MELGAÇO, MILITAR E INVENTOR DO SÉC. XVIII
JERÓNIMO JOSÉ NOGUEIRA DE ANDRADE
MILITAR E INVENTOR PORTUGUÊS
DO SÉCULO XVIII
Jerónimo José Nogueira de Andrade nasceu em Melgaço em 1748. Era filho de Francisco Daniel Nogueira, médico de exército, e de D. Mariana Josefa Veloso de Campos Andrade. Teve uma educação católica e foi casado com D. Caetana Gregória Nogueira de Carvalho.
Apresentou praça em soldado no Regimento de Artilharia do Porto em 1 de Janeiro de 1779, sendo sucessivamente 2º Tenente de Bombardeiros do Regimento de artilharia da Marinha em 21 de Janeiro de 1779, prestando serviço na Capitania de Moçambique, Capitão em 4 de Março de 1782, prestando serviço na Capitania de Moçambique, Sargento-Mor do Regimento de Artilharia da Marinha, em 13 de Dezembro de 1791, Tenente-Coronel do Regimento de Artilharia do Algarve em 7 de Novembro de 1797, Coronel do Regimento de Artilharia do Alentejo (Estremoz) em 17 de Dezembro de 1799 e Brigadeiro em 14 de Fevereiro de 1803, sendo Comandante das tropas e Inspector Geral das Fortificações da Capitania do Pará.
Enquanto Tenente-Coronel, 17 de Novembro de 1795, fez parte de um Conselho de Guerra em que foi presidente.
Foi aluno da Academia Militar do Rio de Janeiro e de1782 a1784 (?) foi Secretário do Governo de Moçambique “por concorrerem nele todas as necessárias circunstâncias para o dito ministério…”, segundo previsão de Saldanha de Albuquerque de 11 de Março de 1783, na altura Capitão-General de Moçambique, e de cujas ideias Nogueira de Andrade foi entusiástico defensor.
Em 1790, cumpridas as missões de Inspecção Geral das Fortificações de Moçambique, Nogueira de Andrade regressa a Portugal e em 1791 mora na Quinta da Mineira, Estrada do Convento de São Cornélio ao Poço do Bispo.
Homem do seu tempo, não podia deixar de participar de uma mentalidade racionalista e de uma filosofia das luzes, unindo à inspiração humanista, uma ideologia do desenvolvimento. Nesta altura, a Maçonaria, instituição que vinha das grandes Academias estrangeiras do séc. 18, provavelmente num desígnio unificador da Europa, forma uma rede que cobre todo o território europeu, incluindo Portugal. Congregando a “intelligenzia” e os nomes mais prestigiados da aristocracia e da alta burguesia, não era fácil para todos os que exerciam funções relevantes em qualquer área do saber não aderiram ao seu fascínio. E Jerónimo José, não fugiu à regra. Foi iniciado na Maçonaria em 1790, talvez em Setembro, numa Loja situada em Marvila, proposto por José Joaquim da Costa, mas em 5 de Dezembro de 1791 acusado de maçonismo denunciou-se à Inquisição bem como a outros Irmãos.
Jerónimo José Nogueira de Andrade é conhecido como autor da obra intitulada “Descripção do estado em que ficarão os negocios da Capitania de Mossambique nos fins de Novembro de 1789, com algumas observaçoens, e reflexoens sobre os mesmos negocios, e sobre as cauzas da decadencia do Commercio, e dos Estabelecimentos Portuguezes na Costa Oriental d’Africa escriptos no anno de1790”, publicada no Investigador Portuguêz em 1815 e no Arquivo das Colónias em 1917.
Por: Maria Fernanda Macedo Nogueira de Andrade
http://run.unl.pt/bitstream/10362/6686/1/RFCSH5_189_197.pdf
Em 1796, e então Sargento Maior do Regimento da Artilharia da Marinha, Jerónimo José Nogueira de Andrade, foi autor do « Projecto de huma nova arma Portuguesa ». Este manuscrito encontra-se na Biblioteca Nacional, caracteriza-se por uma grande minuciosidade, e nele o seu autor descreve a construção de uma arma balística que designou « foguete incendiário ».
A. E. Mateus da Silva
General
Retirado de:
TECNOLOGIA E APLICAÇÃO DE MISSEIS –
UM PROJECTO NACIONAL
http://comum.rcaap.pt/bitstream/123456789/1711/1/NeD64_AEMateusdaSilva.pdf