UM CAPITÃO NEM TESO NEM VALENTE
penso
MARIA CAETANA ALVES DE MAGALHÃES
Filha de D. Maria Lina Alves de Magalhães e de Domingos Alves, Nº 14 do Costado Magalhães da Casa do Crasto casou na igreja da freguesia natal, Penso, em 25 de Janeiro de 1808 com Domingos Joaquim Esteves Cordeiro, filho legítimo de Domingos Esteves Cordeiro e Francisca Domingas Esteves Cordeiro, da Casa do Paranhão, e neto paterno de António Domingues e Cecília Cordeiro, da referida Casa do Paranhão e todos da freguesia de Penso.
Domingos Joaquim Esteves Cordeiro seguiu a carreira das armas e uns documentos o mostram tenente e outros o apresentam como capitão das milícias.
Assim foi e ao último posto ascendeu entre Abril de 1819 e Fevereiro de 1920. Atravessou, pois, o período das Invasões Francesas, mas desse tempo não nos restam memórias da sua vida ou pelo menos ninguém as viu.
Na época das lutas liberais, porém, como militar não foi teso nem valente, pois não soube resistir à impressão dolorosa causada pela morte do sobrinho Agostinho José de Magalhães, assassinado pela tropa do 18 no monte do Crasto, triste episódio daquelas lutas ocorrido em 23 de Março de 1837, segundo memória deixada pelo coadjutor da freguesia P.e Manuel José Esteves Cordeiro.
E o não saber resistir a essa impressão levou-o a fugir da tropa e a refugiar-se com frequência em uma mina de água, colhendo uma ética como prémio desse louco proceder. E ético e cego faleceu na sua casa do Paranhão no dia 29 de Abril de 1858: a esposa pouco mais aturou neste vale de lágrimas, porquanto curtida de dores e amarguras finou-se em 11 de Junho de 1861.
O MEU LIVRO DAS GERAÇÕES MELGACENSES
Volume II
Augusto César Esteves
Edição da Nora do Autor
Melgaço
1991
pp. 119-120
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