RETALHOS DE VIDAS
Sabemos que envelhece melhor quem exercita a memória mantendo uma actividade intelectual contínua. O que nem todos sabemos é que não existem lembranças puras.
De facto, a memória humana não funciona como a dos computadores e jamais permite recordar o passado exactamente como ele foi.
Não é possível lembrar nenhuma experiência de maneira pura. Boas ou más, as nossas memórias são sempre reconstruídas. Ao contrário do que imaginamos não existe lembrança perfeita das alegrias, tristezas, angústias, sucessos e fracassos.
É nesta linha de pensamento que pretendemos realizar esta edição de “Retalhos de Vidas”, para que cada um dos idosos conte, na 1ª pessoa, a sua história de vida ou lembranças que lhe afloram ao pensamento, cantigas, versos, ditos, etc.; para que as recordações dos mais velhos, embora não completamente fiéis, se possam apresentar como factores de construção de novos pensamentos e não apenas repetidores de informações do passado.
Não pretendemos recordar o passado com exactidão, mas antes estimular a construção de ideias, contribuir para o avivar das memórias já perdidas ou esquecidas e partilhá-las com as gerações vindouras.
Vale a pena pensarmos neste pequeno gesto como forma de expandir a arte de criar e libertar o pensamento das pessoas com quem trabalhamos e que estão ávidas por partilhar as suas experiências.
Para eles um bem haja e que continuem a treinar a “memória”.
A equipa do “Melgaço Solidário”
Retalhos de Vidas
Edição Câmara Municipal de Melgaço
2002