Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO HISTÓRICO

melgaçodomonteàribeira, 04.03.13

 

 

O celta Melgacus, um dia chegou a um planalto distante uns passos da margem do Minho, ergueu uma fortaleza com duas ou três ordens de muralhas, baptizou os habitantes de melgaceos e eis que Melgaço desabrocha. Durante a reconquista cristã da Peninsula Ibérica, o francês Conde D. Henrique, encontrou em ruinas uma fortaleza islamita dos finais do Sec. IX. Mas é seu filho, Afonso Henriques, I de Portugal que faz Melgaço entrar na História ao conceder-lhe foral em 1183. A importancia atribuida a Melgaço leva-nos a 1361 em que foi fixada a obrigatoriedade de ser feito por esta Vila o transito entre Portugal e a Galiza e em 1492 ser um dos cinco lugares fronteiriços utilizados para receber os judeus expulsos de Castela. Em 1388, Melgaço era a ultima fortaleza na posse dos partidários de Castela. D. João I, Mestre de Aviz, põe cerco á praça durante 52 dias, tiros de trons e escadas ineficazes contra as muralha, deu de si uma partigária dos castelhanos, melgacense alcunhada de Arrenegada que do alto das muralhas escarnecia e emporcalhava o nome dos sitiantes. Estando o arraial farto de a ouvir e não a conseguir calar, o Mestre recebeu uma melgacense de alma bem portuguesa, Inês Negra de nome, que se propunha lutar com a dita Arrenegada e decidir que dessa luta resultasse o futuro, negro de Castelo ou risonho de Portugal.

Ahiii, toma p*ta, ahiii os meus cabelos, pum. pum e muitos mais murros, cabelo arrancado, bofetadas choviam de todo o lado, Arrenegada no chão, nódoas negras da porrada, cabelos nas mãos de Inês e um grito terrível a cortar os ares:

Vencemos, Melgaço és do Rei de Portugal.

Grandes banquetes e Acção de Graças nos dois mosteiros, o de Fiães onde se encontrava D. Filipa de Lancaster e o de S. Salvador em Paderne para comemorar a vitória enquanto o povo só queria matar a fome. Mais tarde, El-Rei D. Manuel I, o Venturoso, confirmou o foral de Melgaço. E abrindo o livro da História o que é que os nossos antepassados nos deixaram?

Nove pontes romanicas, uma ponte celtica, dois mosteiros, um convento, duas capelas e seis igrejas todos referênciados como Monumentos Nacionais ou Monumentos de Interesse Publico.

Destaco o mosteiro de Fiães, que no Sec. XII adopta a Regra de Cister. Foi um dos mais ricos do Reino, cujo Abade era sempre um alto e influente dignatário da Coroa.