INCÊNDIO EM CASA DO CONDE
Desfile dos Bombeiros Voluntários de Melgaço
CASA DO FECHO
(…)
Na noite de 17/2/1932, pelas 21 h, manifestou-se um incêndio nesta antiga casa solarenga, pertencente ainda ao Dr. Pedro de Barbosa Falcão de Azevedo e Bourbon, conde de Azevedo (faleceu a 20/9/1962), e habitada por rendeiros. Só meia hora depois é que os BVM tiveram conhecimento do sinistro e, com grande dificuldade, para o local seguiram as bombas de mão e de picotas, bem como outro material necessário, sob o comando do 1º patrão, José de Brito. Logo depois, chegou o 1º comandante, H. Pinheiro, estando já estabelecido o ataque com uma agulheta pelo alferes Domingues Peres… Ao cabo de duas horas, principiou o rescaldo, que durou até à uma hora da madrugada! Aos bombeiros se deveu não ter sido destruído todo o prédio, por terem localizado o fogo e, por último, o terem extinto. Alguns dos bombeiros procederam aos salvados, tendo retirado os gados das cortes, as pipas de vinho, mobílias e outros objectos, correndo sérios riscos. O ataque foi feito pelo 1º andar e pelo telhado para o que foi necessário a montagem de escadas. Ficaram quase destruídos três compartimentos do prédio, calculando-se os prejuízos de 8 a 10 contos! E se os bombeiros não tivessem chegado a tempo, nada escaparia, porque o fogo lavrou com tal intensidade que era impossível dominá-lo sem a sua intervenção. As labaredas presenciavam-se de grandes distâncias, era um espectáculo dantesco, causando grande impressão. No local, estiveram para cima de 400 pessoas e uma parte delas ajudou naquilo que pôde, sobretudo no abastecimento de água. O alferes Peres foi um verdadeiro herói, não se poupando a sacrifícios, não obstante estar encharcado e com alguns ferimentos. O 1º patrão João Cândido da Rocha, ao combater o incêndio perdeu a carteira, que continha dinheiro e vários documentos… Na década de trinta foi vendida a um senhor de Castro, Manuel Alves (1904-1956). Em 2010 morava lá ainda uma filha do comprador, professora Noémia, viúva. A capela pertencente à Casa, foi demolida por esta família castreja, mas a pedra de armas foi dali retirada e colocada na dita Casa. (ver “Padre Júlio Apresenta Mário” p.p. 118 a 120).
Dicionário Enciclopédico de Melgaço II
Joaquim A. Rocha
Edição do autor
2010
p. 119