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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

AS ÁGUAS TERMAIS DO PESO

melgaçodomonteàribeira, 12.10.13

 

 

 

Em 13 de Outubro de 1884, por escritura pública exarada nas notas do tabelião Ferreira, da vila de Melgaço, foi constituída uma sociedade para pesquisa e exploração das águas tendo como sócios Bento Maria Barbosa, Félix Tomás de Barros Araújo, António Augusto de Sousa e Castro, Victorino Augusto dos Santos Lima, Abílio Augusto de Sousa, José Francisco de Almeida Fragoso, Aurélia Saavedra e Silva, dr. António Joaquim Durães, Manuel Bento da Rocha Júnior e dr. António Pereira de Sousa (Jornal de Melgaço, Setembro de 1917).

Com a morte de António Augusto de Sousa e Castro, seu pai e herdeiro, António Cândido de Sousa e Castro Moraes Sarmento, proprietário do terreno das Caldas, requereu ao Ministério das Obras Públicas patente de invenção, por espaço de quinze anos, da aplicação terapêutica das águas das freguesias de Prado e Paderne, concessão que obteve em Julho de 1889 (idem, ibidem). Os outros sócios sentiram-se prejudicados e em 17 de Agosto de 1891 intentarem no Juízo de Melgaço uma acção de anulação do privilégio resolvida por uma transacção que transitou em julgado por sentença de Julho de 1893 (idem, ibidem).

Pouco tempo depois, em 1 de Maio de 1894, constituiu-se, por escritura pública lavrada no tabelião Silva, de Monção (idem, ibidem), a Empresa Santos, Sobral & Cª com um “capital de 20 contos representado no Campo das Caldas. Os quinhões eram repartidos entre sete sócios” (Lopes, 1949:65). A esta empresa foi “transmitida a concessão legal pelo primitivo concessionário António Cândido de Sousa e Castro Morais Sarmento” (Jornal de Melgaço, Setembro de 1917).

Em 1895, já existia um hotel construído por António Guerreiro Ranhada, regressado do Brasil e que encontrou no Peso a cura para o mal do fígado que o debilitava. A construção do hotel não foi fácil “porque a gente do lugar não queria admitir estranhos” (Lopes, 1949: 66-67). O terreno, onde se situava uma pedreira (depoimento de D. Judite Ranhada, foi-lhe vendido “caro”, por 40$00 reis. Os recursos de Guerreiro Ranhada parece que não eram grandes e consta que foi o industrial portuense José Bento Pereira que o auxiliou e animou na empreza. A lotação dos dois pavilhões construídos era, segundo Mons. Silvano, de 80 hóspedes (idem, ibidem: 67). Havia ainda um Parque, desenhado pelo filho José Ranhada e onde se aplicou o granito retirado da pedreira (depoimento de D. Judite Ranhada).

As águas do Peso começaram, então, a conhecer um período de grande procura e a proporcionar grande animação na localidade quando a sociedade dos aquistas convivia com a sociedade distinta dos arredores. Foi uma prova dessa animação a festa que teve lugar no dia 26 de Julho de 1895 presidida pelo visconde de Fragosela, festa oferecida pela colónia aquista do Peso às pessoas distintas dos “povos das cercanias” com Zé Pereira, jantar, foguetes, jogos, ornamentação, música…” (idem, ibidem: 71).

 

Retirado de:

 

ACER – Associação Cultural e de Estudos Regionais

http://acer-pt.org/vmdacer/index.php?option=com_content&task=view&id=602&Itemid=94#

 

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