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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

HOMENAGEM A ÓSCAR MARINHO

melgaçodomonteàribeira, 05.05.18

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taberna da ti maria do sabino

 

UM FILATELISTA MELGACENSE

 

Boticas, 26 Nov. (Lusa) – Um selo de 100 mil réis de 1853, avaliado em 770 mil euros, é uma das principais atracções da Iberex – XV Exposição Filatélica Luso-Espanhola, patente em Boticas até domingo.

O coleccionador Óscar Marinho começou a juntar selos aos 15 anos e hoje, com 70 anos, mostra com orgulho a sua colecção de selos clássicos portugueses, onde se insere o de 100 réis da época de D. Maria II.

“A minha colecção não tem preço. É impagável” afirmou à Lusa o filatelista de Melgaço.

Dos muitos selos que guarda num lugar que recusa revelar, Óscar Marinho gosta de expor a colecção de selos primitivos, feitos entre 1853 a 1870, os que diz terem sido os primeiros selos portugueses.

“Trata-se de selos em relevo que eram feitos um a um, não há um selo igual a outro e a cada diferença chama-se um cunho”, explicou.

Óscar Marinho começou a coleccionar selos depois de ter tido um acidente em que partiu a clavícula.

“Fui a um endireita, que havia em Melgaço, que coleccionava selos. Para não chorar deu-me uma quantidade de selos e a partir daí não parei”, salientou.

Diz ter adquirido selos em leilões, trocas com colegas e até em feiras no estrangeiro e é também lá fora, em países como França, Itália ou Espanha, que gosta de mostrar as suas “relíquias”.

 

Retirado de:

 

Collectus – Loja de colecções

 

http://coleccionar-collectus.blogspot.com/2007_11_01_archive.html

 

 

GAZETILHA

 

O ESPADA

 

Ao Óscar Marinho

No tribunal de Vimioso:

 

Chegou à nossa Vila, já de noite,

uma coisa mal jeitosa e de cor preta,

que a dar-lhe nome talvez ninguém se afoite,

e chamar-lhe automóvel, isso era peta.

 

O dono, uma pessoa respeitável,

chegou à nossa terra tão vaidoso,

que nem guiando o melhor descapotável

que jamais viu o velho Vimioso.

 

E andou por estas ruas, coisa rara,

roncando como aqui nunca se viu,

essa peça de museu, que talvez cara,

quis ir a Castro um dia e… não subiu.

 

P’ra vir do Vimioso aqui ao Minho,

levou-lhe quinze dias, sempre a andar,

parou algumas vezes no caminho,

porque a bronquite fazia-o sufucar.

 

O Óscar, me contou, com graça, até,

algumas peripécias, do caminho;

andaram mais de seis léguas a pé,

p’ra não cansar o pobre coitadinho.

 

Na ida, sentiu-se a coisa mais cansada,

efeitos da velhice e da distância…

e viu-a toda a gente, então pasmada,

seguir p’ra Vimioso, na ambulância.

 

E chamaram-lhe o «Espada do Doutor»

a esse traste que agora já não anda…

que a mim mais me pareceu ser um tractor

retirado das brragens de Miranda.

 

Os meus mais respeitosos cumprimentos,

a quem me encomendou este sermão.

mas, se por isso vou passar tormentos,

direi de novo que aquilo é um carrão.

 

                                                                                                                      31/7/960

 

POESIA POPULAR

Francisco Augusto Igrejas

Câmara Municipal de Melgaço 6

1989

pp. 81-82

 

Óscar Marinho deixou-nos neste ano de 2018.

Descansa em paz meu amigo.