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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

O EXÉRCITO ROMANO EM CASTRO LABOREIRO

melgaçodomonteàribeira, 24.02.24

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foto: era-arqueologia  lomba-do mouro  planalto de castro laboreiro

ACAMPAMENTO ROMANO EM MELGAÇO É O MAIOR E MAIS ANTIGO

DE PORTUGAL E GALIZA

Um acampamento militar romano em Lomba do Mouro, foi apresentado por um investigador como o maior e mais antigo de Portugal e Galiza.

Agência LUSA

02 jun 2021

Um acampamento militar romano em Lomba do Mouro, no planalto de Castro Laboreiro, Melgaço, alvo de intervenção arqueológica em setembro de 2020, foi esta terça-feira apresentado como o maior e mais antigo de Portugal e Galiza.

“A datação coloca o sítio da Lomba do Mouro como o maior e mais antigo acampamento romano da Galiza (Espanha) e de Portugal. Os resultados da datação da muralha do recinto apontam a sua fundação no século II antes de Cristo que coincide, também, com a famosa expedição do Décimo Júnio Bruto (general e político romano) que passou o rio Lima e chegou até ao rio Minho, e esta zona de Castro Laboreiro está entre os dois rios”, afirmou à agência Lusa João Fonte, investigador do grupo científico Romanarmy.eu.

Segundo o responsável, “o acampamento romano de Penedo dos Lobos (Manzaneda, Ourense, Espanha), mais antigo, data da época das Guerras Cantábricas (ano 29 antes de Cristo – ano 19 antes de Cristo)”, o que “confirma as operações romanas na Galiza cem anos antes”.

Com uma área superior a 20 hectares, a Lomba do Mouro foi descoberta através da utilização de novas tecnologias de análise de solos pelo coletivo de investigação romanarmy.eu e alvo de uma intervenção arqueológica em setembro de 2020.

A campanha foi liderada pelo arqueólogo da Universidade de Exeter João Fonte, no âmbito do projeto European Finisterrae financiado pela Comissão Europeia através de uma bolsa individual Marie Sklodowska-Curie.

Em declarações à Lusa, à margem da apresentação, esta terça-feira no Centro Cívico de Castro Laboreiro, Melgaço, Viana do Castelo, dos resultados da intervenção arqueológica da Lomba do Mouro, João Fonte adiantou que aquele acampamento “foi erguido durante a movimentação de um grande contingente de tropas romanas – de aproximadamente 10.000 soldados – que cruzou a Sierra del Leboreiro e a ergueu como fortificação temporária”.

“A campanha arqueológica confirmou a existência de duas linhas de parede de pedra que poderiam ter sido bem caracterizadas, incluindo elementos defensivos singulares, como pedras construídas ou cavalos frísios, um sistema para impedir o avanço da cavalaria ou as tropas do exército inimigo”, disse.

Durante a campanha foram recolhidas “amostras de sedimentos analisadas através de luminescência, técnica que permite datar a última vez em que os cristais de quartzo foram expostos à luz do sol. A datação média permitiu aos investigadores obter os dados da fundação do século II antes de Cristo”, explicou, adiantando que as análises foram efetuadas por um grupo de investigação CCTN (Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares) do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa.

“Até agora, o acampamento romano mais antigo, também escavado pelo grupo científico romanarmy.eu foi o de Penedo dos Lobos (Manzaneda, Ourense). Foram encontradas moedas ligando o recinto às campanhas de guerra conhecidas como Guerras Cantábricas, com a qual o imperador Octávio Augusto encerrou o processo de conquista da Hispânia”, descreveu.

“O acampamento de Lomba do Mouro foi construído cem anos antes de Penedo dos Lobos”, reforçou o investigador.

Este acampamento situa-se “numa zona de especial concentração de sepulturas megalíticas e foi descoberto através da tecnologia LIDAR fornecida pelo projeto espanhol PNOA – Plano Nacional de Ortofotografia Aérea”.

O acampamento romano “ocupa mais de vinte hectares de terreno, com duas linhas defensivas, com apenas oito quilómetros em linha reta”, sendo que o grupo científico romanarmy.eu localizou também outro sítio militar temporário de dimensões semelhantes, a Chaira da Maza, no concelho de Lobeira em Ourense, o que leva à hipótese de se tratar de uma linha de avanço romana”.

João Fonte defendeu a “necessidade de continuar os estudos de investigação científica e arqueológica e depois é preciso apostar, de uma forma integrada, transfronteiriça a valorização destes sítios localizados na zona do Gerês-Xurés”.

“Um fim último deste trabalho seria poder criar uma rede transfronteiriça para dar a conhecer estes sítios temporários que se relacionam com o primeiro contacto do exército romano com as comunidades indígenas do Gerês-Xurés”, especificou.

Os arqueólogos do grupo científico “trabalharam exclusivamente na parte portuguesa do local”, numa investigação financiada pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente, pela Câmara de Melgaço e pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), no âmbito da valorização da rede de caminhos do Planalto de Castro Laboreiro.

O trabalho de campo, que durou cerca de duas semanas, foi realizado em colaboração com a empresa Era-Arqueologia.

Publicado no jornal on-line OBSERVADOR

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foto: era-arqueologia   lomba do mouro   planalto de castro laboreiro

 

 

MELGAÇO, CONTRABANDO E CONTRABANDISTAS

melgaçodomonteàribeira, 17.02.24

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castro laboreiro  mareco

 

MEMÓRIA DO CONTRABANDO E EMIGRAÇÃO CLANDESTINA EM MELGAÇO: PATRIMONIALIZAÇÃO E MUSEALIZAÇÃO

EXPLORAÇÃO DE VOLFRÂMIO

Lídia Aguiar

CIIIC-ISCET

Em Melgaço, como em tantos outros concelhos do norte e centro do país, a exploração de volfrâmio veio proporcionar um novo alento para as economias locais. Para as populações, a exploração deste minério constituiu uma segunda fonte de rendimento (a primeira era o contrabando), abrindo, mesmo que momentaneamente, expectativas de melhores condições de vida.

Em Castro Laboreiro a exploração do volfrâmio teve uma maior dimensão, do que em outros lugares. Terá começado já durante o período da I Guerra Mundial, tendo tido um grande pico durante a II Guerra. Neste caso foi levada a cabo predominantemente por populares, que acorriam ao Planalto de Castro Laboreiro, no lugar de Ceara, onde foram abrindo várias galerias.

Os populares vendiam-no no contrabando, maioritariamente já em Espanha. Verificou-se, no entanto, que durante o período da II Guerra, foram os Alemães os grandes compradores. Eles aguardavam os homens no sopé do planalto com os seus camiões prontos para carregar o minério. Cada homem alcançava um rendimento médio de 8 contos por dia. Este montante subiria bastante mais se ele tivesse a sorte de encontrar um bom filão.

Segundo o informante Filipe Esteves, morador em Castro Laboreiro, as mulheres tiveram nesta época um papel primordial. Dirigiam-se em grupos para as zonas mineiras, onde apanhavam as pedras que caiam das grandes cargas, ou algumas que elas próprias conseguiam apanhar, por se encontrarem mais à superfície. Dirigiam-se, então, para uma levada, onde lavavam e peneiravam o volfrâmio. Este mineral, preparado pelas mulheres, era vendido exclusivamente a um dos mais conhecidos contrabandistas da zona: o Mareco, ligado a um dos grandes consórcios.

No ano de 1955, estas minas acabam por ser registadas pela Companhia Mineira de Castro Laboreiro, com sede no Porto. O manifesto mineiro foi de João Cândido Calheiros, morador na freguesia de Prado, encontrando-se, este registo, no Arquivo Municipal de Melgaço, no Livro de Registos (Volfrâmio).

“Lembro-me bem do tempo do minério. Vieram para cá muitos homens, de muitos lados, apanhar aquelas pedras. Eram assim umas pedras muito negras, tão lindas que elas eram. Eles ficavam cá a dormir. Ganharam muito dinheiro naquele tempo.

E as mulheres daqui também para lá iam, coitadinhas. Era contudo, um trabalho muito pesado, pois apanhavam as mais pequenitas e iam lavá-las ao regato. Deram-lhes um dinheirinho, ai isso eu sei bem que deu”. Rosalina Fernandes – Castro Laboreiro – 29-10-2013.

Com a Companhia Mineira de Castro Laboreiro a dominar a larga maioria das minas, a população, em geral, perdeu os lucros avultados que até então conseguira.

Este fenómeno pode-se constatar em muitas outras zonas mineiras, ligadas ao volfrâmio, do norte e centro do país. Findo o negócio do volfrâmio, a população habituada a ter uma vida melhor, não mais a encontra no contrabando. Continuava a ser uma atividade plena de riscos e da qual não era possível obter um rendimento certo. Ao trabalho duro, o melgacense não tinha medo. Com a fronteira mesmo ao lado, com horizontes mais alargados, o convite à emigração era forte. Encontrou-se, deste modo, a grande alavanca para a mobilidade social (Castro&Marques, 2003).

 

REVISTA CIENTÍFICA DO ISCET

PERCURSOS&IDEIAS – Nº 7 – 2ª SÉRIE

2016

 

OFFICE OF STRATEGIC SERVICES

WASHINGTON D. C.

6 july 1945

DOCUMENTOS DESCLASSIFICADOS EM 1987

 

Manoel José Domingues – Mareco

Manoel José Domingues de Castro Laboreiro enviou ilegalmente volfrâmio, ouro e moeda por Espanha para os Alemães e ainda transacciona actualmente barras de ouro. Os seus sócios eram o Barros da Costa, o tenente Walter Thcebe, Artur Teixeira, Manoel Lourenço de Melgaço, António Esteves, Francisco Esteves, Manoel Pereira Lima e Adolfo Vieira de Monção. Antes da guerra as suas propriedades em Castro Laboreiro ascendiam a 200,000 escudos. Neste momento é detentor de propriedades avaliadas em aproximadamente 4,000,000 escudos no concelho de Melgaço e tem contas bancárias em Melgaço e Valença. No início deste ano o Domingues foi apreendido na posse de 17 barras de ouro no valor de 550,000 escudos. Não lhe aconteceu nada por causa da sua prisão. Os membros do Governo Português actual protegeram-no bem, e ele tem muita influência.

 

AeC

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MELGAÇO, ROTA DO ALVARINHO

melgaçodomonteàribeira, 10.02.24

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ROTA DO ALVARINHO

A Rota do Vinho Alvarinho está inserida na Rota dos Vinhos Verdes e é dinamizada pela Comissão Vitivinícola dos Vinhos Verdes e Solar do Alvarinho, em Melgaço. A rota dispões de vários aderentes entre as quais as adegas Quinta de Soalheiro, Fontaínha de Melgaço, Casta Boa, Quintas de Melgaço, Quinta da Pigarra, Reguengo de Melgaço e Quinta de Touquinheiras. Todas estas adegas dispõem de um contacto estreito com os seus visitantes, sendo os produtores os guias nas visitas às adegas e às vinhas. Através da Rota os produtores têm a vantagem de vender directamente aos seus visitantes, maximizando as margens de vendas, promovendo a marca e aumentando o número de potenciais consumidores, alargando os segmentos de mercado. Assim podem também angariar novas parcerias e potenciar a fidelização da marca, além de que aparecem novas oportunidades de venda de outros produtos locais, podendo obter novas fontes de rendimento.

É também através dos restaurantes Adega do Sossego, Boavista, Foral de Melgaço, Sabino, Chafarix, Panorama e Mira Castro que se divulgam os produtos endógenos e gastronomia típica da região. Cabe ao Solar do Alvarinho, casa mãe da rota e Centro de Artesanato ARTES fazer a divulgação dos produtos, valorizar as tradições e as práticas e dinamizar o território. Parte integrante da Rota são também os Museus e Centros de Interpretação, que no caso são seis, Posto de Turismo, Museu de Cinema de Melgaço-Jean Loup Passek, Núcleo Museológico da Torre de Menagem, Núcleo Museológico Memória e Fronteira, Porta Lamas de Mouro e Núcleo Museológico de Castro Laboreiro. Como apoio às visitas estão as diferentes infra-estruturas de Hotelaria, desde Turismo Rural ao Alojamento de Luxo, onde enunciamos a Casa da Granja; Albergaria Boavista; Monte de Prado Hotel e SPA; Reguengo de Melgaço e Albergaria Mira Castro.

Importantes, ainda, na divulgação da Rota e do Território e com impacto para o lazer e bem-estar no espaço estão as Empresas de Animação Turística como a Associação C. R. Melgaço Radical, DraftZone e Centro de Ecoturismo e Turismo Equestre da Serra do Laboreiro. Estas empresas possuem ainda acordos com instituições e empresas locais, como o Centro de Estágios e Complexo Desportivo e de Lazer do Monte de Prado com especial importância, para obtenção de descontos e promoções para os visitantes e participantes da Rota de forma a fidelizar clientes.

DESENVOLVIMENTO LOCAL: TURISMO, MELGAÇO E VINHO ALVARINHO, ESTUDO DE CASO.

Carina Venâncio

Dezembro de 2011

 

 

MUNDO DO FANTÁSTICO NO VALE DO MINHO

melgaçodomonteàribeira, 03.02.24

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convento de paderne

A PROCISSÃO DE DEFUNTOS

“Morava eu com os meus tios. O meu tio, que se chamava Cândido, era um corpo aberto: falava sozinho…, arrastava os socos…, tinha, assim, um comportamento diferente, mas era boa pessoa!

Uma noite, estava eu a arrumar a cozinha, mesmo ali perto da janela que dava para um caminho que ia para Castro Laboreiro. Mesmo junto havia uma Capela do Santo Cristo. Eu estava, então, a arrumar a cozinha e fui abrir a janela. Por ali passavam as gentes de Castro Laboreiro para irem para as feiras. Eles iam às feiras da Barca, dos Arcos, e saíam à quarta-feira. Traziam os porcos, os animais e outras coisas. Lá ao fundo, na entrada da vila, havia um posto de gasolina onde as camionetas paravam para meter gasolina. Quando era noite, as luzes, assim viradas para cima, para Castro, enchiam tudo de luz. Antigamente era tudo escuro…, não havia luz como agora! E eu ouvia os castrejos a rir e a falar, o ruído dos porcos… Era um divertimento! Naquele tempo não havia nada, nem rádio. Aquilo para mim era uma alegria.

O meu tio chegou à minha beira e disse: Rapariga! – Que é que me quer? – Fecha a janela! E eu respondi: - Não fecho! Pois eu estava ali só a me divertir… Mas ele disse-me assim: ou fechas a janela ou levas uma bofetada! Ele nunca me tinha falado assim! Vi que era coisa grave e fechei a janela.

Fechei a janela e deixei-o ir para a sala. A sala era grande e ficava ao fundo da casa. Ele lá foi, com os socos a rasto e a falar sozinho… era seu hábito… hui!, quantas vezes eu já o tinha escutado a falar assim… Mas depois, para me vingar dele, abri a janela. Ao abrir a janela vi aquelas luzes todas…, de várias cores: umas eram como a luz do sol, clarinhas; outras de um cor-de-rosa também clarinho; outras verdinhas…, mas muitas luzes!

Quando fixei melhor o olhar, aquilo saltitava de um lado para o outro…, umas mais altas e outras mais baixas (os homens são mais altos e as mulheres são mais baixas… nos enterros vão homens e mulheres). E saltitavam e iam a correr ali pela estrada fora, pelo caminho. Eu fiquei assim um pouco tonta: isto não é uma procissão de velas…, não vejo nenhuma pessoa!, só vejo ali as velas. Como é que elas saltam? E depois na frente vi uma grande luz, e essa grande luz ia lá no alto, por cima de todas! No outro dia vi o enterro e compreendi: era o mordomo que ia à frente e levava o crucifixo lá no alto. E a cabeça do Santo Cristo, aquela imagem na cruz, parecia uma roda de luz como uma tigela cheia de luz, fluorescente. Tinha uma cor… assim encarnado que não era bem encarnado… um cor-de-rosa…

E aquela luz ia na frente e comandava as outras luzes. As outras iam todas atrás dela. E eu não tive medo nenhum! Hoje é estrada, mas antigamente era um caminho fundo. E aquelas luzes meteram-se para o caminho do cemitério, e foram desaparecendo com a outra luz lá em cima.

No dia seguinte morreu um homem que vinha lá à Quinta, que eu conhecia muito bem. Ele tinha trinta e três anos e deixou uma mulher com trinta e três, trinta e um anos, com dois filhinhos. Eu fui ver o enterro, na beira da estrada, e aí vi que Cristo era mesmo a luz que ia lá em cima. Não disse nada ao meu tio porque tinha medo que ele me batesse, pois talvez ele pensasse que me acontecesse o mesmo que lhe acontecera a ele, como me contou a minha avó.

Quando ele tinha dezasseis anos, e diziam até que era um homem muito bonito… Um dia vinha de tapar uma água ali para os lados do cemitério, com um bonito chapéu (daqueles redondinhos como se usava naquele tempo) na cabeça. Então, passou por ele um grande cavalo branco que ia no caminho para Castro Laboreiro, e que atirou o chapéu dele para longe, e ele assustou-se! Assustou-se e ficou com o corpo aberto. Depois quando morria uma pessoa, ele sabia-o na véspera. Eu própria sou testemunha, pois a minha cama ficava encostada à parede do quarto ao lado do dele. De noite, ouvia-o gemer. E perguntava-lhe: Tio Cândido, o que é que teve ontem à noite? – Ah moça, eles “judiam” de mim… botam a burra à camisa; a canga às calças… judiam de mim!

Ele quando passou pelo cavalo ficou maluquinho. Mas a minha avó disse que fora com ele a uma mulher e que o fecharam com sete chaves de sete igrejas. Mas ele ficou sempre assim com o corpo aberto a estas coisas. Depois não era maluco, mas era assim bonzinho…, não se metia com ninguém. Via-se que, às vezes, com “a vista à ferida”… aquela vista, assim fixa nas pessoas… O maior sofrimento dele era à noite. Sempre a gemer, queixava-se que as pessoas se metiam com ele: “Judiam de mim!”.

Um dia encontrei-o de baixo de uma “lata”, assim deitado com os olhos abertos… Pensei que tinha tido um ataque: - Ó Tio Cândido, vossemecê o que é que tem? – Atiraram comigo…, atiraram comigo… Passaram com uma burra muito grande… - Mas aqui não passa uma burra! – Atiraram comigo moça…”.

Dª CONCEIÇÃO DE PADERNE, MELGAÇO, COM 56 ANOS

CAMINHANDO PELO MUNDO DO FANTÁSTICO DO VALE DO MINHO

ÁLVARO CAMPÊLO

REVISTA ANTROPOLÓGICAS Nº 6

2002