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MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

MELGAÇO, DO MONTE À RIBEIRA

História e narrativas duma terra raiana

UM MELGACENSE NA RADIO BRASILEIRA

melgaçodomonteàribeira, 20.05.17

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Eurico António Crispim da Silva, nasceu em Melgaço em 16 de Setembro de 1900, foi actor, director de cinema e dramaturgo luso-brasileiro, célebre autor de radionovelas durante a era do rádio.

Mudou-se para o Brasil em 1916, e em 1919 iniciou a carreira de actor com a peça “O Mártir do Calvário”, apresentada no teatro Carlos Gomes, sendo o autor Eduardo Garrido.

A mudança para o Rio de Janeiro dera-se por ter ali alguns amigos padeiros, mas logo Silva se interessa pelo meio artístico.

A primeira das 15 peças que escreveu estreou em 1932, pela companhia de Procópio Ferreira, para quem traduziu outras tantas.

Em 1930 transferiu-se para o rádio, actuando no programa Teatro em Casa da Rádio Nacional como actor e produtor.

Com a estreia da Televisão, é um dos redatores das novelas da Rede Tupi, onde escreveu Olhos que Amei.

No cinema foi roteirista parceiro de J. Rui em filmes como Não adianta chorar.

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Eurico_Silva

HISTÓRIA, CULTURA E PATRIMÓNIO V (FIM)

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

Manuel Igrejas, camisa branca, Casa do Minho, Rio de Janeiro. Ao fundo, painel de azulejos da autoria do Manel.

 

   E os visitantes, ao mesmo tempo que saboreavam aquelas iguarias caseiras e estalavam a língua após cada gole de vinho que emborcavam da malga, iam desfiando o recado que os levara ali.

   — O Joaquim está muito bem. Depois de muitos anos de trabalho, conseguiu comprar uma padaria à sociedade com outro patrício. Casou, não sabiam? É, faz pouco tempo que isso aconteceu.

   O ramo de negócio da padaria toma todo o tempo, não dá para fazer mais nada, nem para escrever. A gente sabe dele porque moramos perto da padaria e sempre damos um dedo de conversa por sermos da mesma terra. Agora o irmão, o Abílio, nunca o vimos e nem sabemos o que ele faz. O Joaquim é que nos diz que ele também está bem. Eles se vêem amiúde, moram em bairros distantes e aquela cidade é um mundo de grande.

   E a mãe, agora mais faladeira, desfiava o rosário de amarguras que o abandono dos filhos lhe causava.

   — Aqueles malandros, depois que enviuvei e mais precisava de homens para amanhar a terra, foram mundo afora buscar fortuna fácil. Diziam que chegando lá no Brasil ficavam ricos e logo voltariam. Pois sim… Pois olhem que, se tivessem ficado por aqui, não lhes teria corrido mal. Mas não, foram para tão longe e já se fez um ror de anos, é sinal que não lhes correu tão bem assim. Se ao menos mandassem duas letras uma vez ou outra… Se tivessem ficado aqui, ainda que arranjassem família grande, por certo que todos viveríamos bem. O Armindo. O marido aqui da Júlia, depois que casou também foi embora, está na França. Que raios de homens que não sossegam no lugar onde nasceram, desde pequenos que o bicho de ir para longe os atormenta. Este ao menos ainda aparece aqui duas vezes por ano e, sempre que vem, dá uma boa ajuda no campo. Eles também não podiam fazer o mesmo? Foram lá para tão longe… Se mandaram lembranças para o Toninho é porque sabem dele, então têm recebido as nossas cartas. O que eles mandaram não precisava, ele tem tudo aqui, do melhor.

   — Que é isso, mãe? Pelo menos valeu o agrado. Mandaram tantas prendas para o sobrinho que não conhecem. E o Toninho ainda não tinha relógio. E, se eles não escrevem, pelo menos já sabemos que recebem as nossas cartas.

   — O que nos está valendo, duas mulheres sozinhas a maior parte do tempo, é esta criança que nos alegra o viver.

   E aquela avó triste faz um afago na cabeça do Toninho que, afogueado, acabara de entrar, vindo das suas brincadeiras solitárias no meio dos pinheiros, como se adivinhava pela caruma que ainda trazia pegada na roupa.

   — Tão esperto, é uma graça de Deus. Com cinco anos já está muito adiantado. Ensinamos-lhe tudo aqui em casa. Já conhece algumas letras e sabe a doutrina toda de cor. No outro domingo fomos à Igreja e o Senhor Abade ficou abismado com o que o Toninho já sabe. Disse que, se for duas vezes ao catecismo, já pode fazer a primeira comunhão. O pai ficou muito contente, quando soube, e mandou dizer que lhe vai trazer a roupa da França.

   São tão espertinhas e caseiras estas crianças, mas, quando ficam gente, alguma os afugenta para longe, e quem os criou fica ao abandono.

 

   E durante duas horas aquelas duas mulheres sofridas com a ausência dos filhos, marido e irmãos, desenrolam o interminável rol de suas amarguras não entendendo por que a vida dá e tira.

   Dava fartura com os produtos da terra para comer e vender, um ou outro pinheiro vendido para madeira ou lenha também deixava um bom resultado, e a transacção de gado, venda de uns boizinhos, também produzia um bom lucro. Mas tirava a presença dos homens moços, ambiciosos, que não se contentam com o que Deus dá e querem mais. Cada vez mais, para se mostrarem e fazerem-se importantes.

   — E aqueles malandros do Brasil nem escrevem…

 

   Feitas as despedidas e a reafirmação de que o Joaquim e o Abílio estavam bem, reafirmação sem convicção, e que, em chegando ao Rio de Janeiro, instariam com eles para que escrevessem.

   Aquelas mulheres ficaram satisfeitas e durante algum tempo talvez se considerassem felizes.

   E aquele casal visitante, após o encontro que pareceu alegre, descia devagar, taciturno, acabrunhado pelas mentiras que haviam dito.

   As mães têm sempre razão: os filhos homens, via de regra, são sempre uns desatinados. Mas os filhos, mesmo não dando notícias, nem sempre são ingratos. É Deus que os impele para longe de suas mães, talvez para lhe poupar outros sofrimentos que não os do abandono.

 

   Como todos os portugueses que abandonam suas terras e suas famílias, por vezes com situação económica razoável, o Joaquim e o Abílio também largaram tudo, na flor da idade, através de uma aventura. É o desconhecido que mais atrai, a ilusão de uma vida diferente onde a fortuna será o resultado final… O lugar onde se nasceu é bonito mas por demais monótono e conhecido. Notícias de outros que se foram alardeiam progressos e riquezas, mas poucos, muito poucos, vêm demonstrar a sua melhoria e, quando vêm, não dizem as amarguras, os flagelos, as humilhações por que passaram para granjear algumas posses. E os moços, mormente os das aldeias, ficam estonteados e ansiosos por demonstrar que são capazes de sobrepujar os outros.

   O Joaquim e o Abílio, depois de trabalharem quase como escravos durante alguns anos para um parente afastado, resolveram tratar de si.

   Com os minguados trocados que conseguiram amealhar durante aquele tempo privando-se de tudo, compraram uma freguesia de pão. Todos os dias, com sol ou com chuva, empurrando o triciclo, sem domingos nem feriados, nos alvores da madrugada, faziam a sua via-crucis entregando o pão, subindo ruas íngremes ou transpondo escadarias.

   Um dia, por qualquer banalidade, se desentenderam e o Abílio separou-se do irmão. Comprou um carrinho e foi ser carregador, transportando pesadas mercadorias entre bairros distantes, trabalho rude que exigia toda a sua força física.

   Os anos rolaram, o Joaquim chegou a sócio daquela padaria, mas, um dia, a violência estúpida prostrou-o com um tiro no pulmão ao tentar evitar um assalto. Meu Deus, como é que alguém trabalhando arduamente e com honestidade anos a fio, privando-se de tudo para conseguir uma futura situação tranquila, vai entregar assim, sem mais nem menos, o produto de seu trabalho a dois vagabundos que nunca fizeram nada para merecer viver, só porque estão com um revólver na mão?

   O Joaquim ficou vários dias entre a vida e a morte, escapou.

   Recuperou-se fisicamente, mas a situação económica teve um retrocesso muito grande. Recomeçou tudo de novo. O Abílio, que já estava com táxi na praça, socorreu o irmão naquele infortúnio.

   E aquele casal, terminando a descida, quase chegando ao lugar onde o automóvel os esperava, ainda meditava.

   O Joaquim realmente ia lutando e novamente progredia. Resolvera não mais escrever. Não podia contar a verdade e não aguentaria ficar mentindo a vida toda. Preferível passar por ingrato e mau filho que dar tanto sofrimento à mãe.

   O Abílio não queria ser um estorvo para o irmão, cabeça dura. Queria levar a sua vida por si mesmo, apesar da adversidade. Ajudado por uma companheira com quem vivia, desde antes do acontecido, andava de porta em porta vendendo vassouras, espanadores e outros pequenos utensílios.

   Fazia algum tempo que também fora vítima de assalto em seu táxi, levou um tiro de raspão na cabeça. Recuperou-se, mas ficou totalmente cego.

 

 

ABALARAM MUNDO AFORA - Histórias e Depoimentos de Emigrantes

 

Colectânea de contos coligidos por M. Félix Igrejas

Supervisão do Dr. José Pereira Torres

 

Capa e ilustrações: M. Félix Igrejas

 

Edição: CASA DO MINHO do Rio de Janeiro

 

1988

 

 

www.minho.com.br

 

HISTÓRIA, CULTURA E PATRIMÓNIO IV

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

 

MENTIRAS DO BRASIL

 

 

Manuel Félix Igrejas

 

 

   — Ó tia Maria! Tia Maria dos Pinheiros! Ó tia Maria! Raios, parece que está mouca.

  Quem, esganiçado, gritava para aquela mulher sentada lá em cima daquele penedo era um rapazinho magrote, de aparência humilde, que servira de guia desde o lugar, lá em baixo, até à herdade da tia Maria dos Pinheiros.

   — Ó tia Maria, estão aqui uns senhores que vieram do Brasil e querem ver vomecê.

   Aquela mulher continuou imóvel parecendo não ter ouvido coisa alguma. Ela já vinha distinguindo os vultos daquelas pessoas estranhas, ainda elas vinham lá longe, não era ninguém que lhe interessasse; por isso aquele descaso.

   O rapazote, vendo que não adiantava insistir com a mulher, saiu correndo em direcção à casa mais adiante, deixando aquele casal ali parado, desajeitado, em frente à tia Maria.

   — Não estou aqui e não quero ver ninguém do Brasil, balbuciou finalmente aquela mulher.

   Toda vestida de preto, sentada naquele pedregulho com uma vara na mão, vigiava as galinhas e patos que ciscavam nas redondezas, não fossem entrar nos canteiros das alfaces e nabiças.

   Os forasteiros ficaram tristes com aquelas palavras frias, mas entendiam que deviam ser fruto de muitas amarguras.

   — Bom dia, senhora Maria, trazemos notícias de seus filhos do Rio de Janeiro.

   — Não, eu não tenho filhos… e, se tenho, são uns malandros, uns sem vergonha e não quero saber deles.

  E ao dizer isto, aquela mulher de pouco mais de sessenta anos, mas aparentando muito mais, pegou uma ponta do lenço que lhe cobria a cabeça e enxugou uma lágrima que não conseguiu segurar.

   Bastante robusta, a tia Maria aparentava mais idade no rosto, talvez por tanto chorar pelos dois rapazes que a tinham abandonado.

   — Ah, os senhores vieram do Brasil? Façam o favor de acompanhar-me, vamos até lá em casa.

   Quem assim falava era uma mulher ainda jovem que, avisada por aquele guia, viera ao encontro do casal visitante.

   — Não liguem para a minha mãe, ela está zangada, porque os meus irmãos, já vai anos que não escrevem. Mas os senhores trazem notícias deles, pois não trazem?

   E dizendo isto estacou, fixando ansiosa os rostos daqueles visitantes, como querendo adivinhar a resposta que lhes iriam dar.

   — Trazemos, sim, e também esta maleta com lembranças que o Joaquim mandou.

   Continuaram andando rumo à casa. Chegaram.

   — Entrem, entrem se fazem favor.

   Entraram numa sala bastante espaçosa, simples de mobiliário mas bem arrumada e asseio impecável. A casa era o tipo de moradia dos lavradores abastados do Alto-Minho. No meio de um quinteiro cercado de campos de milho quase na época da colheita, com latadas de uvas à volta de cada campo, árvores de fruto, horta e mais adiante o pinheiral. Não obstante a escassez de mão de obra, tudo se apresentava bem cuidado, fruto do trabalho daquelas duas mulheres.

   No outro lado da sala, aberta de par em par, uma janela deixava descortinar uma maravilhosa paisagem. Os visitantes, não resistindo, dirigiram-se para a janela, enquanto a Júlia, tendo pedido licença e rogado para ficarem à vontade, se preocupava em preparar a mesa.

   Da janela a cena era simplesmente esplendorosa. Campos de milho sobrepostos, descendo em socalcos, contornados de parreiras com as uvas começando a pintar, de quando em quando salpicados de pinheiros e árvores de fruto, num exuberante festival de verdes.

   E naqueles terrenos, colcha de retalhos verdejantes, sempre descendo qual imponente e gigantesco escadório, até chegarem lá em baixo, ao regato: um fio de límpido cristal coalhado de seixos arredondados que ao embate da água se cobriam de espuma transformando aquele plácido fio de água num maravilhoso colar de pérolas e diamantes.

   O murmúrio da água correndo placidamente, chegava aos ouvidos daqueles deslumbrados observadores de mistura com o chilrear dos pássaros, os zumbidos das abelhas e abelhões, o farfalhar das libélulas e o cricri dos grilos, tudo envolto no rumorejar da brisa num celestial concerto estival. E aquele sol de Agosto à viva força tudo querendo dourar.

   Do outro lado do regato a paisagem se repetia como reflexo de espelho, subindo e já em Espanha. A natureza não tem fronteiras. Para alguém desinformado jamais aquele pequeno riacho demonstraria que separava dois países: do lado de cá Portugal, do lado de lá a Espanha. Aves e insectos, no seu rodopiante bailado de louvor à vida, andavam de lá para cá e de cá para lá sem precisarem de passaporte ou qualquer documento inventado pelo complicado animal homem.

   Os olhos daqueles forasteiros, há muito tempo privados de tais cenários, estavam hipnotizados e recusavam-se a olhar outra coisa. Só quando o olfacto percebeu que estavam sendo postos na mesa o presunto, o salpicão, o pão e o vinho, é que foram obrigados a desviar-se.

   É costume daquela gente oferecer aos visitantes do melhor que tiverem em casa. Não importa a hora, tanto faz que seja de manhã cedo, à noite ou logo após as refeições, é a maior desfeita que se pode fazer a um português do Alto-Minho, entrar em sua casa sem comer dos seus melhores petiscos guardados ciosamente para essas alturas. E não basta petiscar; tem de comer bem, a fartar, para satisfação do dono da casa. A tia Maria, conhecida pela alcunha do lugar onde sempre morou, dos Pinheiros, acabava de chegar, lenta e triste. Não era alguém com notícias que ela esperava; era os filhos que há muito acalentava ver surgirem de repente, ainda que fosse isso a última coisa que olhasse na vida.

 

 (continua)


UM PRESBITERO MELGACENSE NO SEC XIX

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

 

MANOEL JOSE RODRIGUES DA COSTA (1846 – 1929)

 

 

   Manoel da Costa foi um dos primeiros oficiais da Igreja Presbiteriana do Brasil. Nasceu no dia 21 de Junho de 1846 em Beleco de Passos, Melgaço (província do Minho), em Portugal, a pequena distância da fronteira espanhola. Em Novembro de 1859, aos treze anos, deixou a pátria, aportando ao Brasil em Janeiro de 1860. Dirigiu-se para Caldas, Minas Gerais, ali chegando no dia 7 de Abril. Quatro anos depois, em Março de 1864, foi residir em S. Gonçalo do Sacupaí, onde se casou a 22 de Abril de 1865 com Florisbela de Azevedo Costa (ele com 19 anos e ela com 13). Em 1866, mudou-se para Águas Virtuosas (Lambari), onde no ano seguinte nasceu o primogénito Guilherme.

   Em 1870, mudou-se para a Serra de Santos, como empregado da São Paulo Railway. Converteu-se em 1874, através da leitura da Bíblia, sendo recebido por profissão de fé e baptismo no dia 6 de Dezembro pelo Rev. George W. Chamberlain na igreja Presbiteriana de São Paulo. Florisbela foi recebida  em 7 de Março de 1875, em companhia do futuro Rev. Eduardo Carlos Pereira. No dia 21, baptizaram os filhos Guilherme, Elisa e Alberto. Manoel deixou o emprego na estrada de ferro por causa do trabalho no domingo e tornou-se comerciante. Teve um armazém na rua Santa Efigénia, transferindo-o em 1879 para a rua dos Andradas.

   Foi eleito diácono da Igreja de São Paulo em Março de 1876, e presbítero em 3 de Outubro de 1880, sendo ordenado no dia 9 de Janeiro de 1881. Tornou-se assim o segundo presbítero dessa igreja histórica, organizada em 1865. O primeiro havia sido o inglês William Dreaton Pitt, ordenado em 22 de Dezembro de 1867, que ingressou no ministério em 1869 e faleceu no ano seguinte.

   Foi somente a partir de Manoel da Costa que a Igreja de São Paulo teve com regularidade o ofício de presbítero.

   O casal Costa teve 19 filhos, quase todos falecidos na infância ou início da idade adulta. Um deles, Guilherme da Costa, foi consagrado pastor metodista (faleceu no Rio de Janeiro em Setembro de 1904, numa epidemia de varíola.

…………………………..

Retirado de Portal Mackenzie

 

Instituto Presbiteriano Mackenzie

 

Http://www.mackenzie.br/10195.html

 

HOMENAGEM MANUEL IGREJAS

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

Manuel Igrejas diante de uma das suas obras

 

 

   Manuel Igrejas, homem de escrita escorreita no contar das suas histórias da história de Melgaço ou não tivesse como mestre na arte o Vasquinho da Central, cedo se destacou na arte do desenho.

   Partiu para o Brasil na década de 50 do século passado e logo encontrou no desenho sobre azulejo a sua paixão. Melgacense e Patriota empedernido, tem trabalhos que podem ser admirados, por exemplo, na entrada do Convento de Nª Srª da Conceição nas Carvalhiças e outros que pelas ultimas noticias se encontram algures na Casa da Cultura; não existem paredes em Melgaço onde possam ser colocados e admirados pelos seus conterrâneos, ou azulejo é significado de quarto de arrumação.

   Colaborador de A Voz de Melgaço e de Foz do Rio Trancoso 42º 9’15’’ (agora, Melgaço, do monte à ribeira), aqui deixo a minha admiração e homenagem à obra deste ilustre Melgacense.

 

Ilídio Sousa

 

MELGAÇO, CÁ E LÁ

melgaçodomonteàribeira, 08.03.13

 

 

   Originou-se de uma aldeia dos índios Arycuru, catequizados pelo Padre António Vieira, da Companhia de Jesus.

   Em 1653, foi construída no local uma igreja sob a direcção dos padres Manuel de Sousa e Mateus Delgado.

   A aldeia ficou sob a responsabilidade da Companhia de Jesus até 1759, quando a lei pombalina os expulsou do Brasil.

   Com a expulsão dos jesuítas, a direcção dos índios passou a ser exercida por um director dos índios.

   Em 1758, a aldeia passou a condição de Vila, dada pelo Capitão Geral do Estado Francisco Xavier de Mendonça Furtado, que a denominou de Melgaço, em homenagem aos imigrantes portugueses, que chegaram de uma localidade de Portugal, chamada Melgaço.

   A partir de 1851, Melgaço, por diversas vezes, teve a extinção e restauração de sua chegada de município. Porém em 29 de Setembro de 1961, através da Lei Estadual nº 2.460, foi criado o novo município de Melgaço.

 

   Retirado do site br. Nova Página 1.