MOSTEIROS DE FIÃES E PADERNE
Igreja Santa Maria de Fiães - Colecção Percurso pela História
AS FREGUESIAS DO DISTRITO DE VIANA DO CASTELO NAS
MEMÓRIAS PAROQUIAIS DE 1758
Alto Minho: Memória, História e Património
Autor e Coordenador – José Viriato Capela
Convento de Fiães (Ordem de Cister) – À data da extinção das Ordens Religiosas portuguesas em 1834 são dois os conventos minhotos pertencentes à Ordem de S. Bernardo ou Cister, Santa Maria do Bouro no Vale do Cávado (Baixo Minho) e Santa Maria de Fiães, em Fiães, Alto Minho. Fiães é um dos mais pequenos senão mesmo o mais pequeno mosteiro masculino da Ordem, cuja cabeça é Alcobaça, também a mais importante e desenvolvida Casa da Ordem. O Mosteiro de Alcobaça foi em 1567 constituído cabeça da então instituída Congregação autónoma de Santa Maria de Alcobaça. Santa Maria do Bouro, pelo contrário tem uma posição superior, ao nível das casas grandes da Ordem, que além de Alcobaça, integra também Salzedas, Tarouca. Assim o exprime a contribuição do Mosteiro para obras gerais da Congregação e a distribuição de exemplares dos missais da edição cisterciense de 1733. Com couto instituído por D. Afonso Henriques, o Abade exercia aí a jurisdição civil, cobrando direitos reais e confirmando as justiças. O Mosteiro e comunidade seriam extintos com outros mosteiros da Ordem pelas medidas gerais da reforma do Ministro de D. José I, o Marquez de Pombal, por medida de 17 de Dezembro de 1775. Restaurados após o afastamento do ministro Pombal, o Mosteiro de Fiães seguiria o destino da extinção geral, promovida pelas medidas governamentais de 1834.
Convento de Paderne – O Convento de S. Salvador, está situado em Paderne, no concelho de Melgaço; com Refojos do Lima, é a expressão da presença no Alto Minho da Ordem dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho da Congregação de Santa Cruz de Coimbra (Crúzios). O conjunto monacal é constituído pela Igreja e área conventual propriamente dita. A igreja, originariamente românica, sofreu obras e por elas influências das novas correntes artísticas ao longo dos séculos. É também das origens da nacionalidade, de 16 de Abril de 1141 a instituição de couto em favor do Mosteiro, feito por D. Afonso Henriques. No couto, o Prior exerce a jurisdição civil dessa jurisdição, que ficou registada na arquitectura do conjunto, na referência à Casa da Audiência e Cadeia. A comunidade e mosteiro de Paderne foi extinto em 27 de Setembro de 1770 no contexto das medidas «reformistas» para as Ordens religiosas do tempo de D. José I e seu ministro Pombal. Os 11 monges que então compunham aquela comunidade do Alto Minho passariam então para o convento de Mafra.
José Marques
Março de 2005