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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

AVELEIRA

melgaçodomonteàribeira, 29.01.22

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BRANDA DA AVELEIRA

 

Minha Branda d’Aveleira,

Lá no alto, junto aos Céus!

(Sinceramente te digo

Sem um exagero meu),

Tens a riqueza mais linda,

Que Deus jamais afer’céu.

 

Da Portela ao Batateiro,

Das Veiguinhas ao Mourim

E ainda, p’ra além Campelo!

És uma jóia p’ra mim

Que no Mundo não hav’ra

Uma outra tam linda, assim!

 

Teus mil metros de altitude,

E teu planalto serrano,

São trunfos que te concedem

Maravilhas todo o ano,

E fazem de ti sem dúvida,

Um “jardim bem Lusitano”.

 

Quando de Inverno te cobres,

Com manto branco de neve,

Of’reces bela paisagem

A qualquer que jamais deve,

Esquecê-la inda que seja

Um paisagista bem leve.

 

No V’rão és muito dif’rente

Com manto multicolor;

Dás um aspecto de seres

Jardim dum grande Senhor,

Mas teu aroma selvagem

Cheira mais, cheira melhor!

Tuas fontes cristalinas

“Invejáveis”, com certeza

Te dariam noutros sítios

Uma fonte de riqueza

Mas não deixavas de ser

Mesmo, assim, mais portuguesa.

 

São os ribeiros que tens

Desse rio Vez a mãe,

E onde há tanta, tanta truta,

E todo o pescador tem

Presa certa e variada

Todas as vezes que bem…

 

E essa linda capelinha

À Virgem Santa Maria

Erguida no teu planalto?!

É a Senhora da Guia

P’ra guiar os nossos passos

E dar-nos mais alegria!

 

Tuas “cercas” e “lameiros”,

E teus “barbeitos” também

Davam centeio e batata,

Mas hoje quase ninguém

Se ocupa de tais produtos;

- Sinais que este mundo tem –

 

Ai! Que lindo o pôr-do-sol

Nesta Branda d’Aveleira!

E o nascer é um primor

Naquela serra altaneira!

Só poderá continuar

Quem ‘stiver à sua beira!

 

Uma Vida Entre Poesia

José Maria Rodrigues – José Serrano

Câmara Municipal de Melgaço

2007

pp. 30,31