalidade com influência local, dado a sua residência e profissão ser exercida em Monção, a poucos quilómetros de Melgaço, foi o advogado Pinho Júnior que intermediou as autorizações concedidas para a realização das escavações financiadas pelo museu de Lisboa no «pinhal do Baltazar», «na bouça de Manuel Fernandes, de Chaviães» e num abrigo natural onde as populações diziam ter surgido ouro (Vasconcelos, 1930/31: 33). Depois destes primeiros contactos e investigações conjuntas, a correspondência que este futuro presidente da Câmara de Monção dirigiu ao director do museu de Lisboa acusa o envio regular de objectos e uma especial atenção ao aparecimento de materiais que pudessem interessar ao programa científico e museológico dirigido por Leite de Vasconcelos. Em Setembro de 1903 enviou para Lisboa informação sobre a sua deslocação a uma freguesia denominada Christello porque tinha sido informado do aparecimento de cacos, telhas romanas e machados de pedra. (…) Entre os vários elementos de interesse arqueológico e cultural que comunica ao director do museu de Lisboa encontra-se efectivamente a arquitectura românica da região que inventariava nas suas férias judiciais:

«Tive notícia (com vista ao nosso comum amigo Dr. Felix Alves Pereira) de que existe em Coena um templo românico. Outro inédito, suponho. Tentarei vel-o nas próximas férias judiciaes do Natal e depois verei. Com esse daz-se um lindo inventário de salvados da architectura românica no estremo norte do paiz: Melgaço (Matriz, Orada (românico-ogival) São Paio (idem) e Paderne) Monção (Matriz e Longos Valles) e Coura, finalmente. E ainda é possível que neste mare Magnum de incompreensão artística surja numas mãos devotas mais outro salvado. Oxalá! É a espécie architectural, no meu sentir que se casa melhor com a nossa luz intensa, a românica. A ogiva pede um pouco de nevoeiro para perfurar… e é menos imponente; a gracilidade rouba a grandeza. É a minha impressão».

(…) No mesmo ano, em Novembro de 1903, preparava também o envio de uma lápide romana proveniente do «adro de Paderne» e comunicava que procurava adquirir por um preço razoável vários objectos provenientes de Castro Laboreiro, tendo já contactado com o proprietário dos mesmos. Deveria tratar-se de um conjunto que incluía um machado de bronze, pedaços de outros e alguns objectos designados como «cunhas», todos encontrados num dólmen. Em 1907 enviou para Lisboa um machado que encontrou na sua Quinta da Lomba, uma propriedade cujas origens começou pouco depois a investigar. Conseguiu enviar também para Lisboa uma estela sepulcral arcaica divulgada posteriormente nas páginas d’O Archeologo Português. Esse objecto encontrava-se no largo da igreja de Paderne, uma aldeia do concelho de Melgaço, e fazia parte das lajes de granito do adro dessa igreja.

COLECCIONISMO ARQUEOLÓGICO E REDES DE CIRCULAÇÃO DO CONHECIMENTO – PORTUGAL, 1850-1930

Elisabete de Jesus dos Santos Pereira

Évora

Setembro de 2017

 

 

A JAZIDA DAS CARVALHAS, MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 23.09.23

852 b escavações-arqueológicas-melgaço-4-7

escavações arqueológicas

 

OCUPAÇÕES PLEISTOCÉNICAS DA MARGEM ESQUERDA DO BAIXO MINHO (MIÑO/MINHO 2)

OBJETIVOS E PRIMEIROS RESULTADOS DE UM PROJETO TRANSFRONTEIRIÇO

 

(…) No concelho de Melgaço, os trabalhos até agora realizados no âmbito do projeto Miño/Minho 2, concentraram-se essencialmente na chamada Veiga de Remoães. Para a sua concretização contamos também com o inexcedível apoio do respetivo Município e da União de Freguesias de Prado e Remoães.

As sondagens efetuadas em 2016 na jazida das Carvalhas, parcialmente alargadas em 2017, permitiram detetar numa área relativamente pequena diferentes indústrias líticas de cronologia paleolítica integradas em distintos contextos sedimentares. Basicamente foi possível identificar a presença de uma indústria acheulense num depósito fluvial associado à colmatação de um antigo canal do rio Minho, que suporta a hipótese da existência de um paleomeandro no local. Lateralmente, este terraço fluvial, que se eleva entre os 10 m e 15 m sobre o leito adjacente do rio surge interestratificado com depósitos de vertente que integram vestígios arqueológicos similares e que se desenvolvem na encosta que delimita a poente a plataforma que prolonga o Monte do Prado. Na margem oposta, o canal é delimitado por uma plataforma granítica em cuja superfície se identificaram depósitos residuais de inundação a que se associa uma indústria lítica em que se destaca a presença mais significativa de produtos de debitagem. Um pouco mais para sul, numa sondagem aberta nas imediações da Quinta da Veiga foi ainda possível recolher vestígios de uma indústria acheulense com peças talhadas ligeiramente eolizadas, cujo real contexto sedimentar ainda se encontra por estabelecer.

No concelho de Melgaço assinala-se ainda a existência de uma outra jazida acheulense, localizada na vertente meridional do Monte Crasto, na freguesia de Penso, a uma altitude próxima dos 230 m. Os materiais foram aí recolhidos pelo Sr. José Cardoso, morador na freguesia, quando se procedeu no local a trabalhos de revolvimento do subsolo saibroso para a criação de uma pequena área de lazer. As peças, com as arestas de talhe muito boleadas, foram-nos cedidas para estudo pelo seu descobridor, estando também prevista a realização no local de sondagens que permitam definir melhor as condições de jazida em que se encontravam integradas.

Assinala-se ainda que no decurso da campanha de trabalhos de 2016 se recolheram amostras de sedimentos na jazida de Pereira 2, em Monção, e na jazida das Carvalhas, em Melgaço, para a obtenção de datações por OSL, cujos resultados se aguardam. As amostras foram recolhidas por Lee Arnold e Martina Demuro, da Universidade de Adelaide, na Austrália, que irão proceder ao seu processamento laboratorial no âmbito de um projeto de datações em jazidas pleistocénicas ibéricas.

Num primeiro e preliminar balanço dos trabalhos realizados ao longo dos dois primeiros anos de desenvolvimento do projeto Miño/Minho 2, pode afirmar-se que os dados coligidos testemunham claramente a importância arqueológica da margem esquerda para o estudo do Paleolítico do Baixo Minho, justificando plenamente o objetivo originalmente delineado de se vir a desenvolver tal estudo associando de forma integrada ambas as margens.

Mesmo se os resultados obtidos têm levado a uma reprogramação dos trabalhos, concentrando-se esforços nas intervenções desenvolvidas nalgumas jazidas localizadas numa pequena área repartida entre os concelhos de Melgaço e Monção, o número de jazidas já identificadas e as problemáticas a elas associadas permitem reformular de forma inovadora o nosso conhecimento sobre o Paleolítico da região, sendo também certo que o estudo das coleções de materiais líticos talhados entretanto recolhidos e que se encontra já a ser desenvolvido não deixará de reforçar tal situação.

 

Eduardo Mendez-Quintas

Universidade de Vigo

O PALEOLÍTICO EM MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 13.05.23

851 b 20190214112139_Bifaceinstrumentopaleoliticof

VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS DOS PRIMEIROS HABITANTES DO CONCELHO

 

Suspeitando que em Melgaço terão sido realizados os primeiros achados de vestígios da presença do homem paleolítico na região, aí recolhemos agora colecções de peças arqueológicas associáveis a estes primeiros habitantes numericamente expressivas. Mas também susceptíveis de permitirem caracterizar tecnologicamente os seus processos de fabrico e de, ao mesmo tempo, nos darem dados sobre os constrangimentos que acompanhavam a escolha das matérias-primas usadas e as condições em que se processava o seu aprovisionamento. E se com tais elementos poderemos tentar delinear parte das estratégias de sobrevivência por eles adoptadas, os locais de proveniência desses mesmos vestígios indiciam algumas das suas distintas estratégias de ocupação do território. Instalavam-se nalguns casos junto às linhas de água, noutros prefeririam ocupar locais não muito distantes, mas em sítios a elas sobranceiros onde tinham fácil acesso às matérias-primas necessárias para a manufactura das suas ferramentas em pedra. Pontualmente fixavam-se ainda em locais afastados do rio, em pontos altimetricamente mais elevados, para onde tinham de transportar as suas ferramentas ou os suportes de matéria-prima que as permitiam depois fabricar, certamente procurando tirar partido dos distintos recursos a que localmente poderiam aceder e/ou da estratégica posição dos sítios para o efeito escolhidos. Poder-se-ia até dar o caso de esta situação ser bem mais frequente do que o registo arqueológico nos permite documentar, dado que as condições de sedimentação que dão origem ao desenvolvimento de depósitos capazes de preservar tais testemunhos são mais fáceis de ocorrer nas zonas mais baixas e menos declivosas dos vales.

Mas se sobre estas questões podemos já esboçar algumas ideias e sugerir outras, temos consciência do muito que ainda há por fazer e a descobrir. Será possível vir a encontrar no Baixo Minho e em Melgaço, em particular, vestígios da presença do homem anteriores ao aparecimento das indústrias acheulenses, como está devidamente documentado noutras regiões da Península? E as indústrias acheulenses locais, que por ora testemunham a mais antiga presença do homem na região, desenvolveram-se a partir das ferramentas mais primitivas dos primeiros homens que chegaram à Península ou vieram de África, onde eram há muito conhecidas, com uma segunda vaga humana colonizadora da Península Ibérica, como sugere o recente estudo publicado sobre a vizinha jazida de Porto Maior, no concelho galego de As Neves (Méndez-Quintas et alii, 2018)?

E se comprovadamente o património arqueológico do concelho de Melgaço deverá concorrer para o avanço dos nossos conhecimentos sobre como, quando e em que circunstâncias os primeiros homens chegaram remotamente a esta área da Península, importa também que ele seja não só conhecido e destacado pela população local, como possa também contribuir para a valorização do próprio território.

 

O PALEOLÍTICO DE MELGAÇO: VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS DOS PRIMEIROS HABITANTES DO CONCELHO

João Pedro Cunha-Ribeiro, Sérgio Monteiro-Rodrigues, Eduardo Méndez-Quintas, Alberto Gomes, José Meireles, Alfredo Pérez-Gonzáles, Manuel Santonja

Boletim Cultural de Melgaço

Nº 10

2018

 

INVESTIGAÇÕES ARQUEOLÓGICAS DO PALEOLÍTICO EM MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 11.09.21

888 b Reditus_Noticia.jpg

OCUPAÇÕES PLEISTOCÉNICAS DA MARGEM ESQUERDA DO BAIXO MONHO (MIÑO/MINHO 2)

OBJETIVOS E PRIMEIROS RESULTADOS DE UM PROJETO TRANSFRONTEIRIÇO

 

No concelho de Melgaço, os trabalhos até agora realizados no âmbito do projeto Miño/Minho 2, concentraram-se essencialmente na chamada Veiga de Remoães. Para a sua concretização contámos também com o inexcedível apoio do respetivo Município e da União de Freguesias de Prado e Remoães.

As sondagens efetuadas em 2016 na jazida das Carvalhas, parcialmente alargadas em 2017, permitiram detetar numa área relativamente pequena diferentes indústrias líticas de cronologia paleolítica integradas em distintos contextos sedimentares. Basicamente foi possível identificar a presença de uma indústria acheulense num depósito fluvial associado à colmatação de um antigo caudal do rio Minho, que suporta a hipótese da existência de um paleomeandro no local. Lateralmente, este terraço fluvial, que se eleva entre os 10 m e 15 m sobre o leito adjacente do rio, surge interestratificado com depósitos de vertente que integram vestígios arqueológicos similares e que se desenvolvem na encosta que delimita a poente a plataforma que prolonga o Monte de Prado. Na margem oposta, o canal é delimitado por uma plataforma granítica em cuja superfície se identificaram depósitos residuais de inundação que se associa uma indústria lítica em que se destaca a presença mais significativa de produtos de debitagem. Um pouco mais para sul, numa sondagem aberta nas imediações da Quinta da Veiga foi ainda possível recolher vestígios de uma indústria acheulense com peças talhadas ligeiramente eolizadas, cujo real contexto sedimentar ainda se encontra por estabelecer.

No concelho de Melgaço assinala-se ainda a existência de uma outra jazida acheulense, localizada na vertente meridional do Monte Crasto, na freguesia de Penso, a uma altitude próxima dos 230 m. Os materiais foram aí recolhidos pelo Sr. José Cardoso, morador na freguesia, quando se procedeu no local a trabalhos de revolvimento do subsolo saibroso para a criação de uma pequena área de lazer. As peças, com as arestas de talhe muito boleadas, foram-nos cedidas para estudo pelo seu descobridor, estando também prevista a realização no local de sondagens que permitam definir melhor as condições de jazida em que se encontravam integradas.

Assinale-se ainda que no decurso da campanha de trabalhos de 2016 se recolheram amostras de sedimentos na jazida de Pedreira 2, em Monção, e na jazida das Carvalhas, em Melgaço, para a obtenção de datações por OSL, cujos resultados se aguardam. As amostras foram recolhidas por Lee Arnold e Martina Demuro, da Universidade de Adelaide, na Austrália, que irão proceder ao seu processamento laboratorial no âmbito de um projeto de datações em jazidas pleistocénicas ibéricas.

Num primeiro e preliminar balanço dos trabalhos realizados ao longo dos dois primeiros anos de desenvolvimento do projeto Miño/Minho 2, pode afirmar-se que os dados coligidos testemunham claramente a importância arqueológica da margem esquerda para o estudo do Paleolítico do Baixo Minho, justificando plenamente o objetivo originalmente delineado de se vir a desenvolver tal estudo associando de forma integrada ambas as margens.

Mesmo se os resultados obtidos têm levado a uma reprogramação dos trabalhos, concentrando-se esforços nas intervenções desenvolvidas em algumas jazidas localizadas numa pequena área repartida entre os concelhos de Melgaço e Monção, o número de jazidas já identificadas e as problemáticas a elas associadas permitem reformular de forma inovadora o nosso conhecimento sobre o Paleolítico da região, sendo também certo que o estudo das coleções de materiais líticos talhados entretanto recolhidos e que se encontra já a ser desenvolvido não deixará de reforçar tal situação.

 

João Pedro Cunha-Ribeiro, Sérgio Monteiro-Rodrigues, Alberto Gomes, Eduardo Méndez-Quintas, José Meireles, Alfredo Pérez-González, Manuel Santoja

 

Eduardo Méndez-Quintas

Universidade de Vigo

2017

888 c paleolítico.jpg