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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

O CONCELHO DE CASTRO LABOREIRO

melgaçodomonteàribeira, 15.05.21

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CASTRO LABOREIRO - PERTURBAÇÕES NO QUADRO ADMINISTRATIVO DO CONCELHO (SÉC.XVI)

 

Nos alvores do século XVI, malgrado a casa de Bragança ter sido restaurada durante o reinado de D. Manuel, não lhe foi devolvido o padroado de Castro Laboreiro. A Igreja passou então para a tutela da Ordem de Cristo. Foi o seu primeiro comendador e abade Álvaro Rodrigues Correia, com recomendação régia ao Arcebispo de Braga para que não colocasse entraves à nomeação do Reitor apresentado. Na avaliação efetuada ao tempo do arcebispo D. Manuel de Sousa (1546), foi a igreja avaliada em 60$000 reis, figurando nas terras da Vila de Melgaço. Mais tarde, durante o mandato do 2º comendador, Francisco Nobre (1565), foi elaborado o Tombo da comenda de Santa Maria de Castro Laboreiro, com os seus limites.  D. Francisco de Lima, visconde de Vila Nova de Cerveira e alcaide-mor de Ponte de Lima (1612), lavrou carta da administração desta comenda, e em 1616 foi elaborada carta de nomeação, para as mesmas funções, de Rui Barreto, face à renúncia do cargo a favor da coroa pelo anterior administrador. No período restauracionista, Diogo Soares, partidário por Castela, deixou a comenda vaga que viria a ser atribuída em 1642, a D. António da Cunha, sobrinho de D. Rodrigo da Cunha, arcebispo de Lisboa. Mais tarde, a Igreja de Castro Laboreiro foi vigairaria anexa à Matriz de Ponte de Lima (século XVII) e passou a abadia dos bispos de Tui. No século XIX passou a reitoria e Comenda da Ordem de Cristo.

Em termos administrativos, muito representados pelo que foi deixado na histografia do seu castelo e Igreja paroquial, Castro Laboreiro mantém-se português até ao domínio dos Filipes, passando para domínio espanhol com a perda da independência no século XVI. Durante este período principia-se a sua decadência. O novo alcaide espanhol do Castelo de Castro Laboreiro descreve a fortaleza como estando povoada de “gralhas”. Embora a data da restauração da independência de Portugal seja dezembro de 1640, Castro Laboreiro só se reintegra no território português em 1666, durante a Guerra da Restauração. Em 1659, a destruição de parte do castelo de Castro Laboreiro debilitou as defesas do lugar. Este facto está descrito num documento da Torre do Tombo, livro nº 51, folha 5. A partir de 1715 estabelece-se um período de paz e apenas no contexto das invasões francesas voltará a alterar-se o seu enquadramento político-administrativo.

 

CASTRO LABOREIRO – DO PÃO DA TERRA AOS

FORNOS COMUNITÁRIOS

Uma proposta de mediação patrimonial.

Diana Alexandra Simões Carvalho

Mestrado em História e Património

Ramo de Mediação Patrimonial

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

pp.39-40