UMA ASSOCIAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA
Orquestra dos Bombeiros Voluntários de Melgaço
ASSOCIAÇÃO ARTÍSTICA MELGACENSE
Lê-se no Correio de Melgaço: « No passado domingo, 19/10/1913, reuniram-se vários elementos das classes trabalhadoras desta Vila, resolvendo entre si lançar as bases de uma sociedade musical, dramática, instrutiva e beneficente, com sede nesta Vila, que se denominará Associação Artística Melgacense. Nessa reunião foi nomeada uma comissão, a qual ficou com poderes para agregar a si pessoas que julgue necessárias para levar avante a organização da nova sociedade. Hoje (26/10/1913) deve ter lugar nova reunião em que a comissão apresentará os seus trabalhos, podendo comparecer todos os indivíduos que desejem inscrever-se como sócios fundadores. Oxalá as classes trabalhadoras de Melgaço possam ver em breve realizadas as suas aspirações. Da nossa parte temos de louvar a bela ideia de dotar a nossa terra com uma Associação onde os artistas (sapateiros, alfaiates, serralheiros, barbeiros, etc.) possam agrupar-se, defender os seus interesses e regalias, tendo em vista “um por todos, e todos por um” ».
No Correio de Melgaço, nº 82, de 11/1/1914, lê-se: « promovido por uma comissão de sócios, realizou-se, no dia 6, na sede desta sociedade, à Rua Teófilo Braga, um baile dedicado às famílias dos sócios, o qual decorreu na melhor ordem, dançando-se animadamente até às duas da madrugada. Nos intervalos foram recitados alguns monólogos e organizaram-se diversas diversões, danças populares, que conservam a assistência em constante hilaridade. As salas achavam-se lindamente ornamentadas com heras, fetos e flores, produzindo agradável efeito. Parabéns aos promotores ».
Na Orada, Santa Maria da Porta, faleceu, a 1/3/1952, o padre Manuel José Domingues, segundo alguns o fundador da Associação Artística Melgacense « pela qual muito se bateu, e que outros não saberiam aguentar ». (Notícias de Melgaço, nº 1016, de 9/3/1952).
Dicionário Enciclopédico de Melgaço II
Joaquim A. Rocha
Edição do autor
2010
pp. 34,35