Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

ARMAS DO MUNICIPIO II

melgaçodomonteàribeira, 06.03.13

 

 

    A muralha foi naturalmente recontruída ou melhorada, ou aberta a porta onde estavam as armas. Aquêle escudo marca a época de D. João II e marca uma obra do seu tempo. Ainda para justificar esta razão, temos o que sucede na fortaleza visinha, de Monção. A mais antiga obra que conheço, que trate de armas municipais, é da autoria de Rodrigo Mendes da Silva e chama-se “ Toblacion General de España sus trofeos, blasones, etc.” Madrid – 1645. Sobre Monção, diz: – … D. Dinis … la aumentó, y cercó de murallas, fabricando el castillo. A que añadió el Rey D. Juan II otra cerca cõ troneras, y barbacanas; poniendo en la puerta dicha Baluarte, el Pelicano de su divisa.

   Ora, se D. João II construiu outra cerca em Monção, onde foi colocado o se embelema particular, é natural que ali tam próximo, em Melgaço, tivesse também construído outra muralha, o que parece fóra de dúvida, visto que ali figura também o embelema particular dêste Rei. Por conseguinte o pelicano é erradamente usado pelo Município de Melgaço, visto que nada tem com a sua história guerreira ou económica. Melgaço está na fronteira, tendo o seu castelo ajudado a manter a integridade portuguêsa. Portanto, o mesmo castelo deverá figurar nas suas armas. Reza a tradição que Melgaço fica no local do Castelo do Minho, fortaleza árabe que já estava deserta no inicio da fundação da nacionalidade, vindo portanto dêste castelo a nome da região. Teve esta vila vários forais e grandes previlégios para si e para os seus habitantes que durante séculos se mantiveram em permanente pé de guerra, entrando nas respectivas lutas com o paiz visinho, sendo a heroicidade hereditária nas famílias de ali naturais. Foi ainda Melgaço a primeira praça de guerra portuguêsa que espulsou os soldados de Napoleão.

   Enfim, a história guerreira de Melgaço merece bem que fique perpetuáda nas suas armas, salientado bem o espírito heróico dos seus naturais.