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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MÉZINHAS DE MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 27.05.23

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ENSALMO PARA TALHAR O AR (MELGAÇO)

Toma-se sal virgem (que nunca tenha servido), e com ele na mão, fazem cruzes sobre o rosto do paciente, dizendo:

 

Talho mau ar,

Corrimento (dos ventos)

E tolhimento

Bota-te fora deste corpo,

Vai-te para o mar coalhado:

Ar de vivo,

Ar de morto,

Ar de excomungado,

Ar de empecimento

E ar de inveja,

Q’antas calidades d’ares

Possa haver e empecer,

Eu te desconjuro

Para o mar coalhado.

Deixa este corpo

São e salvo

Como na hora

Em que foi nado.

 

Deita-se o sal em cruz para trás das costas do doente e para os lados. Toma-se mais sal miúdo e cola-se com cuspo na testa, queixo e fontes, dizendo, simultaneamente:

 

Nada tirei,

Mezinha farei

Pela graça de Deus e da Virgem Maria.

 

 

Para desmanchar um feitiço toma-se um quartilho de azeite, benzido por um padre que não seja amante de mulheres e o indivíduo com feitiço vomita-o imediatamente (Melgaço, 1918)

 

Ao pôr-se a conta (de azeviche) numa criança, dizia o sábio de Melgaço:

«Azebiche! Te ponho nesta criança, que corte’las bichas e o mau ar».

 

PORTUGAL SOBRENATURAL

Manuel J. Gandra