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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

SOBRE O CASTELO DE CASTRO LABOREIRO

melgaçodomonteàribeira, 22.10.22

728 - 2 Livro_das_Fortalezas_103-_Castro_Laboreiro

 

AS ORIGENS

Relativamente às origens administrativas do castelo de Castro Laboreiro, um pouco anteriores ao reinado de D. Afonso Henriques, as referências são escassas, no entanto um documento de 1007 do Mosteiro de Celanova, refere Vitiza (séc. VIII-IX) enquanto conde deste território. Vitiza rebelou-se contra o rei D. Afonso III das Astúrias (866-910), mas foi derrotado pelo Conde D. Hermenegildo (842-912), parte das forças Galegas, que por este acto foi colocado na regência do território de Castro Laboreiro. No entanto, apenas na regência do seu neto São Rosendo (907-977), é que o local de implantação do actual castelo sofrerá alterações. Mais precisamente no ano de 955, D. Ordonho III, rei de Leão, nomeia-o bispo de Mondonhedo e administrador de Santiago de Compostela, governador do Val del Limia, o qual procura dotar a região norte de Portugal e a Galiza de fortificações que impedissem as investidas dos Árabes e Normandos, e Castro Laboreiro terá sido uma destas fortificações.

Em 1141, D. Afonso Henriques (1139-1185) havia invadido a Terra de Toronho (território fronteiriço à linha do Minho e que tinha Tuy à cabeça), acção bélica que conduziu à invasão do Minho por parte das forças leonesas e à subsequente tomada do castelo de Castro Laboreiro que, à data, era uma estrutura roqueira assente sobre os vestígios de uma velha povoação da Idade do Ferro. D. Afonso Henriques conquista o castelo de Castro Laboreiro tendo recebido da abadessa do convento de Paderne (Melgaço), mulas e mantimentos para esta empresa. Deverá ter concedido foral à povoação, nesta altura, no entanto este tema tem sido alvo de discussão e debate, dado que o foral está desaparecido (bem como outros documentos do cartulário de Fiães, da mesma época), mas é repetidamente invocado, e sendo o seu conteúdo comparado ao de Sahagún (o mesmo problema ecoa relativamente ao foral de Melgaço, concedido por D. Afonso Henriques).

A fortificação é alvo de intervenções na sua arquitectura nesta época porque passa a integrar as linhas de defesa fronteiriça de Entre Douro e Minho, enquanto sentinela dos acessos fronteiriços terrestres entre o reino português e a Galiza. Contudo, não se sabe exactamente quais nem em que datas se foram introduzindo os elementos que conhecemos a partir dos alçados e plantas de Duarte de Armas (séc. XVI), sendo estes do período que em História de Arte se denomina de gótico.

 

CASTRO LABOREIRO E SEU CASTELO

CONTRIBUTO PARA O SEU ESTUDO

DIANA CARVALHO

(mestranda em História e Património, dianacarvalho.pt@gmail.com)

 

Retirado de:

Abelterium

Revista Online de Arqueologia e História do

Município de Alter do Chão

Volume III

Maio de 2017

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