E A BANDA NÃO TOCOU...
trio raiano
CORREIO DE MELGAÇO 208, 23/7/1916
«Fomos informados de que no dia 16 do corrente se deu um conflito na vila de Castro Laboreiro entre as praças da Guarda Fiscal e o povo daquela freguesia. Contam-nos que originou tal conflito o facto de pretender a Guarda Fiscal que a música, que era a de S. Gregório, fosse tocar à porta do quartel, com o que o povo não concordou. Por este motivo, o reitor, um pobre velho, não consentiu que a banda tocasse à porta do quartel o que, segundo nos informam, lhe deu em resultado receber do guarda Sousa, numa loja e em público, duas bofetadas. Dizem-nos também que nessa loja se encontrava o cabo Félix, comandante do posto, e outras praças, contra as quais o povo, vendo o seu reitor desfeiteado, se revoltou, havendo uma refrega entre ele e a Guarda Fiscal, tendo dela saído ferido o guarda Puga, que também nos dizem encontrar-se em tratamento no hospital militar de Valença. Foi apresentada queixa em juízo contra o reitor e o padre João Evangelista Rodrigues, como promotores da desordem, constando-nos também que participação idêntica vai ser apresentada no mesmo juízo contra os guardas Sousa e todos os guardas presentes. Além da queixa que nos dizem será mandada para juízo, outra seguirá por intermédio das autoridades competentes até ao Ministro das Finanças.»
Dicionário Enciclopédico de Melgaço II
Joaquim A. Rocha
Edição do autor
2010
Joaquim A. Rocha, editor do blog MELGAÇO, MINHA TERRA