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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO DEFENDE O LOBO IBÉRICO

melgaçodomonteàribeira, 01.06.24

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foto pedro cunha

MELGAÇO APELA À PROTEÇÃO DO LOBO-IBÉRICO:

“A NATUREZA É O SEU HABITAT NATURAL”

17/02/2021 

O município de Melgaço apelou hoje à proteção e conservação do lobo-ibérico, na sequência de notícias que dão conta da morte de dois lobos na região de Trás-os-Montes.

Numa publicação efetuada através da rede social Facebook, a Câmara de Melgaço recorda as mortes de lobos, lembrando que se trata de uma “espécie protegida”.

“Está protegido a nível Internacional pela Convenção de Berna (espécie estritamente protegida), pela Diretiva Habitats (espécie prioritária) e pelo CITES – Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (espécie potencialmente ameaçada). Em Portugal está protegido pela Lei da Proteção do Lobo-Ibérico”, refere a nota da autarquia.

“Desde 1990 que, em Portugal, possui o estatuto de ameaça de “em perigo”. Estima-se que na Península Ibérica existam cerca de 2000, dos quais 300 em território português”, aponta ainda a mesma nota.

“É uma das espécies que podemos encontrar no Parque Nacional Peneda-Gerês. A natureza é o seu habitat natural. Proteja-os”, finaliza a nota.

Recorde-se que um lobo-ibérico foi encontrado morto perto da aldeia de Xertelo, Montalegre, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, em circunstâncias que estão a ser investigadas. Segundo a Sinal TV, um outro lobo-ibérico foi encontrado morto em Bragança.

A fonte de comando de Vila Real afirmou à agência Lusa que a GNR recebeu uma denúncia, feita por um cidadão que encontrou uma carcaça de um cavalo e, nas imediações, também um lobo, num local ermo e de difícil acesso, dentro do Parque Nacional Peneda-Gerês.

Segundo Carlos Pontes, fotógrafo e videógrafo de natureza, que acompanha a espécie protegida no Parque Nacional da Peneda-Gerês, o cavalo morto foi usado como isco completamente armadilhado de laços para apanhar lobos.

Os elementos do SEPNA procederam à recolha do cadáver do animal que foi entregue ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) para a realização de uma necropsia, que poderá esclarecer a causa da morte.

Também no local, perto de Xertelo, aldeia da freguesia de Cabril, no concelho de Montalegre, os guardas procederam à recolha de prova para o processo crime, que ficará a cargo do Núcleo de Investigação de Crimes e Contraordenações Ambientais (NICCOA).

A GNR está a averiguar se, naquele sítio de acesso apenas apeado, existem indícios de armadilhas e de outros animais mortos.

Ao que apurou O MINHO junto de fonte oficial do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto, entidade que monitoriza o lobo-ibérico no Norte de Portugal, existem entre 30 a 40 lobos em toda a região do Minho, com especial incidência na zona do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

O número é manifestamente reduzido, sendo que os restantes dois centos e meio estão dispersos por Trás-os-Montes e Alto Douro. Existem ainda algumas (muito poucas) alcateias a sul do rio Douro, mas a extinção nestes locais parece cada vez mais eminente.

Segundo o CIBIO, o lobo não representa ameaça direta ao ser humano, mas para os outros animais o perigo adensa-se.

Diz aquele instituto que cerca de 90% do alimento do lobo na região minhota são animais domésticos que andam a pastar nos montes e serras, muitas vezes em modo pastoreio autónomo, como bovinos e equídeos.

Outras presas são o corço e javalis, que abundam em Trás-os-Montes, facilitando a sobrevivência e expansão do animal naquele território.

Apesar de poder passar vários dias sem comer, em média, um lobo adulto deve ingerir entre 3 a 5 quilos de comida por dia.

Se em Portugal o estatuto de conservação do lobo-ibérico aponta para uma espécie “em perigo”, em toda a Península o grau é mais reduzido, sendo considerado uma espécie “quase ameaçada”.

A isso se deve a proliferação na região central de Espanha feita por lobos vindos do Norte.

Em termos de proteção legal a nível internacional, o lobo-ibérico é uma espécie “estritamente protegida”, segundo a Convenção de Berna.

Já a nível nacional existe a lei de proteção do lobo-ibérico (Lei nº 90/88 de 13 de agosto e Decreto-Lei 139/90 de 27 de abril) que a aponta como uma “espécie estritamente protegida em Portugal”.

O MINHO

ominho.pt

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