Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

O LAGARTO DE LAMAS DE MOURO

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

 

O LAGARTO DE LAMAS DE MOURO

 

 

   Em tempos que lá vão, nas imediações da chã de Lamas de Mouro, existia um monstruoso lagarto que afligia toda a população. O enorme réptil postava-se sobranceiro ao caminho que levava à Senhora da Peneda, e todos os que ali passavam eram engolidos pelo seu apetite voraz. Todos os anos, alguns pastores, perdigueiros e romeiros, que por ali passavam com destino ao Santuário da Senhora, eram vítimas do feroz lagarto.

   Ora ali perto, no coto da meadinha, morava uma mulher que passava o tempo a fiar na roca e assoalhar as suas meadas, aproveitando tão arrumado lugar ao sol. Acontece que um dia esta mulher, em andanças de devota ou de pegureira, passou por perto do lagarto. Ao ver a figura que se aproximava, o terrível sáurio acometeu para a devorar. Num supremo e insuspeito esforço a mulher arrancou da cintura uma arma da defesa, que não era outra coisa que a sua roca! Com extraordinária habilidade desferiu um poderoso golpe no até então invencível réptil, transformando-o em pedra!

   Crê-se que a mulher era Nossa Senhora, e a prova do seu feito pode-se ainda hoje ver no dito lugar de Portela do Lagarto, nome que advém da forma rochosa que encima o penhasco, pois se assemelha ao repugnante réptil.

(in Lendas do Vale do Minho)

 

RETIRADO DE: PORTUGAL A NORTE

 

http://www.nortept.com/lendas.aspx?concelho=melgaço

 

UMA EXCURSÃO A CASTRO LABOREIRO II

melgaçodomonteàribeira, 07.03.13

 

Alcobaça - Lamas de Mouro

 

 

   Por fim entrámos na villa, que é como os Crastejos chamam á sua terra, visto que ella o foi algum dia. Ainda que as instituições sociaes mudem, o vulgo, que está afeito á linguagem tradicional, conserva esta longo tempo, em contradicção com os factos.

   Apesar da sua rusticidade, Castro-Laboreiro procura acompanhar o progresso: possue algumas lojas de negócio, uma fonte de cantaria, e um Commendador, que é ao mesmo tempo o Professor primario da freguesia, o Sr. Mathias Lobato, pessoa amável, a quem os forasteiros ficam sempre devendo obsequios.

   Ao longe o castello, posto num alto, provocou logo a minha visita, porquanto esperei encontrar ahi alguns vestígios proto –ou prehistoricos; na sua última fase, é todavia de epoca portuguesa, o que se vê da architectura e de uma inscripção. Nada encontrei no interior. Sem embargo, quem procedesse a excavações, talvez encontrasse qualquer cousa junto d’aquela mole de granito, onde, por causa da inexpugnabilidade do sitio, que fica de mais a mais entre dois regatos, jazeu certamente o primitivo Castro. De lá se goza ampla vista de aldeólas, por exemplo, Corveira, Laceiras, Barreiro, Açoreira, Meijoeiro (quartel permanente da guarda-fiscal), Dorna, Entalada, Pontes, Mareco, solitarias, entre arvoredos e montes. Várias d’ellas servem de inverneiras. Em contraste com ellas ha as brandas, por exemplo, Portos, Seara, Eiras, onde se passa o verão; a palavra branda está, quanto a mim, por ‘’veraada < veranata, e corresponde á hespanhola vernada; cfr. de um lado, o gall. e crastejo gando, e hesp. ganado, e do outro, o hesp. braña  ‘’pasto de verano’’, de veranea.

   No dia da nossa chegada havia na villa feira de gado. Tive por conseguinte ensejo de observar muitos homens juntos: apresentavam-se geralmente de cara rapada, vestiam de çaragoça (jaqueta, calças e collete), traziam chapeu de panno ou carapuça, e varapau. Mulheres, por ser de gado a feira, não andavam lá muitas. O trajo ordinario d’ellas é: camisa; faxa vermelha; collete; jaqueta; saia branca; saiote; saia de côr, quasi sempre preta, feita de foloado ‘’pano de lã de ovelha ou de linho’’, que se fabrica em Castro; mandil; singuidalho, do mesmo ou de outro panno; na cabeça capella, que póde ser substituida por lenço; nas pernas calções e piucas, meias sem pé, que se prendem com uma liga ou baraça; e nos pés chancas. A outras peças de vestuario já acima me referi. No inverno, tanto homens como mulheres se abrigam das neves, chuvas e friagens com o corucho, especie de capuz de burel que se traz na cabeça, e tem uma especie de aba que se prolonga pelas costas abaixo; a palavra corucho provém talvez de corona + suff. –ucho.

   O sr. Abbade de Melgaço é natural da freguesia de Castro, e por isso fácil lhe foi apresentar-me em muitas casas para eu observar os costumes.

   Uma das industrias caseiras mais correntes é a de fiar. Ha grande variedade de rocas no nosso país, e cada uma das peças e componentes d’ellas tem seu nome: assim a parte bojuda, onde se colloca o fiado, chama-se em Castro rocanço, e apresenta tres saliencias; o cone truncado que cobre o fianço chama-se naipo, por ser feito de cartas de jogar (naipe). Fianço é o nome do fiado. Os fusos são de duas especies: de ferro, para linho, e de pau para lã; adquiri alguns mais curiosos, que trouxe para o Museu Ethnologico. Aos pesos de tear (feitos de madeira) ouvi dar o nome de catolcas.

   A cozinha consta de: lareira, borralheira, especie de camara para recolher o borralho, coberta por uma lage que se chama copeira ou pilheira; escanos, postos ao lado da lareira, para se sentarem; almario, simples prateleira para louça; masseira; fumeiro ou ‘’caniço’’, pôsto superiormente á lareira, para ahi se enxugar a roupa; arcaz, caixa para guardar os cereaes.

   Os Crastejos servem-se, mais ou menos, de pratos de madeira, tanto para comerem, como para conservarem a comida. Eu vi d’estes pratos. Tambem se usam cuncas ‘’malgas’’ ou ‘’tigelas’’ da mesma substancia; d’antes todos comiam nellas, hoje porem só as crianças. Consta-me que esta ‘’loiça’’ se fabrica na Galliza, e se exporta de lá para o Alto-Minho. Ha colheres de madeira, que se chamam igualmente cuncas. A fórma masculina cunco applica-se a uma gamella de pau para se bater a massa do pão antes de ir para o forno, ao que se chama patiar o pão (em S. Gregorio dizem afupar o pão.

   Para iluminação das casas, os mais pobres fazem uso de guiços, que são pedaços de urzes secas (gândaros), de queirogas sêcas e de tojos secos, descascados do tempo, e que se accendem á maneira de vela: sustentam-nos na mão, ou espetam-nos num buraco da parede; de vez em quando esmoucam-nos, quebrando no chão a parte carbonizada, para os reaccenderem. Na Galliza acontece o mesmo, e o nome é igual, só se escreve com z. Com os guiços concorrem vantajosamente candeias de lata, suspensas em seu velador, como é geral no Norte e Centro do país; outr’ora havia-as de ferro e alimentavam-nas de sil ou banha de porco.

   Terminarei aqui a parte descritiva, mencionando a cama, palavra que significa propriamente ‘’leito de madeira’’; assim se diz: ‘’o carpinteiro faz uma cama’’. A cama consta de um caixão grande, com quatro banzos ou pernas, que terminam superiormente em pirâmides. Os mais pobres ahi dormem sobre palha, envolvidos numa manta de burel (sem enxergão ou lençoes); de travesseiro serve um farrapo. Num dos banzos da cabeceira enrola-se o rosario em que rezam.

……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………....

 

   No regresso de Castro-Laboreiro trouxemos ate Portellinho o mesmo caminho da ida. Ás alturas de Portellinho desviámo-nos da rota, por montes quasi nus de arvoredo, á vista de Lamas de Mouro, em direcção a Covalhão e Urjaes, d’onde seguimos até ao Peso. Acompanharam-nos constantemente as duas mesmas mulheres, que eram como duas cabras monteses, na rijeza physica e nos modos.

 

   Lisboa, 1904-1916

 

   J. Leite de Vasconcellos

 

MORNING STAR - XOSÉ MIRANDA

melgaçodomonteàribeira, 07.03.13

 

 

TOMÁS DAS QUINGOSTAS NA LITERATURA GALEGA

 

 

 

   …………………………………………………..

   Unha, cantouma, coa música do cantar do arrieiro, Eleuterio Cebey, moinante das vellas familias que teñen a residencia de inverno por Coristanco e Carballo. Está enunciada no vello romanó da ambulância galega e di así …

 

      ‘’Son capitán de gavilla,

      teño gharse de baró,

      para chorar polos montes

      sem cangó de estaribó.‘’

 

   O cal traduzido a galego direito, reza:

 

      ‘’Son capitán de gavilla,

      teño caballo de señorito,

      para robar polos montes

      sem medo da prisión.‘’

 

   Segundo o Cebey, que estivo preso conmigo na cadea da Coruña, a copla fai referencia aos días nos que os moinantes galegos dirixían sociedades de malfeitores, ou gavillas, coas que aterrorizaban o país. A el cantáralla seu avó.

   Outra cántiga foime transmitida en Vilanova dos Infantes, por alguén que andou alugado ao contrabando nos principios do século. Reférese a un famoso capitán de ladróns do primeiro tercio de XIX, o Tomas das Congostras, do que se fala na novela de Miranda. Tiña o seu cuartel xeneral na pena de Anamán entre Queguas e Castro Laboreiro (entre ‘’Espanha’’ e ‘’Portugal’’) e xa outras cántigas co mesmo tema foran recollidas e publicadas anteriormente polo Xocas. Di así, en galego esta vez:

 

 

      ‘’Se queres a boa vida

      e se queres prosperar

      vem conmigo sentar praza,

      cá na Pena de Anamán.‘’

 

   Se vostede non ten inconveniente en facer unha viaxe aos lados violentos e crueis do pasado de Galicia, aventúrese por esta novela de Xosé Miranda. Gozará.

 

ESTE TEXTO FOI RECOLHIDO DE

 

WWW.XERAIS.ES/CATALOGOS/CUADERNOS_CRITICAS

 

 

A RECORDAR O TOMAZ DAS QUINGOSTAS DE JOSÉ ALFREDO CERDEIRA

 

 

Camborio Refugiado 

 

VIAGEM A CASTRO LABOREIRO 1938

melgaçodomonteàribeira, 07.03.13

  

Castrejas típicas

 

 

 

RECORDAÇÕES DE VIAGEM

 

CASTRO LABOREIRO

 

Pelo Dr. Busquets de Aguilar

 

GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO

 

Lisboa 16 de Agosto de 1946

 

 

   O caminho de ferro do Minho termina em Monção. Encontra-se projectado o seu prolongamento até Melgaço pelo plano de 1930, o que se justifica plenamente dada a importância da região, onde se encontra a estância termal do Peso. A camionagem por si só não é suficiente para servir com utilidade a região.

   O vale do rio Minho vai-se estreitando gradualmente, e, do lado da encosta sul, desenvolvem-se os contrafortes ásperos de granito escuro da serra da Peneda. Nesta direcção ficam alguns lugares dos mais atrazados do país, devido ao isolamento a que foram votados durante muito tempo. Aqui se localisa Castro Laboreiro e a freguesia da Gavieira com o santuário da Nossa Senhora da Peneda.

   O país conhece Castro Laboreiro pela raça dos seus cães e da Peneda tem a vaga noção de uma serra cujo nome se aprende na instrução primária, região quase inacessível durante largos anos. Todavia trata-se de localidades que necessitam de protecção oficial para um maior desenvolvimento. Leite de Vasconcelos, mestre entre os cientistas europeus, estudou (1) a linguagem e a etnografia de Castro Laboreiro e o erudito escritor A. Luís Vaz escreveu a notável monografia ‘’ O Santuário de Nossa Senhora da Peneda’’(2). Também estudando as danças regionais, o dr. Pedro Homem de Melo, se referiu a Castro Laboreiro no livro ‘’ A Poesia nas Danças e nos Cantares do Povo Português ‘’.(3)

   Hoje para chegar a Castro Laboreiro, a estrada nacional de Melgaço aos Arcos de Vale de Vez, (concluída até Lamas de Mouro) tem em construção um ramal para Castro Laboreiro e com ligação para Espanha, sendo já um cómodo passeio de automóvel, bem diferente das dificuldades que ainda conheci. Por isso creio não ser de todo descabido descrever aqui as impressões da minha visita a Castro Laboreiro em 1938, pois sempre me atraíram estes lugares isolados, destinados a um rápido nivelamento civilizador provocado pela abertura de estradas, que, aliás, é indispensável construir.

   Foi por um dia de Agosto de 1938, que, de madrugada, abandonei as comodidades do Grande Hotel do Peso, estância termal repleta de aquistas, para percorrer a distancia de 4 horas até Melgaço e seguir pelo caminho velho de Castro, pois a estrada de Peneda, que liga com Castro Laboreiro, estava em construção e não passava de Cobalhão. O ar fresco da madrugada dava saúde e energia.

   Na companhia do guia comecei a afastar-me de Melgaço, avistando durante largo tempo o castelo com a sua torre de menagem, enquanto em baixo corriam serenas e calmas as águas azulíneas do  Minho. Caminhava, voltando-me constantemente, para observar a margem galega do rio, de um aspecto semelhante à nossa, ao mesmo tempo que o piso calçado à portuguesa se tornava cada vez mais áspero e difícil. Longe de me diminuir o entusiasmo, avançava apressadamente ao lado do guia, que me ia descrevendo diversos lugares cada vez mais modestos, as casas menos cuidadas, até que a caiação desapareceu para serem apenas de pedra à vista.

   Alcançando o alto da encosta da Rolha, continuei até Fiães, antigo e importante mosteiro beneditino, de sólido granito, com uma avenida de Carvalhos na frente.

   Depois de Fiães, mais modesta ainda, Alcobaça, a aldeia com casas de colmo e em que os seus habitantes olham receosos para quem passa. A fronteira corre perto, dominando-se, de um vale muito apertado, o rio Trancoso, fio de água que banha uma região muito pobre.

   Vencida a encosta da Portelinha, e, por um caminho tão estreito que não é acessível aos carros de bois, comecei a descer. As penedias diminuíram e as areias provenientes da desagregação provocada pelos agentes térmicos, excesso de frio no inverno, calor forte no verão, aparecem-me com côr branca, melhorando a aspereza da paisagem.

 

 

(continua)

 

ROTEIRO DA PENEDA

melgaçodomonteàribeira, 05.03.13

 

 Casa florestal - foto by pisaleiras

 

 

É difícil, por non dicer imposible, atopar en toda a xeografá galaicoportuguesa, un punto de encontro cun radio de atracción tan amplo coma esta terra. Dende Tui e Valença até Braga e Montalegre, ou mesmo dende Ribadavia e Celanova até Xinzo e Tourem. Calquera coñecedor deste médio limiano-transmontano pode dar fe de tal aseveración. Así foi e vai seguir sendo en anos vindeiros…

Sem chegar á bravura de tempos pasados, en que os nosos ancestres ían camiñando dende Bande ou a mesma Terrachán, a partir da metade dos anos noventa foise recuperando a vella tradición de facer, unhas veces a pé e outras andando, o camiño da Peneda.

Actualmente o arraiano medio de procedência limiá, acompañado ás veces dalgún que outro convidado estranxeiro, acostuma a coller o camiño á altura de Pereira (Pireira en idioma entrimeño). O camiño comeza a 700 metros de altitude, na devandita aldea de Pireira, transcorrendo nos primeiros dous quilómetros uns terreos com alternancia de terra e zonas empedradas com auga abundante en diversos puntos. Se o viaxeiro arranca o camiño de noite e com boa lua comprobará que a paisaxe circundante é mesmamente de western do oeste americano, com lobo incluido, se a sorte é doada.

Logo de meia hora de camiñata, albíscase no fondo o río Crasto Laboreiro, tamén chamado Olelas por moitos raiatos da parte galega. A opción de rodear os montes do Quinxo, por um camiño máis suave que pasa por Ribeiro de Abaixo, é mudada por moitos camiñantes pola vía dereita, baixando a cachón cara a Ribeiro de Cima. As pernas sufren mais pero o atallo é considerable. Ó cruzar o troiteiro río de Crasto aínda se escoita o estrondo da auga dunha interesante ficheira que hai cincoentos metros río arriba. Depois de que máis dun camiñante refrixere os pés no cruzamento do río, escomeza unha subida que continúa arredor dunha hora. En Ribeiro de Cima, aldeã invernea na que aínda se practica a transhumancia, sempre hai unha alma agardando para dar cobixo e ánimo ós viaxeiros. O idioma non é obstáculo, xa que esta xente é coñecida alá polo grande Porto co alcume de galegos. O pequeno descanso de Ribeiro, unha vez superada a abandonada casa florestal, dá paso a un serpenteo empedrado ascendente que ó longo de tres quilómetros nos transporta dos 600 até perto dos 1.100 metros de altitude, un ponto onde o panorama é espectacular. Deixamos os montes do Xurés ao fondo e, um pouco máis atrás, a serra do Larouco, e mesmo a imponente visión da Pena de Anamán, que inspirou o coñecido dito de “o probe non tem, o rico non dá…”. De seguida albiscamos as primeiras cabanas ou chibanas de pastoreo, moi abandoadas, e chega a hora do pequeno almorzo cando poñemos pé nas primeiras chairas. Deiquí en diante é mellor ter moito ollo co boi cacheno que garda e defende a abondosa cabana gandeira que anda solta polo lugar. Pequenas zonas lacustres fican atrás e o camiño vai sendo máis levadeiro. Moita atención no paso de Filgueira Ruiva, porque se imos de fronte seguimos cara a Lamas de Mouro; hai que virar á esquerda e, polo espazo de vinte minutos o carreiro non se distingue ben.

Ó alcanzarmos o coñecido coma o Curral dos Becerros o descenso xa é evidente, pois a menos de 300 metros agárdanos a sorprendente visual sobre o Val da Peneda. Deseguida a baixada se fai máis empinada, co conseguinte sofremento para os xeonllos. Un cuarto de hora e xa estamos na taberna da señora María, dando de baixa unha ducia de cervexas.

Co deber xa cumprido, o viaxeiro deixa atrás arredor de dezasete quilómetros e perto de catro horas de camiño. E a nosa señora da Peneda agarda por aquiles peregrinos máis devotos que se achegan coas súas inquedanzas até as portas do ateigado santuario. A aldea da Peneda conforma un contorno espectacular e imponente com centos de anos de tradición , anos nos que a fe popular a esta virxe sobreviviu, na compaña das súas outras seis irmás virxes. O percorrido merece a pena para novos e menos novos, e incluso para os amantes da borga e da festa nocturna arredor do máis ancestral, improvisado e variado folclore galaicoportugués.

Con moi bo critério, o concello de Entrimo está a recuperar nestes últimos anos o sano costume de facer un percorrido inesquecible por este fermoso roteiro arraiano de fe no futuro.

 

Lino Perdiz, de corazón raioto.

 

Honestamente desviado de www.arraianos.com

por

Camborio Refugiado