OS MEUS SONETOS (E OS DO FRADE)
melgaçodomonteàribeira, 07.06.14
INÊS NEGRA
Estavas, linda Inês, tão repousada,
Saboreando a árdua e sã vitória,
Sobre a traidora vil de má memória,
Que chamam por desdém d’Arrenegada!
Eis senão quando, mente arrebatada,
Não temendo ferir honra e glória,
Apaga, com um só golpe, da História,
Tua figura de heroína abençoada!
Querem metamorfosear-te em lenda,
Levar-te para o museu das velharias;
Roubar-te o nobre troféu cobiçado.
Regressa, bela virago, à contenda,
Desenterra as armas das armarias,
Reconquista teu renome ameaçado!
Joaquim Rocha – Os Meus Sonetos (e os do frade)