ORDEM DO HOSPITAL EM LAMAS DE MOURO
As primeiras referências escritas ao couto de Lamas de Mouro, por seu turno, surgem em meados do século XIV. Duas confirmações aos párocos da sua igreja, feitas em Tui (Espanha), continuam a ser os testemunhos escrito mais arcaicos da existência de uma comunidade humana organizada no seu espaço territorial: por denúncia do anterior reitor Estevão Martins, no dia 21 de Abril de 1355 o bispo de Tui confirmou, por apresentação do prior da Ordem do Hospital de S. João de Jerusalém em Portugal, Estevão Eanes de Ceivães como pároco da igreja de Lamas de Mouro – testemunha presente o procurador do bailio do Hospital de Jerusalém – ; falecido o pároco supra referido, foi apresentado pelo prior da Ordem o clérigo Gonçalo Nunes de Melgaço, confirmado pelo bispo de Tui no dia 29 de Setembro de 1362.
Enquanto não surja documento comprovativo, a minha convicção gratuita é de que o Couto de Lamas de Mouro terá sido outorgado por decisão régia à Ordem do Hospital por questões de estratégia militar e defesa do próprio reino. Trata-se de um vale cavado entre ásperas montanhas, encostado à raia seca com Galiza, de forma que a sua situação geográfica e morfológica converte este exíguo espaço territorial no estreito por onde mais facilmente poderia penetrar uma invasão dirigida ao entre Lima e Minho – assim rezam alguns documentos e outros relatos mais fabulosos, que não podemos estar agora a desfiar. – O facto de ser coutado aos cavaleiros maltezes seria um tampão aos intentos invasores mais audazes, fechando a linha defensiva entre os castelos de Melgaço e Castro Laboreiro.
OS LIMITES DA FREGUESIA DE LAMAS DE MOURO E OS CAMINHOS DA (IN)JUSTIÇA
José Domingues
1ª Edição
Novembro 2014