EXPLOSÃO NO CASTELO DE CASTRO LABOREIRO
castelo de castro laboreiro
Em termos administrativos, muito representados pelo que foi deixado na historiografia do seu castelo e igreja paroquial, Castro Laboreiro mantém-se português até ao domínio dos Filipes, passando para domínio espanhol com a perda da independência no século XVI. Durante este período principia-se a sua decadência. O novo alcaide espanhol do castelo de Castro Laboreiro descreve a fortaleza como estando povoada de “gralhas”. Embora a data da restauração da independência de Portugal seja dezembro de 1640, Castro Laboreiro só se reintegra no território português em 1666, durante a Guerra da Restauração. Em 1659, a destruição de parte do castelo de Castro Laboreiro debilitou as defesas do lugar. Este facto está descrito num documento da Torre do Tombo, livro nº 51, folha 5:
Aos dezoito dias de novembro de 1659, que foi uma terça-feira, às nove horas da manhã, caiu um raio na Torre do Castelo que servia de armazém de pólvora e fez a maior ruína que se sabe, pois da Torre e mais partes acessórias não ficou pedra sobre pedra e deste grande prodígio se vê claramente ser grande castigo do céu que Deus mandou para castigar pecadores que dentro deste Castelo estavam nesta grande desventura se viram grandes milagres. O primeiro a escapar foi o Governador Gaspar de Faria com a sua mulher e mais família, estando na parte mais arriscada, pois aí removeu a muralha da Torre; as suas casas as fez em pedaços e aí estavam e aí escapou com mais segurança e castigou o que na Ermida não podia ficar pedra sobre pedra, pois caiu toda a Torre sobre ela e ficou Nossa Senhora dos Remédios aí me recolhi, sem cobertura, sem água, ficando debaixo toda a máquina. Terceiro Milagre; - Foi que escapou um Escrivão do Governador debaixo desta ruína, sem avaria e são. Nesta desventura morreram – Gaspar Lima de Castro, Escrivão das Décimas e Sisas e Treslados; e um mulato seu criado, por esse nome Marcos, natural de Tangil e um miúdo, criado do Governador, por nome de Gaspar de Medela e dois soldados”.
Diana Alexandra Simões Carvalho
Castro Laboreiro – Do Pão da Terra Aos Fornos Comunitários
Uma proposta de mediação patrimonial
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Maio de 2017