Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

ZÉ DAS PETAS I

melgaçodomonteàribeira, 06.03.13

 

 

Ano 1º     Terra do Frade, 1 de Abril de 1950    nº 1

 

 

… TÕDA A QUE PISA ÊSTE ESPAÇO É… MALDIZENTE…

(REI DOS FRADALHÕES)

 

 

O ZÉ DAS PETAS

 

- ANUÁRIO LOCAL -

 

DESENGRAÇADO DEFENSOR DESTA ENGRAÇADA TERRA

 

Proprietário e Editor

Rei do Cotão

 

Redactor

Um Troglodita

 

Director

Espírito do Frade

 

Redacção e Administração

Avenida dos Desportos

(Que liga a Feira Nova à Rua do Rio do Porto)

 

VOZ – DO ALEM TÚMULO

 

Oh débil geração da bomba atómica! Ó enfezada gente estesicada por um magro racionamento e abandalhada pelo vil espírito da ganância!... Não me conheces?

Repara nestas suissas, fartas e galhofeiras. Elas encobrem a magreza do rosto; substituem a bonacheirona gordura que se foi!...

Eu sou o “ O Zé das Petas”, primo carnal do Zé Povo.

Digo as verdades como se mentisse… porque mentindo melhor me acreditas.

Eu sou um desconhecido “medium”, do ilustre Fradalhão de outras eras.

Daquele frade cujo soneto evocas a cada instante.

… “aqui de gente boa pouca resta “…

Eis-me, pois, encarnado no “Zé das Petas”, para te mostrar as coisas risíveis da tua terra.

Esforça-te por rir comigo e, se souberes rir, ficarás a fazer parte do pequenino grupo de gente boa.

 

Rei dos Fradalhões

 

 

O que buscas orfãozinho

Assim vestido de preto?

Eu, pobre desgraçadinho

Busco, o Morais, o paisinho

E também busco o coreto.

 

A tua mãe onde está?

Não sei se é viva se é morta,

Andava a passar, p’ra lá

Em companhia do Ná,

Tripa no tempo da “Frota”.

 

Agora não tenho pai

E mãe decerto morreu,

Razão porque ando de preto,

Mas o pequeno coreto

Onde é que ele se meteu?

 

Esta é a transcrição da 1ª página do nº1 do jornal O Zé das Petas, editado no dia 1 de Abril de 1950. A acompanhar os textos, há uma caricatura do Mestre Morais, e dois desenhos.

 

 

Autores:

Vasquinho na escrita

Manuel Igrejas no desenho