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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

ROMANOS NO PLANALTO CASTREJO

melgaçodomonteàribeira, 28.12.24

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LOMBA DO MOURO IDENTIFICADA COMO ACAMPAMENTO MILITAR ROMANO

DE CARÁCTER TEMPORÁRIO

Romanarmy.eu identificou Lomba do Mouro, no planalto de Castro Laboreiro, como um acampamento militar romano de carácter temporário. A confirmar-se, seria o acampamento de maiores dimensões do Noroeste Peninsular.

Até dia 18 de setembro, investigadores da Romanarmy.eu estarão no recinto fortificado de Lomba do Mouro, uma estrutura arqueológica de enormes dimensões localizada por Romanarmy.eu em 2017 e situada na fronteira entre Portugal e Galiza, nos concelhos de Melgaço (Portugal) e de Verea (Ourense), com o objetivo de validarem a hipótese de que se trata de um acampamento militar romano de carácter temporário.

A intervenção arqueológica é dirigida pelo investigador da University of Exeter, João Fonte, membro do coletivo de investigação Romanarmy.eu.

A confirmar-se, Lomba do Mouro seria o acampamento romano de maiores dimensões do Noroeste Peninsular e poderia estar vinculado com a penetração e saída do atual território português e galego de um importante contingente militar de mais de 10.000 soldados. Os arqueólogos procurarão recuperar cultura material e realizarão estudos para obter datações absolutas que permitam conhecer o momento de construção, ocupação e abandono da fortificação.

Lomba do Mouro está localizado no Planalto de Castro Laboreiro, numa zona de especial concentração de túmulos megalíticos. Foi descoberto através da análise de dados LIDAR, cedidos pelo IGN-PNOA, e ocupa mais de vinte hectares de terreno, contando com duas linhas defensivas.

A apenas oito quilómetros em linha reta e no mesmo cordal montanhoso, romanarmy.eu localizou também outro recinto fortificado de carácter temporal de dimensões similares: Chaira da Maza, no concelho de Lobeira (Ourense), o qual leva a levantar a hipótese de que se trate de uma mesma linha de avanço do exército romano.

A intervenção arqueológica procurará datar e contextualizar historicamente este sítio através da cultura material recuperada e da recolha de amostras com vista à sua datação absoluta, em colaboração do Grupo de Investigação C2TN do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa.

No início de agosto, no âmbito do mesmo projeto de investigação, também se realizou uma intervenção arqueológica noutro acampamento romano localizado na Serra do Soajo, o Alto da Pedrada, no concelho de Arcos de Valdevez.

A intervenção forma parte do projeto europeu Finisterrae financiado pela Comissão Europeia através de uma bolsa individual Marie Sklodowska-Curie e é financiada pelo Fundo Ambiental (Ministério do Ambiente, Governo de Portugal), pelo Município de Melgaço e pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. (ICNF), no contexto da valorização da rede de trilhos do Planalto de Castro Laboreiro.

O trabalho de campo está a ser realizado em colaboração direta com a empresa Era-Arqueologia. O trabalho conta também com a colaboração da União das Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro e do Conselho Diretivo dos Baldios da Freguesia de Castro Laboreiro, sendo estes últimos os proprietários do terreno.

Romanarmy.eu, um coletivo de investigação arqueológica

Romanarmy.eu é um coletivo científico que investiga a presença a presença militar romana no Noroeste da Península Ibérica, do qual fazem parte investigadores de distintas universidades e centros de investigação europeus, diferentes disciplinas e especialistas em várias épocas históricas. As suas publicações, membros e atividades podem ser consultadas em romanarmy.eu.

ALTO MINHO TV

2020

altominho.tv

MELGAÇO, MEMÓRIA E FRONTEIRA

melgaçodomonteàribeira, 21.12.24

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MEMÓRIA DO CONTRABANDO E EMIGRAÇÃO CLANDESTINA EM MELGAÇO:

PATRIMONIALIZAÇÃO E MUSEALIZAÇÃO

MUSEALIZAÇÃO: O CASO DO MUSEU MEMÓRIA E FRONTEIRA

Lídia Aguiar

CIIIC-ISCET

A influência dos fenómenos abordados (Contrabando/Exploração de Volfrâmio/Emigração Clandestina) foram marcantes na sociedade local, pelo que a autarquia, em Abril 2007, entendeu criar e abrir o museu Memória e Fronteira. Por ele pretende representar as vivências de que são feitas as memórias da sua população, mas que igualmente contribuíram para uma nova cultura e identidade.

Reconstruído e ampliado o antigo matadouro, nasceu este núcleo museológico, que desde logo ganha sentido pela sua localização num sítio/território de grande carga simbólica. Junto ao ribeiro que atravessa a vila, simboliza logo a fronteira fluvial (Esteves, et al., 2007).

É objetivo deste equipamento cultural musealizar todo um património (material ou imaterial), baseado nas vivências do contrabando e da emigração clandestina, pelo que o espólio patente ao público assenta nos depoimentos de quem experienciou estas atividades e em documentos: processos de apreensão, autos de contencioso aduaneiro, cartas de chamada, correspondência institucional. Destaca-se a grande colaboração da população que doou ao museu fotografias pessoais da época, cartas particulares e mesmo uma batela que tantas vezes atravessou o rio Minho transportando todo o tipo de contrabando.

Foi criado neste Museu um espaço, com dois pisos, que se articulam através de uma rampa, onde se podem apreciar as várias temáticas relacionadas com a emigração clandestina. No primeiro, um auditório possui alguns filmes com “histórias de vida” contadas na primeira pessoa, relacionadas com toda a temática do museu.

O piso inferior está vocacionado para descrever o fenómeno do contrabando, podendo-se apreciar réplicas de produtos contrabandeados, algum vestuário e artefactos associados a esta temática.

O museu Memória e Fronteira permite a compreensão do significado destas atividades para o concelho de Melgaço, bem como proporciona a oportunidade de musealizar e patrimonializar as memórias devidamente preservadas das populações melgacenses.

Ilustra ao mesmo tempo, um processo significativo de institucionalização de bens culturais (bens históricos e simbólicos), isto é, de patrimonialização e musealização em que a história recente é recriada e contada não só através de documentos escritos, mas também de memórias e testemunhos.

 

Desde tempos remotos, os melgacenses souberam tirar partido das vantagens que a raia lhes oferecia. A atividade do contrabando, intrinsecamente ligado à fronteira, ora se torna obstáculo ora se oferece como oportunidade. Pão, ovos, café, tabaco e muitos outros produtos passaram pela mão de contrabandistas, ora inseridos em consórcios, ora trabalhando isoladamente.

Mas quando surgiu a nova oportunidade de explorar o minério, tão valioso em tempo de guerra, como foi o volfrâmio, muitos deles não se pouparam a esforços e conseguiram alcançar rendimentos até aí nunca obtidos. Como se demonstrou continuaram caminhando, agora rumando à Europa, designadamente a França. Melgaço, tem, por isso, na sua identidade das marcas profundas de um povo itinerante.

Constatou-se, deste modo, a importância de recolher e preservar as memórias deste povo, para bem das gerações futuras, para conhecimento de todos os que visitam o Concelho e o que querem compreender e vivenciar com autenticidade. O museu Memória e Fronteira é atualmente o único representante destas identidades. Impõe-se alargar o seu espólio, aumentar a recolha de histórias de vida, pois “cada ser humano que morre é uma biblioteca que arde”, como sempre afirma o sociólogo Albertino Gonçalves.

REVISTA CIENTÍFICA DO ISCET

PERCURSOS % IDEIAS

Nº 7 – 2ª SÉRIE

2016

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emigrantes clandestinos naturais de melgaço

FELIZ NATAL

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O PELOURINHO

melgaçodomonteàribeira, 14.12.24

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REFUGIADOS EM PORTUGAL. REPRESSÃO E CONTROLO NO CONTEXTO DA

GUERRA CIVIL DE ESPANHA (1936-1939)

Nos últimos dias de agosto de 1936 desenvolveu-se uma operação policial na região de Castro Laboreiro (Melgaço) para se verificar a veracidade das informações recebidas sobre a incursão de espanhóis armados nessa região. Esta operação foi conduzida pelo comandante do posto da GNR de Melgaço, que, seguindo as ordens superiormente recebidas, organizou uma patrulha constituída por 1 cabo e 3 soldados que, com o apoio de 1 guia, se dirigiu para Castro Laboreiro. No seguimento de algumas diligências, as autoridades portuguesas concluíram que as suspeitas relativamente à entrada de refugiados armados nesta região se prendera com a vinda de espanhóis em perseguição de compatriotas fugidos que, por desconhecimento, haviam transposto a linha fronteiriça, pretendendo proceder à captura desses indivíduos e não fazer buscas domiciliárias e ameaçar os habitantes locais.

A região de Castro Laboreiro foi especialmente intensa em termos de batidas policiais, o que se justifica pelo facto de ter sido bastante procurada pelos fugitivos espanhóis, dada a sua proximidade geográfica com Espanha. Nos inícios de setembro de 1936 o comandante da secção da GF de Melgaço chamava a atenção para a realização de batidas na região, uma vez que se suspeitava que aí se encontravam escondidos bastantes comunistas espanhóis. No entanto, tal tarefa não se revelava fácil de concretizar, uma vez que era praticamente impossível capturar refugiados numa região montanhosa como Castro Laboreiro, dado que estes escondiam-se em lugares muito distantes da fiscalização, onde os habitantes locais lhes prestavam auxílio. A acrescentar a esta dificuldade havia o facto de a fiscalização dos postos ser desempenhada por apenas 3 praças, os quais, em virtude da extensa área que tinham a seu cargo, obtinham escassos resultados. Como possível solução para este problema, o comandante da secção de GF de Melgaço sugeria que o destacamento de praças da GNR que se encontrava nessa localidade fosse transferido para Castro Laboreiro, onde se encontravam mais espanhóis refugiados. Não obstante o emprego de diversos meios materiais e humanos na realização destas operações, muitas vezes os resultados conseguidos através das mesmas foram nulos, uma vez que não se capturava qualquer refugiado.

Fábio Alexandre Faria

Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)

Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL)

 

LIMITES ENTRE ESPANHA E PORTUGAL

melgaçodomonteàribeira, 07.12.24

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ARBO Y LA CAMARA MUNICIPAL DE MELGAÇO FIRMAN LOS DOCUMENTOS DE REVISIÓN DE LIMITES ENTRE ESPAÑA E PORTUGAL

El Alcalde de Arbo Horacio Gil y el Presidente de la Camara de Melgaço Manoel Batista Calzada Pombal firmaron en el lugar denominado A Estación de La Villa de Arbo la revisión de limites entre España y Portugal en los términos establecidos en el Tratado de Limites.

En representación de la REPRESENTANTES DA CAMARA DE MELGAÇO PRESIDENTE: Manoel Batista Calzada Pombal y SECRETARIA: Sandra Cristina Pires y REPRESENTANTES DEL AYUNTAMIENTO DE ARBO ALCALDE-PRESIDENTE: Horacio Gil Expósito y SECRETARIA: Mª del Mar Gil Rodriguez. Cambian los documentos de sus plenos poderes encontrados en debida forma por todos reconocida y se iniciaron los trabajos de visita que se tenían acordados al convenir esta reunión.

En los términos del Art. 25º del Anexo 1º del Tratado de Limites de 29 de Septiembre de 1864, fue reconhecida la línea fluvial del Río Miño, que sirve de frontera entre Portugal y España, observándose que en ambas márgenes y en el curso del río no hubo otras alteraciones que las anotadas en las actas de vistas anteriores.

Esto es un acto que se viene realizando des el año 1864 entre los dos municipios limitrofes y que pone de manifiesto la gran colaboración que existio y existe entre ambos municipios, entre ambos paises.

El alcalde Horacio Gil, manifiesta que la colaboración entre nuestros dos paises viene siendo desde antaño, y no solo en este acto, sino en la presencia del Alcalde de Arbo en actos organizados en la Camara de Melgaço, así como el presidente de la Camara de Melgaço en actos organizados por el Concello de Arbo, el ultimo en el que se pudo ver a los dos alcalde juntos, fue en la Festa de la Lamprea Seca, durante la cual ademas de degustar este plato típico se inauguro la Exposición situada en el Arbo sobre la fiesta de la lamprea “Máis de Medio Seculo da Festa da Lamprea”.

TRIBUNA DE GALICIA

30 Agosto 2017

http://tribunadegalicia.com

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