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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

INCIDENTES FRONTEIRIÇOS NO SEC. XII

melgaçodomonteàribeira, 11.05.13

 

Antiga entrada da vila de Melgaço

 

 

A FRONTEIRA LUSO-CASTELHANA NA IDADE MÉDIA

 

 

    (…)

    Os incidentes fronteiriços entre Castela e Leão, na segunda metade do século XII, deram lugar à fortificação das fronteiras entre Leão e Castela e Leão e Portugal, na zona galega, muito embora as tentativas de implantar concelhos tenham fracassado*, em parte pela resistência posta pelos senhores eclesiásticos e pela recusa dos povoadores livres de se instalarem em zonas controladas pelos senhores feudais.

 

    *Constitui excepção o caso de Melgaço que recebeu um primeiro foral de Afonso Henriques em 21 de Julho de 1183, no qual se refere já a existência de uma feira (ou mercado).

 

    (…)

    Após as Inquirições, a sua acção incidiu sobre a fronteira minhota. Melgaço, que tivera um primeiro foral de Afonso Henriques em 21 de Julho de 1183, confirmado por Afonso II em 1219, substituído por uma nova carta foral em 1258, suspenso devido a contestação dos munícipes, vê-o restaurado em 1261. A construção da sua muralha data de 1263, muito embora o seu início remonte a Sancho II e a necessidade de dotar esta Póvoa de um sistema defensivo eficaz se deva equacionar no quadro das contendas entre Afonso II e as infantas suas irmãs que conduziram à invasão do Norte de Portugal em 1211-1212, altura em que Melgaço foi tomada. Data de Fevereiro de 1245 o compromisso do mosteiro de Fiães de participar na empresa com a construção de 18 barças de muro, data que nos obriga também a ligá-la, como faz Mário Barroca, com os conturbados tempos que o país atravessara e que culminariam em verdadeira guerra civil desde meados desse ano de 1245, levando Afonso III ao poder. A parte referida na inscrição estudada por Mário Barroca é a que foi construída por responsabilidade do Casteleiro do concelho Martim Gonçalves e erguida no tempo de Afonso III.

 

Retirado de:

Revista da Faculdade de Letras

Leontina Ventura

Universidade de Coimbra

 

http://ler.letras.up.pt