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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MONGES A TRABALHAR EM MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 04.03.23

877 b sonho monástico.jpg

desenho a. sousa  paradise tatoo

 

VILAS, PODER RÉGIO E FRONTEIRA:

O EXEMPLO DO ENTRE LIMA E MINHO MEDIEVAL

Sabe-se que os combates ainda continuavam em 1199 uma vez que se noticia o cerco de Bragança por Afonso IX e um combate entre leoneses e portugueses em Ciudad Rodrigo o que faz intuir uma vez mais, a importância estratégica crescente da fronteira leste, o que contribuía para secundarizar uma Galiza que começava a assumir-se como região periférica no jogo de poderes e influências que opunha os diferentes reinos peninsulares. Alguns indícios, contudo, fazem pensar que, em 1199, se a guerra não estava presente na frente galega, a zona, todavia, preocupava Sancho I. Com efeito, as concessões de carácter económico que, nesse mesmo ano atribuiu a dois mosteiros fronteiriços – Longosvales e Fiães – bem como à nascente vila de Melgaço* fazem crer na necessidade de garantir ou recompensar apoios prestados ou a prestar em caso de enfrentamento militar. Auxílio que era mencionado pelo monarca como uma das razões que o tinham levado a conceder carta de couto ao mosteiro de Longosvales, uma vez que se pretendia recompensar a construção de uma torre levada a efeito pelos monges em Melgaço.

 

*Trata-se da carta de couto ao mosteiro de Longosvales (cf. DS, nº 234) e uma doação ao mosteiro de Fiães (cf. DS, nº 122) de quatro casais e meio em villa Figueiredo feita para compensar o facto de Sancho I ter utilizado Sta Maria de Orada, que tinha sido atribuída por seu pai ao mosteiro, para doação aos povoadores de Melgaço.

 

Dissertação para doutoramento em História da Idade Média, apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

 

Amélia Aguiar Andrade

Lisboa 1994