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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

O CASTELO DE CASTRO LABOREIRO

melgaçodomonteàribeira, 02.07.13

 

Castelo de Castro Laboreiro

 

 

AS FREGUESIAS DO DISTRITO DE VIANA DO CASTELO NAS

MEMÓRIAS PAROQUIAIS DE 1758

 

Alto Minho: Memória, História e Património

 

 

Autor e Coordenador – José Viriato Capela

Março de 2005

 

 

    CASTELO DE CASTRO LABOREIRO (Melgaço) – Implantado em cima de um monte com1033 metrosde altitude, o castelo de Castro Laboreiro ou Laboredo situa-se entre as bacias dos rios Minho e Lima, no município de Melgaço. Este exemplar da arquitectura militar românica apresenta planta oval, orientada no sentido norte-sul, com restos de pano de muralha erguidas sobre as fragas, por vezes constituindo reentrâncias, adaptando-se à morfologia natural do terreno, que corresponderão às antigas 5 torres quadrangulares assinaladas no desenho de Duarte D’Armas, elaborado por volta de1506. Aentrada principal, Porta do Sol, foi rasgada a nascente e a da traição, Porta do Sapo, a norte, de arco pleno assente em pés-direitos. O pano de muralha estendido no sentido este-oeste cria um recinto fechado, acessível através da ponte de arco pleno sobre pés-direitos, que era utilizado para a recolha do gado e de bens em época de conflito. Afonso III, rei de Castela deu a povoação de Castro Laboreiro ao conde D. Hermenegildo, avô de S. Rosendo, por este ter vencido o revoltado Vitiza. Em 1144, D. Afonso Henriques conquista-o aos mouros e restaura-o no ano seguinte. Arrasado em 1212 durante a invasão leonesa, viria a ser reconstruído pelo rei D. Dinis em 1290, sendo a alcaidaria assumida durante muitos anos pelos Gomes de Abreu, de Merufe, juntamente com a de Melgaço. No tempo de D. Fernando, a partir de 1375, o alcaide é Estêvão Anes Marinho. D. João I, após a conquista de Melgaço, torna Castro Laboreiro um ponto estratégico para fazer frente às várias incursões castelhanas provenientes da Galiza. Já no século XV, em 1441, dá-se o afastamento do alcaide-mor Martim de Castro devido às queixas feitas pelos moradores da vila. Em Maio de 1666, Baltazar Pantoja, toma de surpresa o castelo e entrega-o ao Governador D. Pedro Esteves Ricarte, que acabaria por se render ao terceiro conde Prado, D. Francisco Sousa. Estabelecida a paz com Espanha, fica desguarnecido a partir de 1715. De1746 a1779 Manuel Araújo Machado é Governador da vila de Castro Laboreiro. E entre 1766 e 1778 foram recolhidos neste castelo 400 homens e mulheres que se negaram a apresentar seus filhos recenseados para o serviço militar, por ordens do conde de Bobadela, Governador das Armas da Província. Em 1801 chegou a ser ocupado por tropas e quatro peças. Na Memória paroquial vai assim brevemente descrito: « Somente tem um castelo antiquíssimo e se acham as casas que dentro em si tem, adonde habitavam os soldados e o governador do mesmo, todas arruinadas e sem portas e também se acha arruinada parte da muralha do dito castelo ». Hoje, nas suas ruínas, subsiste a cintura de muralhas envolvendo a torre de menagem central, bem como a antiga cisterna.

    Classificado Monumento Nacional pelo Decreto nº 33.587, de 27 de Março de 1944.

 

Guerra da Aclamação

A. Maranhão Peixoto