A SAUDADE
Rua de Baixo - Ao centro, a casa de Iasousa
VELHO MELGAÇO
Quero cingir-te num longo abraço,
Descansar no teu peito a vida inteira;
Passar contigo a noite derradeira…
Fechar os olhos em teu doce regaço.
Porque só tu, só tu, velho Melgaço,
És para mim a sublime e verdadeira
Ama. Teu verde chão, pela vez primeira,
Viu meus pés darem seu primeiro passo.
Escuta, por favor, o meu apelo:
Abre, para mim, teu corpo inebriante…
Nele por fim vai minha alma fundir-se!
Se há mistério em ti, quero sabê-lo:
Conta-o a este cansado caminhante,
Que em teu níveo seio quer exaurir-se!
Os Meus Sonetos (e os do frade)
Joaquim A. Rocha
Edição do autor
2013
p.55