AVELEIRA
BRANDA DA AVELEIRA
Minha Branda d’Aveleira,
Lá no alto, junto aos Céus!
(Sinceramente te digo
Sem um exagero meu),
Tens a riqueza mais linda,
Que Deus jamais afer’céu.
Da Portela ao Batateiro,
Das Veiguinhas ao Mourim
E ainda, p’ra além Campelo!
És uma jóia p’ra mim
Que no Mundo não hav’ra
Uma outra tam linda, assim!
Teus mil metros de altitude,
E teu planalto serrano,
São trunfos que te concedem
Maravilhas todo o ano,
E fazem de ti sem dúvida,
Um “jardim bem Lusitano”.
Quando de Inverno te cobres,
Com manto branco de neve,
Of’reces bela paisagem
A qualquer que jamais deve,
Esquecê-la inda que seja
Um paisagista bem leve.
No V’rão és muito dif’rente
Com manto multicolor;
Dás um aspecto de seres
Jardim dum grande Senhor,
Mas teu aroma selvagem
Cheira mais, cheira melhor!
Tuas fontes cristalinas
“Invejáveis”, com certeza
Te dariam noutros sítios
Uma fonte de riqueza
Mas não deixavas de ser
Mesmo, assim, mais portuguesa.
São os ribeiros que tens
Desse rio Vez a mãe,
E onde há tanta, tanta truta,
E todo o pescador tem
Presa certa e variada
Todas as vezes que bem…
E essa linda capelinha
À Virgem Santa Maria
Erguida no teu planalto?!
É a Senhora da Guia
P’ra guiar os nossos passos
E dar-nos mais alegria!
Tuas “cercas” e “lameiros”,
E teus “barbeitos” também
Davam centeio e batata,
Mas hoje quase ninguém
Se ocupa de tais produtos;
- Sinais que este mundo tem –
Ai! Que lindo o pôr-do-sol
Nesta Branda d’Aveleira!
E o nascer é um primor
Naquela serra altaneira!
Só poderá continuar
Quem ‘stiver à sua beira!
Uma Vida Entre Poesia
José Maria Rodrigues – José Serrano
Câmara Municipal de Melgaço
2007
pp. 30,31