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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

GALIZA E CASTRO LABOREIRO - UMA TERRA SOLIDÁRIA

melgaçodomonteàribeira, 30.12.21

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 ameijoeira 

 

ACTAS DO I CONGRESO DA MEMORIA – NARÓN 2003

 

No primeiro semestre de guerra civil, o número de refuxiados españois na freguesía de Castro Laboreiro, se bem de xeito non estable, acadou, según testemuñas orais, unha cifra entre catrocentas ou oitocentas persoas, cifra que debeu convertirse nunha preocupación, especialmente para os falanxistas da zona que coñecían á perfección o territorio e mantiñan vínculos de intimidade com moitas das familias dos refuxiados, preocupación que finalmente acabarían asumindo las forzas represivas portuguesas, moi especialmente a PVDE.

Assim comenzarían as batidas polas serras, polas brandas e polas inverneiras, na procura dos refuxiados. Os comandantes dos postos, especialmente o de Castro Laboreiro reciben periodicamente ordes de manter unha rigorosa e persistente vixilancia. Algúns días despois amplíanse as ordes, que sinalan que se faga unha limpeza completa de tódolos estranxeiros indocumentados, malia que o número de fuxidos vai medrando ós poucos.

A PVDE sabe da presencia en Castro Laboreiro de varios refuxiados na inverneira de Cainheiras, no lugarfixo de Portelinha, etc. Os falanxistas españois introducíronse en territorio portugués com asiduidade desde as primeiras datas de sublevación, mesmo obrigando a intervención da Comandancia Militar de Ourense que se viu na necesidade de castigar preventivamente a eses elementos incontrolados.

Son moitas as notificacións das policías portuguesas sobre a presencia de “refugiados comunistas espanhóis” entre a fronteira de Amenjoeira e Castro Laboreiro: o grupo formado por Manolo, O Dente de Ouro e o , Ramón Yañez Pereira, O Médico, que se movían por toda a freguesía de Castro Laboreiro, xunto coa amante deste último, Rosa Alves, A Africana, veciña de Ribeiro de Baixo, e nai de catro contrabandistas; fuxidos perseguidos insistentemente pola policía portuguesa e considerados peligrosos como o comunista de Bande, Lelisindo Lopez Pazos e José Alemany; outros fuxidos menos significados como José de Sousa, O Gaiteiro, natural de Pereira (Entrimo), etc. Naquela extensa área que vai desde Alcobaça ata Ribeiro de Baixo estableceuse unha persistente vixilancia, que, sen embargo, resultaba demasiado ampla e difícil de controlar polos obstáculos naturais e a facilidade de refuxios, a meirande deles furnas ou grutas, que topaban os fuxidos na serra cando eran perseguidos.

Desde os postos de Portelinha e Castro Laboreiro tratouse de localizar e capturar ó refuxiado Pepe Trabazos, protexido por unha cidadá portuguesa residente na branda de Qeimadelo, quen coa chegada do inverno trasládase a inverneira no val de Pereira, mentres o seu protexido mantense arriba na branda. A policía portuguesa sigue organizando batidas, algúns dos refuxiados preocupan más ca outros. Ás veces son grupos de sete ou oito policías. Os primeiros dias de decembro de 1936 o tenente de infantería Fernando José Lopes destina un grupo de homes ós postos da serra e a Ribeiro de Baixo para averiguar sobre a “capitana dos refuxiados españois” daquela poboación, a devandita Rosa Alves. Nos dous Ribeiros, de Cima e de Baixo, lugares fixos, lévase tempo notando a presión policial. A PVDE captura a Rosa Alvas, A Africana o 26 de outubro de 1937, moi popular no val de Pereira e con familia na aldea arraiana galega de Olelas, fronte do lugarfixo de Várzea. A comunicación secular entre os dous Ribeiros e as aldeas entrimeñas de Bouzadrago e Pereira tiñan fomentado a creación de roteiros vinculados ó contrabando, empregados polos familiares dos escapados para abastecelos de comida e roupa, evitando ser controlados polos carabineiros españois ou pola guarda fiscal portuguesa.

En Lamas de Mouro a policía ten constancia tamén da presencia de refuxiados antifranquistas. Algúns deles optan por vestir elegantemente porque lles permite alixeirar certa presión das forzas represivas, aínda que prefiren ir armados por se se vem na obriga de defenderse.

Na branda de Seara, doutro lado da Pena de Anamán, hai varios refuxiados españois, entre eles Manuel Fernández González, O Curto, acollido na casa da súa amante. Sospeitando da persión das forzas represivas, pernocta nunhas fragas próximas. Algúns habitantes destas serras son reincidentes en agachar refuxiados españois na serra, polo que se vem sometidos frecuentemente a rexistros nas súas vivendas. Nessa mesma branda está agachada unha familia enteira. Como todos, esperan documentación para internarse ó centro do país, pero resúltales complexo porque Eudosia Lorenzo Diz, de vintecinco anos, quen antes do golpe militar era mestra en San Ginés no concello limítrofe de Lobeira, ten un fillo. Para non levantar sospeitas viste o traxe de típico de castrexa. Ademais, movese cos seus pais: Agustín Lorenzo, un home de cincuenta anos, que sofre as inclemencias dunha hernia, e Basilisa Diz, cinco anos máis nova e que ten un sinal característico na faciana. Outras testemuñas, conseguidas pola policía tras interrogar os veciños, sitúaos na inverneira de Entalada ou na branda de Rodeiro; outras din que están nos lugaresfixos de Ribeiro, quizais na inverneira de alagoa ou nas brandas dos Portos. En realidade, ó integrarse coa poboación local acompáñanos nas súas migracións anuais, e as veces, ante a abafante presión policial e dos confidentes, saltan a algunha aldea galega, como Cabanelas, onde tamém consiguen acocho.

 

Ler mais em: www.memoriahistoncademocratica.org

Entre brandas e inverneiras: refuxiados e guerra civil na fronteira entre Ourense e Portugal

Ángel Rodríguez Gallardo

HOJE COMO ONTEM - SOLIDÁRIOS

POLVO, TRADIÇÃO NATALÍCIA EM MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 23.12.21

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fronteira e pide

 

A HISTÓRIA DA GENTE QUE DESAFIOU SALAZAR

PARA TER POLVO NO NATAL

 

É uma história de contrabando. De um tesouro que vinha da Galiza. Conta-nos a edição on-line da Notícias Magazine que, em tempos, Salazar tentou travar esta tradição para proteger a frota bacalhoeira. No entanto, o povo do Vale do Minho sempre arranjou maneira de fazer chegar ao prato este manjar que vinha lá de cima.

À Notícias Magazine, Albertino Gonçalves, professor de Sociologia na Universidade do Minho, referiu mesmo que o bacalhau da consoada não é, uma tradição assim tão antiga. No final dos anos trinta, depois da Guerra Civil Espanhola e de uma tremenda escassez de alimentos nos dois lados da fronteira, o Estado Novo quis ordenar o abastecimento alimentar do país para travar a fome. “Salazar definiu zonas e produtos: cereais no Alentejo, sardinha nos portos pesqueiros, hortícolas e frutícolas no Oeste. E investiu seriamente na frota bacalhoeira, capaz de trazer das águas frias do Norte um ingrediente barato e altamente duradouro”, disse o investigador. “Nessas contas, o polvo, que vinha essencialmente de Espanha, não tinha lugar”.

 

MELGAÇO DESAFIAVA O ESTADO NOVO

 

O bacalhau nascia da vontade política, mas o Município mais a norte de Portugal teimava em resistir ao menu imposto pelo fascismo. Na maioria das vezes, conta-se, foi o jogo do gato e do rato. Avelino Fernandes, 69 anos, era guarda-fiscal em S. Gregório, freguesia de Melgaço. “Em novembro e dezembro já se sabia que aumentava o contrabando de polvo. Éramos 32 guardas e reforçávamos a vigilância nesta altura”, conta à Notícias Magazine.

Muitos deles eram homens da terra e na maior parte dos casos fechavam os olhos à passagem do repasto natalício. “O problema era a PIDE, que andava sempre em cima de nós para controlarmos o polvo. Eram maus como as cobras, eram capazes de deixar uma família sem ceia na consoada para cumprir aquilo que o Salazar queria”, contou. A sua memória preferida de quase quatro décadas naquele ofício foi o dia em que prenderam os agentes da polícia política, em Abril de 1974.

António Domingues, 84 anos, concorda. Era apalpador na alfândega, revistava os homens que passavam pelo posto fronteiriço, vindos da Galiza. “As pessoas arranjavam mil e uma maneiras de disfarçar a entrada de mercadoria. Traziam coletes encostados ao corpo, camadas falsas de roupa, tudo o que se conseguisse imaginar. Mas, na altura do Natal, não precisava de tocar em ninguém. Se trazia polvo, eu topava-o pelo cheiro”, recordou.

Há em Melgaço um museu chamado Memória e Fronteira onde se presta homenagem às décadas em que a passagem para Espanha era atividade furtiva. Ao contrabando, mas também à emigração. Os arquivos das apreensões pela Guarda Fiscal estão ali guardados – e basta olhar para os registos para perceber como o polvo era importação da quadra.

“Quando chegava a altura do polvo tínhamos de ter cuidados redobrados, por causa do cheiro que largava”, conta agora numa cumeada frente ao rio. Era por ali que passavam o produto e o escondiam em covas no chão. “Mas não podia ficar muitos dias, senão a Guarda dava por ele”, contou à Notícias Magazine, Amadeu Pereira, de 83 anos. O molusco era contrabando em movimento constante.

A passagem fazia-se entre as duas e três da manhã, “horas em que até as pedras dormem”. Cada pessoa com 40 quilos de polvo seco atados por um cordel, e às vezes eram mais de uma vintena a tentar cruzar o rio.

“Tínhamos uma barca afundada com uma pedra, que puxávamos por uma corda para trazer o produto para Portugal. O primeiro passava sempre sem carga, não fosse a Guarda estar à espreita. Se fosse apanhado gritava que andava ali raposa e voltávamos todos para o mato. Se estivesse livre, atirava três pedras para a água a anunciar que o caminho estava livre. Era o sinal”. O caminho para ir buscar o polvo era longo, 30 quilómetros pelo meio do mato, que na estrada podiam ser apanhados pela Guardia Civil. Só andávamos de noite, e sempre em silêncio. De dia dormíamos no meio do bosque”. O abastecimento fazia-se no armazém de um antigo merceeiro galego, no lugar do Couto.

Nas aldeias de Melgaço, hoje toda a gente conta a mesma história. O polvo chegava seco e pendurava-se atrás da porta. Dois dias antes do Natal juntava-se o mulherio nas fontes e mergulhava-se na água. Depois, era agarrá-lo pela cabeça e batê-lo numa pedra, pelo menos cinquenta vezes.

 

Rádio Vale do Minho

5 Dezembro, 2018

E COMO ATRAVESSAR O TRANCOSO OU BARXAS EM DEZEMBRO PARA IR COMPRAR O POLVO?

D. JOÃO II E MELGAÇO

melgaçodomonteàribeira, 18.12.21

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 brasão de d. joão ii - encontra-se na  câmara municipal de melgaço

 

AS ARMAS E A EMPRESA DO REI D. JOÃO II

Miguel Metelo de Seixas

Por via das empresas, começou a ser possível distinguir a pessoa individual do rei do cargo que ele desempenhava. Ao assumir o seu pilriteiro, D. João I passou a dispor de dois sinais de natureza distinta: por um lado, as armas reais, representativas da dinastia e da instituição régia; por outro, a sua empresa, símbolo pessoal, denotativo de uma tenção de vida, de um projecto de índole moral e política. As primeiras estavam destinadas a ser transmitidas a toda a dinastia, cabendo as armas plenas, símbolo da chefia da Casa, aos sucessivos detentores do título régio. Salvo necessidade excepcional, as armas não eram sujeitas a alterações substanciais: apenas se toleravam variações de estilo ou complementos que não viessem alterar o ordenamento heráldico do escudo. As armas representavam, pois, a continuidade dinástica e a permanência da instituição régia. Nesse sentido, poder-se-á aventar a hipótese de as armas reais terem começado a funcionar, a partir de então, não só como insígnias puramente dinásticas, mas também como símbolo do conjunto das instituições dirigidas pela Coroa. Com as devidas precauções, pode-se afirmar que as armas reais principiavam a representar a monarquia.

Reza a doutrina tradicional que as empresas, por sua vez, como símbolos meramente pessoais, não eram transmitidas aos descendentes. Entendia-se que, por via da empresa que escolhia (ao contrário das armas, que lhe advinham por herança), o soberano lograva exprimir a sua individualidade. Parecia, pois, natural que não só o rei como todos os membros da Casa Real assumissem empresas, as quais lhes permitiam distinguir as suas pessoas individuais dos títulos ou cargos que desempenhavam. Desta forma, as empresas não funcionavam como substitutas das armas, mas antes como seu complemento. Assim foi com o pilriteiro de D. João I, a hera de D. Duarte, o rodízio de D. Afonso V.

Qual foi, então, o emblema que D. João II adotou como empresa? Diversos autores, tanto antigos como modernos, escreveram sobre o assunto. Rui de Pina consagra-lhe um curto trecho da sua crónica:

“ElRey em sendo Princepe tomou por devisa, polla Princesa sua molher hum Pelicano, Ave rompente sangue no peito, pera sostentamento, e criação de seus filhos, que no ninho tem consigo. E tanto foy de seu contentamento, que a non mudou despois que foy Rey; e com ella trouxe por letra correspondente a piedosa morte do Pelicano que dizia: Por tua ley, e por tua grey”.

 

AS ARMAS E A EMPRESA DO REI D. JOÃO II.

SUBSÍDIOS METODOLÓGICOS PARA O ESTUDO DA HERÁLDICA E DA EMBLEMÁTICA NAS ARTES DECORATIVAS PORTUGUESAS

Centro Lusíada de Estudos Genealógicos e Heráldicos da Universidade Lusíada

Escola Superior de Artes Decorativas da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva

Bolseiro de Doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia

DOAÇÃO AO MOSTEIRO DE FIÃES EM 1157

melgaçodomonteàribeira, 11.12.21

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1157 Agosto. 19

 

Afonso Pais e seis irmãos e irmãs, juntamente com outros fidalgos e seus familiares, doam ao mosteiro de Fiães o espaço territorial do couto, especificando a linha limítrofe que o cerceia.

 

Manuel António Bernardo Pintor, “Doação de Afonso Pais e outros ao mosteiro de Fiães em 1157 (pergaminho inédito)”, Arquivo do Alto Minho, vol. 2, 1947, pp. 79-83 (reeditado em Padre Manuel António Bernardo Pintor, Obra Histórica I, edição do Rotary Club de Monção, Monção, 2005, pp. 19-23).

 

(No início tem o monograma usual xpistus = Cristo).  Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e em honra da beata Maria sempre Virgem e de todos os santos. Eu Afonso Pais juntamente com meus irmãos e minhas irmãs Pedro Pais, Egas Pais, Fernando Pais, Garcia Pais, Gudina Pais, Hónega Pais, Mór Pais, Maria Pais, Hónega Mendes, Mór Mendes. Eu Oroana com meus filhos Pedro Nunes, João Gomes, Álvaro Sarracines juntamente com meus irmãos e minhas irmãs. Eu Pedro Bauzoi juntamente com meus irmãos. Eu Nuno Dias juntamente com meus irmãos e irmãs. Eu Rodrigo Goterres com meus irmãos. Eu Ferrão Ventre com meus irmãos. Gonçalo Peres com seus irmãos. Fernando Nunes com meus irmãos. Pedro Soares com seus irmãos. Fernando Nunes com seus irmãos. Pedro Nunes com seus irmãos. Fazemos documento de segurança daquele monte que se chama Fenais, que nós resolvemos por vontade própria doar aos servos de Deus, Abade João e sua congregação, tanto aos presentes como aos que depois deles vierem e aí perseverarem na santa vida beneditina: possuam-no para sempre por direito de herança por nossa doação, pelas nossas almas e pelas almas de nossos pais, porque é breve a nossa vida. Estabelecemos-lhe limites a principiar em Penha de Ervilha, depois por Costa Má, até Curro de Loba, partindo pelo rio Doma, pelo vale Gaão, depois pelo outeiro da Aveleira, a seguir pelo Coto da Aguieira e depois desde o Vidual até Penha de Ervilha e fechou. Nós acima nomeados damos esta herança para exercer o culto de Deus enquanto houver um homem que o faça. Se for retirada do culto de Deus cada um receba o seu quinhão. Se vier alguém ou viermos nós, tanto da nossa família como estranhos, que queira violar esta nossa doação, seja excomungado e condenado perpetuamente como Judas traidor do Senhor.

Por estes limites que mencionamos concedemos (o monte) àquele mosteiro que está situado no referido monte de Santa Maria. Nenhuma autoridade nem homem algum se atreva a arrotear e lavrar (neste monte) sem ordem dos mesmos frades. Eis a pena que nós estabelecemos e outorgamos: restitua a mesma herança em dobro ou com suas melhorias e dois mil soldos para a Congregação. Reinando em Portugal o Rei Afonso com sua mulher a Rainha Mafalda. Vigário particular do Rei Gonçalo de Sousa. Na Sé de Tui o Bispo Isidoro. Senhor de Valadares Soeiro Aires. Era de 1195 no dia que é 14º das calendas de Setembro (19 de Agosto de 1157). Nós como acima dissemos a vós Abade João como a vossos frades nesta escritura de segurança por nossas mãos roboramos.

Como testemunhas: Soeiro, João, Pedro, Fernando, Munho. Pelo notário Pedro.

 

OS LIMITES DA FREGUESIA DE LAMAS DE MOURO E OS CAMINHOS DA IN(JUSTIÇA)

José Domingues

1ª Edição

Novembro de 2014

pp. 171-172

 

ALCUNHAS EM CASTRO LABOREIRO

melgaçodomonteàribeira, 04.12.21

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Não é pelo termo alcunha, mas por “alcunho” que o habitante e natural de Castro Laboreiro designa os apodos com que, entre si, indivíduos e famílias se conhecem e se distinguem por entre a rede de parentes e vizinhos com nomes e sobrenomes iguais ou não. Pedindo-se explicações do que possa ser o “alcunho” dirão, certamente, que o “alcunho é uma nomeada”, isto é, um modo peculiar de se tratarem ou melhor, de se referenciarem meios de epítetos com valor crismático importante.

Os “alcunhos” têm uma origem espontânea e directa. O povo é muito observador e apega-se imenso a pormenores que escapam ao forasteiro da cidade. Tais pormenores inscrevem-se num vasto quadro de referências que definem, de um lado, as circunstâncias da vida do indivíduo, do outro lado, as suas características e predicados pessoais.

 

                                             Luis Polanah

 

DO USO E SIGNIFICADO DAS ALCUNHAS NA FREGUESIA DE CASTRO LABOREIRO

Luis Polanah

Minia

2ª Série, Ano I, nº 1

1978